18

27.3K 1.5K 270
                                    

PUMA

Tô sem saco pra aguentar baile hoje. Fico só olhando as pessoas e não uso nem a droga que tinha pedido pro Marcão trazer.

Patrícia já veio aqui me atazanar, mas já mandei a puta embora. Tava cheia de maquiagem e toda empiriquitada pra mim, mas hoje não tô com cabeça.

— Tô vazando. — Aviso o Paiva e ele me encara.

— Ué, mas já?

— Aham. — Saio indo pra casa.

Hoje só quero ficar susse.

Quando tô passando perto de uns becos de atalho, escuto umas vozes de uns caras e vou ver que que tá rolando.

Apareço na entrada do beco e vejo três homens com aquela mina.

Tinha que ser ela mesmo jogada nesse beco, ô mulher idiota puta merda!

A salvo ou deixo ela se foder? Querendo ou não, ela não é da minha conta.

Foda-se.

Me aproximo dos cara.

— Deixa ela quieta caralho! — Falo alto e eles se assustam.

Quando me veem, já se afastam.

— Foi mal chefe. — Dizem e correm dali.

Eu reviro os olhos e vejo a mina sentada no chão chorando.

— Que mina descuidada do caralho, sabe que não pode ficar jogada no beco ainda mais essas horas — Falo e ela chora mais ainda.

Ela se abraça com as pernas e fica tão pequenininha desse jeito...

Algo em mim fica com dó.

Me aproximo para levantá-la mas ela vira pro lado e começa a vomitar no chão.

— Só pode ser brincadeira! — Murmurro e seguro rápido o cabelo dela, que já ia ficar todo gorfado.

Ela vomita mais e eu me arrependo de ter a encontrado.

Ela para de vomitar e quase deita no chão.

— Consegue levantar? — Pergunto, mas tô com raiva ainda de ter que ficar aqui.

O "sim" com a cabeça dela confirma e eu puxo suas mãos, a levantando.

Ela cambaleia que nem uma bêbada, nem andar essa infeliz consegue.

Reviro os olhos novamente e pego ela no colo, com a cabeça pra um lado e as pernas para o outro.

— O que tá...

— Cala a boca!

Era só o que me faltava, sinceramente.

Caminho mais um pouco e chegamos em casa.

Subo as escadas e sério, que menina leve.

Ela fica quietinha o tempo inteiro, parece estar cansada.

Eu a levo pro quarto de hóspedes e a largo na cama.

— Óbvio que tu tava bêbada, já bebeu alguma vez na tua vida? — Pergunto e ela nega com a cabeça. — Tu é muito irresponsável, deu sorte de eu estar passando por aquele beco, eles iam te...

— Para! — Ela começa a chorar muito.

Eu sei lá o que fazer, nunca vi uma mina chorar tanto assim.

— Ou! Para de chorar. — Digo mas ela não para.

Eu tentei...

— Fiquei com medo! Se você não tivesse chegado... — Ela se encolhe e fica pequenininha de novo.

— Tu me ajudou com o mano que roubou as arma, agora eu te ajudei. Certo pelo certo.

— Se eu não tivesse dedurado ele, ele ainda estaria vivo. — Ela deixa as lágrimas cairem mais ainda.

Que mina sentimental, meu caralho.

— Ele morreria de qualquer jeito, fica susse. — Me levanto.

— Onde você vai?

Saio do quarto deixando a porta aberta e entro no meu.

Pego uma camiseta preta básica e volto pro quarto que ela tá.

Jogo a camisa do lado dela.

— Que isso? — Ela se senta de pernas cruzadas e limpa as lágrimas com as mãos.

Devo admitir, achei bem fofo as bochechas vermelinhas.

Mas fico com cara fechada pra ela.

— Tá cega? Uma camisa porra. Tua roupa tá suja.

Ela se olha e vê que tá meio suja mesmo.

— Pode virar? — Eu a encaro. — Por favor... — Eu viro e cruzo os braços. — Pronto. — Me desviro.

Vejo ela só com minha camiseta, que ficou gigante nela.

Me sento do seu lado e fico prestando atenção em seu rosto.

Caralho, essa mina é muito linda.

Com essa carinha meio inchada de chorar então...

Vejo que ela fica toda envergonhada com meu olhar e fica olhando pra baixo.

— Acho que... Vou pra casa. — Ela se levanta. Mina baixinha da porra.

Eu coloco meus braços pra trás enquanto ela tá de pé na minha frente.

Abro mais minhas pernas e ela fica mais nervosa.

— Dorme aqui. — Falo vendo seu rosto voltar a ficar vermelho.

Eu amo isso e seguro a risada.

— Não! Tenho que ir...

— E vai sozinha? E se algum cara te agarrar na rua, quem que vai te proteger?

— Pode me levar então? — Ela pede com jeitinho.

Eu finjo pensar na situação.

— Não. — Respondo sorrindo e ela faz cara de brava.

Filha da puta, ela brava assim é mais gata ainda.

— Dorme aí, já mandei!

— Tá! — Se senta na cama de novo.

Eu dou mais uma olhada nela e me levanto.

— Tô vazando então.

— Tá... Puma! — Chama quando vou sair do quarto. — Obrigada. Obrigada mesmo. — Diz e eu fico puto porque fico com vontade de sorrir.

— Suave. — Respondo e fecho a porta.

Vou pro meu quarto e me deito.

Nada faz eu conseguir tirar da minha mente ela só com a minha camisa no corpo.

Essa mina tem alguma coisa...

Mocinha do ChefeOnde histórias criam vida. Descubra agora