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PUMA

Chego perto da portaria e já vejo IG, Paiva e os seguranças me esperando.

Quando eles me veem, percebem o que tá rolando e correm segurar o cara.

— É esse filho da puta mesmo? — Paiva pergunta com sangue nos olhos e eu confirmo com a cabeça.

— Esse filho da puta! — IG dá um soco na cara do Vinicius.

— Onde levamos ele? — Os seguranças perguntam.

— Não tá claro? Leva pras ideia. — Vinicius me olha assustado.

Eu sou o que tá com mais sangue nos olhos nessa merda.

Quero eu mesmo matar esse filho da puta com um tiro.

Os caras começam a levar ele e Paiva os seguem e IG volta pra fazer vigia.

Eu vou atrás, mas antes...

— Pra onde vão levar ele?? — A mina me pergunta.

Eu olho pras mãos dela que seguram as armas como se fossem bebês.

— Dá isso aqui! — Pego de seus braços, verifico a munição, e coloco na cintura.

— O que é "levar pras ideia"??

— Tu não vai querer saber.

— Vão matar ele??? — Pergunta em choque.

— Tá achando que aqui nois resolve tudo os papo na conversa? Eu vou bater nele até ele morrer, pra aprender que não devia ter se metido no meu morro! E é bom tu ficar ligada, porque se essa informação for falsa, é tu que vai pras ideia. — Falo puto e saio andando.

Sinceramente, foi mais fácil do que pensei pegar o cara que tá por trás disso, normalmente nois fica tempos procurando suspeitos.

Andando mais um pouco, indo pro mais longe da favela, eu coloquei uma sala pequena lá, que tem tudo do ruim e do pior só pra lixo desse tipo.

É uma sala escura e úmida, o cara que vem pra cá, é porque fez merda pra caralho.

— Pode prender. — Digo e os seguranças o amarram na cadeira com as mãos para trás.

Na sala só fica eu, os seguranças e meu braço direito, Paiva.

— Se falar oq nois quer saber, tu não sofre tanto. Tá recebendo ordem de quem?

O cara se nega a falar e eu já dou um puta soco na cara dele, que faz o nariz sangrar.

— Já falei que não vou falar caralho. — Ele diz e eu vou outro murro bem na cara.

— Se não falar, vamo cortar cada parte do teu corpo desgraçado do caralho! — Começo a falar mais alto.

Uns minutos passam e de jeito nenhum ele fala. Seu rosto já está coberto de sangue, eu já cortei algum de seus dedos e nada.

— Deixa ele passando fome e com sede ai, amanhã nois continua. — Um segurança pede.

— Mata logo esse fudido, não tem porra de informação nenhuma. — Paiva diz.

É uma opinião de cada lado e eu já tava puto com essa merda de opinião.

— TU VAI MORRER FILHO DA PUTA SE NÃO FALAR QUEM QUE TE MANDOU PEGAR AS ARMA! CHEGOU A INFO DE QUE TU SUMIU COM ELAS!

Ele fica quieto e eu pego minha pistola.

Dou um tiro em seu braço e ele grita mais ainda.

Aponto para sua outra perna.

— A POLÍCIA ME MANDOU! FALOU QUE SE EU PEGASSE AS ARMA, EU IA GANHAR UMA GRANA! EU ACEITEI! — Ele fala alto mas fecha os olhos, como se fosse desmaiar.

— Tu tá com os cop?

— Sim... — Ele começa a chorar e eu olho pro Paiva com cara de "finalmente".

Levanto minha arma pra cabeça dele e ele se desespera.

— CALMA! CALMA! NÃO ME MATA POHA!

— ME DÁ UM MOTIVO!

— PORQUE EU TENHO UMA INFORMAÇÃO.

— QUE PORRA DE INFORMAÇÃO?

— Eles vão invadir!

— COMO????

— VÃO INVADIR!

Olho pro Paiva pensando, caralho merda.

— QUE INFORMAÇÃO TU PASSOU PRA ELES?

— Nada! Eu juro! Só me pediram pra pegar as armas.

— Aqueles animais! — Paiva fala puto.

— Quando e em quantos vão vir?

— Não disseram nada disso pra mim! Não me mata...

— Tem mais alguma coisa? — Pergunto pro cara e ele nega com a cabeça.

Em um segundo, a bala voa pra testa dele, o matando na hora.

— Deixa o corpo dele pendurado no começo do morro, pro cop saber que já sabemos do plano. — Dou ordem aos seguranças, que logo vão fazer o trabalho deles.

Me dão um sinal no rádio que encontraram as armas no barraco do filho da puta.

Eu respiro aliviado.

Fico sozinho com Paiva e enquanto saímos da sala, vamos conversando.

— Eles queriam pegar nois sem arma nenhuma nessa porra!

— Nois ia tudo se fuder! Iam massacrar o morro todo sem dó. — Paiva comenta.

— Eles vão vim.

— Acho que sim. Tamo preparado ou nem?

— Tamo, mas vai dar uma merda do caralho se eles entrarem.

— Vai... E eles vão invadir logo...

— Pode pá. — Digo pensando sobre tudo.

Esses porra queria deixar nois tudo desarmado só pra meter bala em geral.

Sem nois com arma, cop sobe o morro aqui como se fosse deles...

Me despeço do Paiva e volto pra casa. Já tá quase escurecendo e nois ainda tem baile.

Em casa, tomo um banho demorado, a mente tá em outra fita, coloco uma calça preta e fico sem camisa mesmo.

O foda de tudo isso é pensar que, se não fosse aquela mina, nois teria se fudido pra um caralho!

Mocinha do ChefeOnde histórias criam vida. Descubra agora