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NALA

Luiza chega em casa e minha vó a convida pra entrar.

— Venha tomar um cafézinho!

— Magina dona Maria, nem se preocupe! Só vim buscar a Nala pra gente dar uma volta por ai.

— Cuide dela viu? Ontem vocês foram dormir muito tarde, ela me contou.

Luiza me encara e sorri pra minha avó.

— Fomos mesmo... Mas hoje a gente volta mais cedo.

— Tudo bem então... Se cuidem meninas!

— Pode deixar!

— Tchau vó! — Falo fechando a porta.

— Tu nem voltou tão tarde pra casa ontem... — Lu comenta.

— Eh... — Na mesma hora, Clebin se aproxima.

— Puta que pariu vocês são muito enrolada, é só colocar a roupa e vir. — Ele nos cumprimenta com um beijo na bochecha e nós o seguimos.

Chegamos até um campinho e vimos umas crianças lá.

— Que fofas! — Falo sorrindo vendo os pequenininhos correrem.

Subimos até as arquibancadas e vejo Puma com uns caras do lado dele conversando.

— O que eles tão fazendo aqui? — Lu pergunta e eu me interesso na resposta.

— Acho que vai ter uma pelada depois.

— Pelada? — Pergunto.

— É, fute, tá ligada? — Marcão responde e ai eu entendo.

Dou uma olhada pro Puma e nossos olhares se encontram.

Sinto meu rosto ficar vemelho e logo me sento do lado de Marcão.

— Tá linda hoje ein Nala. — Fala no meu ouvido e eu sorrio, sentindo meu coração bater rápido.

Ficamos vendo as crianças brincando, até umas três se aproximarem da gente.

— Vocês querem blincar com a genti?? — Uma menininha pergunta e tem dois meninos do lado dela.

— Tamo de boa. — Marcão responde e a carinha deles fica triste.

— Vamo pergunta pra eles? — A menininha aponta pro grupo do Puma e o menino responde.

— Não... Aqueles eu tenho medo...

Eles iam sair desanimados...

— Eu brinco com vocês! — Falo me levantando e eles sorriem.

— Mesmo????

— Sim! Vamo brincar de que?

— Pega pega! Bora! — A  menina me dá a mão e me puxa indo pro campinho.

Eu olho pro meu grupo e eles começam a rir.

Chegando com as crianças, elas me encaram.

— Ela veio blincar com a genti! — A menininha fala e todos tocam em mim.

— TÁ COM VOCÊ! — E começam a correr.

Eu dou risada e começo a correr atrás deles e encosto em um menino um tempinho depois.

Todo mundo foge dele até ele conseguir tocar em uma menina.

Ela é a mais baixinha daqui, e os outros são muito mais rápidos. Então deixo que ela me pegue.

E eu começo a correr atrás deles de novo.

Cansada, me deito no chão e eles sobem em cima de mim, quase me matando.

— Vou morrer! Vou morrer! — Falo e começo a fazer coceguinhas na turminha.

— A não, vamo trocar de brincadeira! Pega pega ela é muito boa! Tem que ser outra coisa! — Um menino diz com os braços cruzados e carinha brava.

— Aquela brincadeira da batatinha 1, 2, 3! Que ela vira e a gente tem que ficar parado, se não perde!

— Acho que tô muito cansada... — Falo ainda jogada no chão tentando recuperar o fôlego.

Criança tem energia demais!

— Por favorrrr! Essa você só tem que fica virando. — A menina pede e eu confirmo com a cabeça.

Vou pro canto da parede.

— PODE COMEÇAR! — Um deles grita e na hora eu viro e vejo eles ficando parados.

Viro de costas e dois segundos depois eu viro de novo.

— Você e você! — Falo vendo os que se mexeram e eles se sentam tristes.

A brincadeira continua até um deles ganhar.

Eu simplesmente amo brincar com crianças!

PUMA

Tô nas arquibancadas com Paiva, IG e os seguranças só esperando os outros mano chegar pra nois expulsar os pivete e poder jogar aquele futeba dos cria.

Depois de um tempo, vejo a mina lá chegar com Marcão, Clebin e uma amiga.

Fico de olho.

Não sabia que eles se conheciam.

Ela me olha mas já desvia o olhar.

Tá usando um short minúsculo com uma mini camisa. Tá achando que é festa aqui porra?

Mostrando todo o corpo desse jeito, todo malandro vai querer.

Vejo de longe Marcão se sentar do lado dela.

Não tiro meus olhos dali, só vendo que que vai rolar.

Uns pivete se aproximam deles e logo a mina levanta acompanhando as criança.

— Ih ala que que a mina ali tá fazendo? — IG comenta.

— Sei lá, caiu na lábia dos pirralho. — Paiva diz.

Todos os pivete abraçam ela e eles começam a correr.

Ver ela correndo atrás deles é muito engraçado.

Teve umas três vezes que ela quase caiu.

— Isso tá do caralho! — IG comenta dando gargalhadas.

Eu sinto uma vontade imensa de sorrir com ela brincando desse jeito. Ela tão pequena... Parece ter a idade das criança.

Minutos depois, ela se cansa e deita no chão.

— Sem mancada, essa mulher é gata pra caralho. — Paiva comenta.

— É a Nala. Marcão tá de zóio nela faz tempo. Dá nem pra julgar, com aquela cinturinha e aquelas coxa, vou até pensar em investir... — Vez do IG dar opinião pra quem não pediu.

Ela e os pivete começam uma nova brincadeira e é óbvio que ela deixou o muleque ganhar. Eu vi ele se mexendo até da puta que pariu!

Nisso, os mano que combinamo de jogar bola aparecem.

Nós vamos juntos até a entrada da quadra.

— Chega pivetada! Hora de ir assistir desenho e essas poha! Vai, vaza, vaza. — Digo e eles vão saindo com a cabeça pra baixo.

O medo de me olhar é maior, dá pra ver.

Vejo ela se aproximando enquanto conversa com uma menina.

Eu a olho mas ela nem repara que passou do meu lado.

Que filha da puta!

Fico de olho vendo ela ir até o Marcão e ele a abraçar.

Os quatro saem da arquibancada.

Melhor mesmo.

Umas mina aparecem, contando com a Patrícia, que já começa a gritar meu nome como se fosse uma louca.

Revirando os olhos, dou mais uma olhada em volta.

A loira que eu dou uns pega tá lá também e me dá um sorriso acenando pra mim.

Eu levanto um pouco a cabeça e ela sorri.

— Vamo começar caralho! — Falo e o jogo já começa.

Mocinha do ChefeOnde histórias criam vida. Descubra agora