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PUMA

— Puma? Capaz que é tu mané! — Diz já reconhecendo minha voz e eu sorrio.

— Eu mermo menor!

— Faz mó cota que nois não se tromba! Nunca mais me ligou!

— Não sou tuas putinha pra ficar te ligando né K10?

— Se fude irmão, minhas puta tão melhor que você aí! Soube que invadiram teu morro esses tempo.

— Foi menor, duas veiz já, mas metemo bala, tu tá ligado como que é.

— É foda né irmão, bagulho aqui tá suave bem de boa, mas se subirem, vai ser tempo ruim toda hora, nem vão voltar, se fude esses polícia filho da puta.

— Pode pá!

— Mas pra tu aparecer do nada assim algo tem né, não venha me dizer que tá precisando dos malote!

— Porra, tu é esperto ein bonzão.

— Coisa ruim só aparece pra pedir dinheiro mesmo, tu sabe.

— Vô te passar a visão aqui K10, tu tá ligado no meu irmão né?

— A tô ligado né pai, Leandrinho que meteu o pé depois que tu assumiu os bagulho por ae! Aquele lá é doidão viu? Já te falei.

— Tô ligado, só que o bagulho é o seguinte, ele tá devendo dinheiro pra porra pra um dono aí, e tá sem porte nenhum...

— Hmm, tô sacando as tuas ideia malandro. Tu quer que eu entre nessa porra com a grana né?

— Metade.

— Se tu tá podendo pagar só metade, o bagulho é grandão então.

— É pra caralho! Se não num tava pedindo a tua ajuda.

— Aham... — Kevin parece pensar. — Sei não viu Puma? Acho que tá armado isso aí!

— Vão matar ele se eu não bolar essa grana hoje! Tô te pedindo em nome da nossa amizade e da consideração que eu tenho pela tua família e que tu tem pela minha...

— Considero tu pra caralho menor... Tu me ajudou com muita coisa no passado que nois tamo ligado... Só por isso que vô te ajuda.

— Obrigado K10, sem mancada! — Digo agradecido de verdade.

Não é qualquer um que daria uma porrada de dinheiro assim pra mim.

— É por tu Puma, ajudando tua família e tua quebrada, se nois precisar, quero a mesma postura nessa caminhada.

— Pode pá!

Conversamos sobre quanto vai ser a grana e outros papo.

— Que o Rei te abençoe então irmão, e hoje a noite um dos meus aparece aí com os malote.

— Jae Kevin, agradeço tuas ideias. — Falo e desligamos.

Espero que dê certo essa porra! Se não meu irmão tá é fudido!

Guardo meu celular no bolso e abro a porta.

Desço as escadas e vejo meu irmão conversando com Leidy.

— Puma, seu amigo se apresentou pra mim, contou várias coisas que vocês já fizeram juntos.

Eu dou uma boa olhada em Leandro e ele faz um sinal de que tá tudo bem, ou seja, ela não sabe de nada.

— Eh, conheço esse muleque tem tempos! Agora vamo que nois precisa resolver umas parada. — Digo e abro a porta pra sair de casa.

Antes, vejo Nala na sala arrumando uma estante.

Tá lindona.

— Me espera lá fora. — Falo pra Leandro e ele vai meio desconfiado.

Me aproximo de Nala e ela me olha.

— Tudo bem?

— Suave, vou ter que resolver umas parada, amanhã nois conversa. — Digo meio preocupado e ela parece notar isso.

— Mas tá tudo bem?

— Tá, suave. Até depois! — Me afasto e fecho a porta, deixando ela ali mesmo.

Eu e Leandro caminhamos até a salinha.

Paiva tava lá escrevendo uns bagulho no papel.

— Leandro, Paiva, meu braço direito. — Digo os apresentando. — E o Leandro é um amigo de longa data.

— Satisfação menor. — Paiva diz o cumprimentando.

— Nois vamo dar umas vorta, depois aparecemo por aí.

— Fechou.

Saimos da salinha e fomos até uma parte do morro que quase ninguém conhece. É uma entrada meio escondida.

Vários minutos depois, aparece um cara todo vestido de preto, e ele entrega a maleta na minha mão, sem dizer absolutamente nada.

Eu fico de olho pra qualquer sinal mas ele só vaza.

Abro a maleta e tem só nota das grandes nessa porra.

— Fica aqui! — Falo pra Leandro e vou onde eu guardo o meu dinheiro.

Pego uma bolsa e coloco tudo o que nois precisa nela e já volto pra onde eu tava.

— Como você conseguiu a grana da maleta?

— Tenho meus contatos né porra.

Kevin é um amigo antigo, nois brincava quando era pivete e crescemo junto nessa vida.

Agora nois tá em cima, somos o dono da nossa quebrada e nada mais importa.

Perdemo contato com o tempo por conta de compromisso e missão pra todo lado, mas aquele mano é gente boa.

Eu subi antes no morro e consegui fazer ele crescer em outro morro também, um maior.

A vida dele tá boa que eu sei, esse K10 não dá pra brincar não, o maluco quando bota alguma porra na cabeça, ele faz sem medo, praticamente uma lenda.

Esperamos um pouco e então eu aviso.

— Bora!

Vai eu e o Leandro entregar os malote pro cara que ele deve.

Que o Senhor nos proteja.

***

Fala tropinha!

MUITO obrigada pelos 200k de visu!!! Vocês são foda!! Tô muito felizzzz!

Até depoissss!!

Mocinha do ChefeOnde histórias criam vida. Descubra agora