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NALA

Fui pro trabalho hoje e nada do Puma aparecer também... Isso tá estranho...

Será que ele não quer me ver? Ou tá muito ocupado com o que seja lá que ele faz? Não sei o que tá acontecendo.

Volto pra casa, converso um pouco com a minha vó sobre tudo.

— A Leidy tá namorando?? — Ela me olha chocada.

— Tá sim! Vocês precisam sair mais aliás.

— Ela me convidou, mas eu tinha trabalho esse final de semana! Mas ela disse mesmo que estava saindo com um homem. E ele é bonito ein?

— Ah, sei lá, não faz meu tipo com certeza. — Digo rindo já que o Sanches é bem mais velho. — Mas é bem gentil sim!

— Ai que bom! Pelo menos isso! — Fala aliviada.

— Ele é o porteiro lá do dono.

— Entendi... — Minha vó não gostava muito de falar sobre Puma, ela acha que tudo de ruim que acontece aqui na favela, é por culpa dele... Errada ela não tá né...

Minha vó pensa que ele é um monstro, dai eu já não sei se concordo... Acho ele uma pessoa normal, só que ele é o líder daqui né?

— Bom, acho que já vou dormir e você?

— Vou ficar vendo um pouco de TV aqui vó... Durma bem.

— Você também minha querida. — Ela fecha a porta do quarto e eu ligo a TV baixinho.

Coloco em qualquer filme e o tempo vai passando.

Tava cedo pra dormir.

Do nada eu escuto um barulho estranho.

Pauso o filme e fico atenta.

Será que foi uma batida na porta?

Presto atenção e o barulho acontece de novo.

É tiro, com certeza!

Me levanto e já vou olhar pela janela.

Minha vó aparece do nada, vestida com uma camisola. Eu levo um puta susto achando que é assombração.

— Eles tão invadindo! — Ela diz e me tira da janela, me arrastando pra cozinha.

— Eu quero ver! — Falo curiosa.

— Tá doida menina? Se atiram no vidro vai bem em você a bala!

Ficamos em silêncio e agora sim, é muito barulho de tiro.

Ela permanece calma e até que eu também.

Sinto algo diferente do que da última vez...

Parece que os tiros pra mim são normais, só que dentro de mim, eu tô apavorada pensando em Puma...

Meu Deus, será que ele tá bem?

Penso em Marcão também, ele já tá todo acabado coitado... E Clebin então?

— Será que vão ficar bem? — Sussurro pra mim mesma.

— Quem?

— Oi? Ninguém... — Ela me olha desconfiada. — Os moradores né vó?

— Ata! Vão sim, eles atiram mesmo é nos que tem armas! — Ao escutar isso, meu coração bate mais rápido.

Minha ansiedade ataca e eu tento respirar fundo, mas na minha cabeça só passa todo mundo levanto tiro...

Fico preocupada e os tiros não param.

Quando menos espero, a porta se abre.

Um policial fardado aparece apontando a arma pra gente e nós duas encostamos na parede meio assustadas.

Ele dá uma olhada em volta, abre as portas do quarto, olhando tudo e sai andando.

— Feche a porta! — Minha vó pede e eu corro fechar.

— Como ele entrou?

— Acho que eu esqueci de trancar. — Diz meio culpada e eu daria risada, se não estivesse quase chorando de medo.

Passa alguns minutos e os tiros param.

— Acho que já foram... — Minha vó fala bem calma.

— Será?

— Talvez...

Escutamos mais alguns tiros finais e algo naquilo, mexeu comigo.

— Vó... — Falo com medo.

— Sim?

— Vó, eu acho que alguma coisa aconteceu!

— Como assim querida?

— Eu tô sentindo! Alguma coisa aconteceu vó! Alguma coisa!

— Se acalme! Tá tudo bem!

— Não, você não entende, tá doendo aqui. — Pego a mão dela e coloco no meu coração. — Não sei explicar, tô sentindo que alguma coisa aconteceu.

— Calma querida! Mande mensagem pras tuas amigas, tenho certeza que tá tudo bem! — Ela me acalma e eu me sinto melhor.

Pego meu celular e mando mensagem no grupo.

Elas me respondem e falam que tá tudo bem...

Por que eu me sinto mal então?

Não tenho o número do Puma...

Como eu vou falar com ele agora?

— Tá tudo bem minha neta?

— Tá... Tá sim vó... Eu... Pode ir descansar.

— Certeza? Quer dormir comigo?

— Não precisa não... As meninas responderam e falaram que tá tudo bem. — Dou um sorriso meio falso mas ela parece aceitar.

Ela vai pro quartinho dela e fecha a porta.

Eu faço um leite quente pra tomar e vou pro meu quarto também.

Coloco um pijaminha de seda preto e me deito na cama.

Tô confortável e quentinha mas... Tô sem sono.

Me viro de um lado e do outro e checo meu celular a cada dois segundos pra ver se me mandaram mensagem...

Nada...

Quando me viro na cama pro lado da janela, vejo Puma se aproximando dali.

Quase acho que é uma miragem quando nossos olhos se encontram.

Eu vejo uma tristeza em seu olhar que eu nunca vi.

Me levanto da cama bem rápido e abro a janela pra ele entrar.

Dou uma olhada nele e ele tá cheio de sangue.

Eu sabia que alguma coisa tinha acontecido!

***

Volteii, amanhã eu volto a postar os dois capítulos por dia galeraa!

Obrigada pelos comentários, chorei vendo vocês preocupados com o Guizin...

Até depoisss tropinha!

Mocinha do ChefeOnde histórias criam vida. Descubra agora