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NALA

As drogas na mesa me assustam.

Eu entro devagar no quarto e o Puma tá com uma camisa preta limpa e um shorts.

Ele tá virado pra cima na cama, meio jogado.

Me aproximo dele.

— Puma? Puma?? — Falo alto mas ele não faz nada e eu começo a me desesperar. — Ô Puma! Acorda!

Ele não tá acordando...

Quando me aproximo pra tocar nele, ele se mexe me dando um susto.

Se mexe como se fosse vomitar daquele jeito mesmo, como se estivesse mal.

— Meu Deus do céu! — Falo e já viro ele de lado pra não se engasgar com o vômito.

Ao virar ele, ele começa a vomitar no chão e a sujar um pouco a cama.

Ele vomita mais e mais líquido.

— Tá tudo bem? Puma? — Falo querendo saber se ele tá consciente e ele faz que "sim" com a cabeça e vomita mais.

Eu seguro a testa dele, pra cabeça não ir muito pro chão.

— Pode vomitar, tô te segurando. — O tranquilizo já que ele parecia um pouco estressado.

Quando termina, ele volta a deitar de barriga pra cima na cama bem cansado, jogando o braço por cima da cara pra se cobrir do sol que vinha da janela.

Eu pego um pano e dou uma limpada na cama e fecho as cortinas.

— Puma? Fica acordado! — Falo ao ver ele fechar os olhos.

— Tá doendo... — Diz baixinho colocando a mão na costela, onde está o machucado do tiro.

Eu levanto a camisa e vejo que tá feio mesmo, sangrando um pouco e os pontos que eu dei também não foram os melhores.

— Eu tenho que chamar alguém, você tá muito mal... — Falo indo sair mas ele me chama.

— Fica aqui... — Eu volto.

— Tá sentindo o que? — Coloco minha mão na testa dele mas parece que não tem febre.

— Mal.

— Mal? Quer vomitar mais? — Ele faz que "não". — Você se drogou né? — Ele faz que "sim". — Puma, isso é muito perigoso, sério, você podia ter morrido de overdose ou sei lá o que!

— Tô bem já... — Fala abrindo os olhos e me olhando, mas logo os fecha de novo.

— Você tava de barriga pra cima, se eu não tivesse chegado, você nem tava mais aqui! Você é um irresponsável sério! — Falo brava com ele e pensando como que ele arriscou a própria vida por droga.

— Chega de sermão porra! — Ele dá uma pausa. — Por que tá aqui tão cedo?

— Porque você não me respondeu ontem...

— Ata... — Ele fecha os olhos novamente. — Preciso de um banho, tô um porre...

— Não vou te dar banho! E nunca faça mais isso!

— O quê?

— Não fique se drogando ai como se não fosse nada.

— Eu tinha que esquecer de ontem...

— Esqueça dormindo, mas não usando sei lá o que você usou!

— Aham. — Ele não deu importância nenhuma pro que eu disse. — Me ajuda com o banho?

Eu reviro os olhos.

Ele tava bem ruim mesmo.

— Tá enjoado ainda?

— Um pouco...

— Tá, vem então. — Eu chego perto dele e ele passa o braço no meu ombro se apoiando.

Percebo sua pele pálida... Espero que Leidy chegue logo pra me ajudar aqui...

Levo ele até o banheiro.

Ele fica em pé sozinho e tira a camisa.

— O que tá fazendo? — Pergunto assustada.

— Vai dizer que é tímida? — Ele sorri malicioso e eu reviso os olhos.

— Toma banho de shorts!

— Essa seria uma boa oportunidade pra você me ver sem roupa... — Ele brinca e eu faço cara de brava pra ele.

— Eu passo. E se ficar com essas brincadeiras eu saio daqui e te deixo caído no chão.

— Bravona tu ein?

Ele liga o chuveiro e eu sento na tampa da privada enquanto espero.

Nem olho pra ele, só pra parede que tá na minha frente e que começa a ficar cheia de vapor da água quente.

Que banho demorado!

— Nala... — Ele me chama e eu o olho.

Vejo ele sentado no chão e já levanto achando que esse doido tinha desmaiado.

— Que que aconteceu?

— Baixou a pressão...

Eu entro no boxe e fecho o chuveiro tentando não me molhar.

Pego uma toalha pra ele e o seco um pouco, mas o cabelo ainda caía umas gotinhas de água no chão.

Certeza que ele não comeu nada, por isso que tá tão fraco assim e dai a pressão na água quente abaixou bem mais rápido.

— Vem. — Ajudo ele a levantar e o coloco na cama deitado.

— Agora tá frio... — Ele dá um sorrisinho.

— É bom você não estar abusando Puma! — Digo e cubro ele.

— Não tô... — Faz um biquinho que eu achei bem fofo.

— Faz quanto tempo que você não come?

— Sei lá.

— Comeu alguma coisa ontem né?

— Não...

— Como que você usa droga assim? Sério, você é tão idiota! — Me estresso novamente.

— Idiota é você caralho!

— Vai se fuder então!

— Vou usar mais droga, quero que se foda.

— Isso! Se mata mesmo! Não vou nem sentir sua falta! — Ao dizer isso, minha vontade é de sair do quarto, mas eu não saio, só fico olhando pros olhos cansados dele.

Peguei muito pesado?

Eu não queria falar aquilo, só... Saiu.

Ele vira o corpo pro outro lado e fica lá deitado emburrado.

Eu escuto a porta bater.

Fico feliz ao pensar que deve ser a Leidy chegando em casa.

Saio do quarto e desço as escadas.

Vejo ela indo pra cozinha e sorrio.

Que bom que é ela mesmo!

— Leidy! — Me aproximo.

— Oi querida! O que faz aqui tão cedo? — Ela me abraça e eu já solto o abraço pra avisar o que aconteceu.

— O Puma passou mal hoje... E precisa de um médico também...

Ela me olha espantada.

— Como assim?

— Ele tá bem malzinho... Vomitou e tudo!

— Sério? — Fala já largando sua bolsa em qualquer lugar.

— Aham, tá lá em cima, vem. — Pego a mão dela e a gente vai subindo as escadas bem rapidinho.

Na porta do quarto ela vê Puma deitado pro lado de lá e me olha com medo.

Eu faço sinal pra ela entrar e ver como ele está e ela entra.

Mocinha do ChefeOnde histórias criam vida. Descubra agora