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KEVIN (K10)

Depois daquele caos todo, falaram que eu podia dormir na casa do Puma pra poder descansar até dar a hora de nois sair.

Entro num quarto vazio, que deve ser o de hóspedes, acendo meu baseado e fico pensando em como prosseguir o plano sem ter nenhuma baixa...

Talvez alguns morram, mas não é do meu morro mesmo né, então tá suave.

Não preciso de muita gente também, pelo o que sei, aquele morro que eles tão, tem poucas pessoas... Nois acaba com eles rapidinho.

Me deito na cama esperando a hora do ataque.

Escuto batidas na porta e já levanto desesperado só de samba canção (um shorts) e já fico preparado caso alguém esteja invadindo... Mas ai eu lembro que não tô no meu morro, então fico mais tranquilo.

Abro a porta e Paiva tá na frente e os outros caras atrás, como se fossem cachorinhos.

— Bora caralho! Já são duas da matina e o cara dormindo! Que folga é essa? Tá de férias porra? — Paiva diz com raiva e eu reviro os olhos.

— Esse tá se aproveitando dos percence do Puma esse safado! — Vez do manco falar, sendo que nem aqui ele devia tá.

— Pode chegar tropa, fiquem a vontade enquanto eu me arrumo. — Falo já bocejando de sono.

— Fica a vontade?? A casa nem tua é porra! — O cara meio bobo diz.

Esse povo tá é muito ansioso e eufóricos com o que está por vir, tudo estressado.

Enfim, me levanto e já troco de roupa.

Coloco uma camisa cinza longa que tá mó frio por aqui e uma calça camuflada.

Preparo minhas armas e munições que eu trouxe e tô pronto pra comandar essa merda!

— Bora cambada trazer o chefe de vocês pra casa! Já tá na hora né! — Falo em tom de liderança e todo posturado.

— BORA CARALHOOO! — Paiva se anima mais do que todos.

Estranho.... Achei que a mocinha ia tá por aqui, mas graças a Deus que não veio, assim eu não tenho que cuidar de ninguém!

Puxei a fila pra nois ir até o outro morro, que não fica tão longe, mas é perigoso da mesmo forma.

Nois vai de moto porque é mais rápido, e se realmente tiver rolado um sequestro, ele vai tá bem machucado... Eu sei disso porque é o que faria se sequestrasse alguém, óbvio.

— Paiva, tem outro canto por ai que sai do morro ou só a principal mermo?

— Tô ligado numa saída. A gente quase nem usa ela, mas é mais seguro. Vamo colar lá. — Fala em tom de dúvida e ele começa a guiar o caminho.

Chegando lá, as motos já tão preparadas, os armamento tão com a tropa, sangue no olhar e o radinho do Paiva tocando...

Oxe, quem que é essas hora?

Não é possível que deu merda antes mesmo de começar essa bomba!

— PAIVA! PAIVA! — Reconheço a voz do manco daqui.

Que que ele deve tá querendo?

— QUE FOI? FALA DE UMA VEZ PORRA! — Paiva diz já estressado.

— PÔ CHEFE, EU TENTEI, MAS O CHARME DELA É DEMAIS. NALA TÁ INDO PRA AÍ, JÁ DEVE TÁ CHEGANDO NA REAL... AGORA FUDEU. — Fala preocupado.

Paiva desliga o rádio e olha pra gente.

— Nem enrolar a mulher ele conseguiu! Puta que pariu! Vamo subir na moto antes que ela che...

Mocinha do ChefeOnde histórias criam vida. Descubra agora