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NALA

Saio do jogo com a Luiza, convido ela pra tomar um café lá em casa mas ela já teve que se despedir pra limpar a casa.

Foi legal ver o jogo do Puma, mas ele quase entrou em confusão por causa do Bernardo, que tava tentando barrar ele de jogar a bola no gol.

Bernardo também é outro que brinca com a sorte. Bom que Puma não foi pra cima dele...

Só sei que Puma fez uns gols e ficou todo feliz.

É legal ver ele desse jeito contente e é bom ele gastar energia com alguma coisa pra tirar um pouco da raiva que ele tem sempre.

Agora, indo em direção a minha casa, eu encontro Marcão andando meio cansado na rua.

— Oi Marcão! — Sorrio.

— Fala gata! — Ele sorri. — Bora dar umas volta?

Eu penso bem antes de falar qualquer coisa...

Puma pode estar em qualquer lugar nesse momento, e se ele ver eu e o Marcão juntos, estamos ferrados!

— Não sei...

— O Puma foi com os mano comer um churrasco...

— E por que você não foi?

— Não tava muito afim... E que bom que não fui né, vai que dá b.o. — Diz rindo.

— Pode ser então... A volta.

— Fechou.

Começamos a andar por ai.

— E como você tá? Seu rosto ainda tá meio machucado...

— Tô bem, melhor do que o manco do Clebin com certeza! Aquela perna dele tá foda viu?

— Sério? Mas ele disse que ia ficar tudo certo daqui a pouco.

— Ah, vai ficar sim, mas ele é teimoso e fica andando por ai como se tivesse as duas perna boa, aquele lá é foda. — Eu dou uma risadinha.

— Eu acho você engraçado. — Falo o que eu tô sentindo.

— Sério?

— Claro, você é meio brincalhão, eu gosto. — Sorrio e ele fica meio sério me olhando. — Que foi?

Ele dá uma olhada em volta. Tinha quase ninguém perto da gente.

— Ih se eu quiser te beijar agora? Posso? — Pergunta e agora é minha vez de dar uma olhada em volta.

— Acho que pode... — Digo finalmente e ele se aproxima devagar.

Nossos lábios se tocam e logo nossas línguas ficam juntas.

As mãos dele estão no meu pescoço e eu toco em seu cabelo que tá meio suado por causa do jogo.

O beijo do Marcão é mais suave, mais calmo, talvez do jeito certo que tenha que ser...

Acho que ele não é a mesma coisa que o Puma, acho que ele não seria capaz de agir brigando com todo mundo e ser infantil nesse ponto...

Ele não parece ser sangue quente, só se defendeu porque o Puma bateu primeiro.

Eu paro o nosso beijo e fico pensando em tudo.

Dou uma olhada em volta e não tem ninguém. Que bom!

— Acho que já vou indo então... — Fico meio tímida e ele sorri.

— Tabom, se cuida gata.

— Você também. — Saio andando pra minha casa.

Abro a porta e encontro minha vó mexendo no celular na cozinha.

— Ai que bom que você chegou minha neta! Me ajuda a mexer nesse troço! Não consigo encontrar o botão daquele aplicativo de conversa! — Ela me mostra o celular e eu clico no WhatsApp.

— Aqui.

— Isso mesmo! Obrigada! Eu não entendo nada dessas tecnologias! — Ela me olha enquanto eu sento na cadeira. — O que foi?

— O que?

— Cê tá com uma cara pensativa... Aconteceu alguma coisa Nala?

— Não vó...

— Se apaixonou?

— O que? Claro que não! Por que a senhora falou isso?

— Porque quando a gente tá apaixonado, ficamos meio perdidos.

— Hm... E a senhora tá apaixonada? — Ela me olha assustada, como se eu tivesse falado uma atrocidade.

— Não tenho mais idade pra isso minha neta!

— Claro que tem! Amor não tem idade, não é o que dizem?

— Sou velha demais! E um marido agora só me traria dor de cabeça!

— Hm... Vó... E o meu vô? — Pergunto já que nunca ouvi falar dele, só um pouco por cima, mas não sei a história completa.

— Morreu aquele velho lazarento!

— Que isso vó??? — Digo chocada.

Ela falou como se fosse normal.

— Mereceu! Se afundou em coisa errada, se meteu com traição e me deixou!

— Mesmo??

— E depois um carro pegou ele quando ele tava bêbado e o matou! — Ela fala rapidinho, como se estivesse com raiva ainda dele.

— Ele tinha problemas com bebidas também? — Pergunto pensando no meu pai e em tudo o que aconteceu.

— Tinha, e muitos problemas! As pessoas quando bebem, se mostram da sua verdadeira forma minha querida...

Minha vó falou tudo isso com peso no coração...

Depois disso, eu perguntei um pouco sobre o trabalho dela e ela disse que tá tudo bem.

Jantamos e fomos cada uma pro seu quarto.

Minha vó deve ter sofrido muito e eu sou tão grata por poder conhecer melhor quem ela é e poder viver esses tempos com ela...

Fico muito feliz de verdade!

Espero quitar logo essa dívida que tanto a assombrou e poder seguir nossas vidas e cuidar dela.

Depois disso, eu tomei um banho bem quente, e pensei um pouco sobre Marcão e sobre o Puma.

Não sei se tô agindo certo ou o que meu coração quer que eu siga...

Só vou viver e logo mais, eu vejo o que acontece.

Mocinha do ChefeOnde histórias criam vida. Descubra agora