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PUMA

Eu me droguei muito ontem... Passei dos limites e eu sei.

Já acordei deitado na cama com muita vontade de vomitar.

Sorte que a Nala chegou bem na hora... Meu estômago tava uma bagunça da porra.

Coloquei tudo pra fora e me senti melhor, mas a minha costela tava ardendo quando eu encostava no colchão.

Com certeza algum ponto arrebentou que deu uma merda gigante.

Falei pra Nala que tava doendo, conversamos um pouco, me estressei um pouco e depois quis tomar um banho.

Eu já tava me sentindo sujo e queria muito me sentir limpo.

Foda que minha pressão baixou por eu não comer nada... Mas foi dahora ver a Nala assustada quando eu tirei a camisa.

Enfim, Leidy chegou e chamou a porra daquele médico safado.

Ele já chegou dando um beijo extremamente desnecessário no rosto da Nala...

Tá que ele fez a mesma coisa com a Leidy também, mas independente irmão!

Depois ficou falando que ela foi muito bem arrumando os pontos, que se quisesse ele dava o número dele, é um filho da puta já tô ligado nesse papinho.

Só não quebrei a cara dele porque a Nala brigaria comigo.

Mas que deu vontade, deu.

Ele arrumou os pontos e deu uma dorzinha, mas fiquei forte, queria reclamar nada pra aquele corno não achar que sou fraco.

Mas confesso que aquela vez que Nala fez os pontos, não doeu tanto assim como eu falei pra ela...

"E qualquer coisa me ligue", foi o que ele disse indo embora.

Se fuder esse otário, ela não vai ligar porra nenhuma pra ninguém!

Tá achando que é fácil assim, aham.

Fiquei com um puta ódio e me senti bem melhor quando ele vazou da minha casa e parou de olhar pra minha mina.

— Ele é muito bom, não é? — Leidy comenta e eu fico de olho na resposta da Nala.

— Sim, gostei dele também...

Gostei dele também??? Que porra de resposta é essa? Sacanagem do caralho!

Aquele velho que mais parece um mendigo, vai se fuder!

Eu aqui todo trabalhado no shape e ela com essa porra.

— Que foi? — Me pergunta enquanto eu a encaro puto da vida.

— Porra nenhuma! — Me viro e deito.

Ela sai do quarto e eu fico sozinho com a minha raiva.

Durmo um pouco e acordo com ela me trazendo comida.

— Trouxe pra você... — Diz calma e colocando o prato no meu colo.

Não vou mentir... Me acostumaria com isso fácil fácil.

— Valeu. — Agradeço e vejo ela indo pra porta. — Cola aqui.

Ela volta e senta no cantinho da cama.

— Tá melhor?

— Aham.

— Pensei em chamar os seus amigos e falar que você tá bem... Eles podem estar preocupados e...

— Não quero ver ninguém, só fica aqui você comigo... — Falo sem olhar nos olhos dela.

Pareço um merda falando essas parada.

Sempre lembro de Thomas quando falo algo parecido.

— Tá...

— Já comeu?

— Sim... Com a Leidy.

— Tô sem fome. — Falo, mas na real, tô com uma puta de uma fome!

— Mas é importante comer... Come um pouquinho só, as cenouras pelo menos...

— Não tô afim!

— Tá... Então eu levo pra lá de volta... — Diz calma indo pegar o prato.

Caralho essa mina não insiste não?

— Deixa! Eu como. — Falo comendo bravo já que ela não caiu no meu papinho.

Ela me olha um pouco, depois olha pros móveis e depois recebe uma mensagem no celular.

Ela pega o celular e sorri.

Quem diabos tá mandando mensagem pra essa garota?

Que porra!

— Tô mal. — Falo chamando atenção.

— O que houve? — Diz ainda mexendo na porra do celular.

— O que tanto tu tá vendo ai? — Pego aquela merda da mão dela e vejo a conversa.

Marcão?

— Devolve Puma! — Diz tentando pegar de novo, mas eu não deixo.

Eu começo a ler a conversa.

Marcão diz "Como tu tá gata?" e ela responde "Bem... Tô no trabalho".

Subo a conversa mas não tem mais nada, só algumas ligações que eles fizeram.

Vejo ele digitando.

— PUMA! — Nala grita tentando pegar o celular, mas não vai pegar porra nenhuma.

Eu já tô puto pra caralho agora.

Que porra que eles tão conversando?

"Tabom, até depois então."

Ele manda e eu jogo o celular no chão.

— PUMA! — Fala indo pegar aquela porra.

— Ceis tão ficando? — Falo alto mas sem gritar.

Tento me acalmar ao máximo, mas a raiva que eu sinto tá grande.

— Não!

— Transaram? — Falo direto.

— Puma! Claro que não! Tá louco? — Fala chocada e eu reparo bem em seus olhos...

Não parece estar mentindo...

— Jura?

— Juro!

Eu fico em silêncio olhando pra carinha fofa dela.

— Eu gosto de tu Nala... Pensa nisso. — Finalmente digo e me deito.

Ela sai do quarto sem dizer mais nada...

Não acredito que eu realmente disse.

De um lado me sinto bem por ter dito, mas do outro... Bravo, por talvez ela não sentir o mesmo!

Droga!

O tempo passa e do nada, Paiva aparece.

— Fala irmaozinho! Como tu tá?

— Bem. — Fazemos um toque.

— Ficamo preocupado com tu, tu não apareceu hoje, e você sempre é o primeiro.

— Tá suave, só dormi demais e tava malzão do tiro.

— Pode pá. Vou te passar a visão... Tem um mano querendo subir no morro, disse que te conhece.

— Que mano?

— Porra... — Ele pega o celular pra conferir o nome. — É Leandro...

Ao ouvir esse nome meu coração dá uma parada.

Que que esse muleque tá fazendo aqui?

Mocinha do ChefeOnde histórias criam vida. Descubra agora