A Fuga da Cidade Subterrânea - XXXV

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Enquanto Theo carrega Leyla em suas costas, ele sente o peso não apenas físico, mas também da responsabilidade e do medo que todos compartilham. Cada passo dado pelas passagens subterrâneas é uma aposta para alcançar a liberdade. Eve e Dante correm à frente, tentando manter as passagens abertas, atentos a qualquer sinal de perigo.

A luz no final do túnel surge como uma esperança, uma promessa de um novo começo fora do labirinto sombrio e ameaçador da cidade subterrânea. À medida que eles se aproximam, a intensidade da luz se torna desconcertante para olhos acostumados ao escuro. Eles precisam cobrir os olhos para evitar a dor momentânea da exposição súbita à luz do dia. Porém, a sensação de liberdade os impulsiona, e eles atravessam a abertura, finalmente alcançando o mundo exterior.

Dante observa o cenário à sua frente. É misterioso e impressionante, muito diferente da fria e opressiva cidade subterrânea. A visão da paisagem, com suas colinas verdes, árvores altas e rios cintilantes, parece algo saído de um sonho. Ele lembra-se das palavras de Kent sobre o mundo além do abismo e sente uma conexão com o amigo, como se, mesmo à distância, Kent estivesse ao seu lado.

Eve respira profundamente, inspirando o ar fresco e percebendo o cheiro das flores e da terra úmida. Ela olha para Theo e Leyla, notando o alívio no rosto de Theo ao ver a luz do dia. Mesmo machucada, Leyla abre um leve sorriso, sabendo que eles estão mais perto da liberdade e longe das garras de Alain.

Porém, apesar da sensação de vitória, todos sabem que Alain não desistirá tão facilmente. O mundo exterior é bonito, mas também cheio de desafios e ameaças. Eles precisam se esconder, recuperar forças e planejar seus próximos passos para garantir que Alain não consiga capturá-los novamente.

Theo ajusta Leyla em suas costas, certificando-se de que ela esteja segura, e juntos eles continuam avançando, guiados pela luz e pela esperança de encontrar um refúgio seguro onde possam se preparar para o que vier a seguir. Cada passo é um passo mais perto da liberdade e da reconstrução de suas vidas.

Dante sente a falta de Kent enquanto se ajusta ao mundo fora do abismo da cidade subterrânea. A luz do dia traz alívio, mas também uma sensação de vazio porque Kent não está ao seu lado para compartilhar esse momento. Ele se pergunta quando poderá encontrá-lo novamente e sente um aperto no peito ao pensar no tempo que passará longe de sua companhia.

Enquanto corre para a luz, Theo olha para Leyla em suas costas e percebe a determinação no rosto de Dante e Eve enquanto avançam para a liberdade. Ele sabe que todos estão correndo para algo maior, não apenas para fugir do perigo, mas para encontrar amor, segurança e um lugar para pertencer.

A nova paisagem é deslumbrante, mas Dante só consegue pensar em Kent. Ele se lembra do tempo que passaram juntos, das promessas feitas em seu lugar seguro, e da maneira como Kent o fazia se sentir em casa. A realidade de estar longe do namorado pesa em seu coração, mas ele sabe que deve ser forte para proteger aqueles ao seu redor.

Eve compartilha uma sensação semelhante, lembrando-se de sua própria irmã e de tudo o que eles passaram. O momento de luz é agridoce, cheio de esperança, mas também de incerteza. Eles devem continuar a correr, não apenas para escapar de Alain, mas para reconstruir suas vidas e, no caso de Dante, para um dia se reencontrar com Kent.

Apesar das incertezas, o que permanece é a vontade de viver, amar e proteger uns aos outros. Theo, Leyla, Eve e Dante continuam avançando, sabendo que um novo mundo os espera, um mundo onde eles podem finalmente estar juntos com aqueles que amam.

Leyla suspira e tenta descer das costas de Theo.

- Oque houve? - Theo questiona Leyla.

- Você deve está cansado de me carregar, então pode descansar um pouco. - Diz Leyla sorrindo.

Theo balança a cabeça, sorrindo também.
- Não se preocupe com isso, Leyla. Você está machucada e eu quero ajudar. - Ele ajusta Leyla em suas costas para uma posição mais confortável.

- Além do mais, estamos quase lá. Apenas um pouco mais e você poderá descansar de verdade. - Diz Leyla rindo.

Dante, ouvindo a conversa, olha para trás e sorri.

- Theo tem razão. Vamos sair desse lugar logo, e aí você poderá descansar em uma cama de verdade, com comida de verdade. - Eve, ao seu lado, concorda com um aceno.

Leyla reluta um pouco, mas ela sabe que Theo está certo.
- Obrigado por isso. Sei que não é fácil carregar alguém assim.

- Você faria o mesmo por mim - Theo responde, caminhando pela trilha que leva para fora da cidade subterrânea.

- Além disso, depois de tudo que passamos, somos como uma família agora, não é? - Ele lança um olhar para Dante e Eve, que acenam com a cabeça.
- Família cuida uma da outra.

À medida que a luz do dia se aproxima, Leyla se sente aliviada por estar cercada por pessoas que realmente se importam. Mesmo depois de tanta traição e perigo, ela sabe que está com as pessoas certas.

- Sim, somos uma família. E vamos sair disso juntos. - Diz Leyla sorrindo alegremente.

O som do vento e o calor da luz do sol indicam que eles estão perto da saída. Eles podem finalmente respirar o ar fresco e planejar seus próximos passos. Mas a presença dos outros é o que realmente faz Leyla se sentir segura. Porque, mesmo com toda a incerteza à frente, ela não está mais sozinha. E isso é o que importa.

Após isso eles chegam a outro lugar, uma praia, Eve sorri aliviada ao ver que conhece aquele lugar...

- Eu vinha aqui no verão com os meus pais e a Leyla, você lembra não é? - Diz Eve sorrindo e olhando para todos os lados possíveis.

- Sim, eu me lembro, essa praia... Espere estamos em Loria! - Diz Leyla sorrindo.

Dante percebe que Loria é o mesmo lugar onde Kent está e começa a sorrir junto.

- Acho que Kent está por aqui, ele disse que estava quase chegando aqui... - Diz Dante sorrindo tímido.

- O seu namorado? - Diz Theo provocando Dante.

Eve e Leyla riem e perguntam quando foi que Dante se apaixonou, Dante fica tímido e começa a rir.

- A gente se comunica por telepatia. - Diz Dante.

- "Comunicação por telepatia", sempre acreditei nisso, estudei isso por vários anos, mas nunca consegui presenciar ou conhecer alguém que conseguiu fazer isso. Isto só é possível por uma conexão forte entre duas pessoas independente se dão almas gêmeas ou não. - Diz Leyla sorrindo. - Aliás, estudei as emoções humanas por vários anos, onde estão os meus modos, me chamo Leyla, e você?

- Me chamo Dante, mas pode me chamar de Dan. - Diz Dante sorrindo.

- Eu realmente não sei oque houve, eu vi a corrente chegar perto de mim, e depois foi como se isso não funcionassem em mim... - Diz Dante sorrindo com a esperança de ter descobrido uma nova habilidade.

- Mas e quando ele prendeu a gente um no outro com uma corda pelo pescoço? Funcionou em você. - Diz Eve confusa.

- Acho que foi porque eu deixei, aliás era um desafio justo, pelo menos da nossa parte. - Diz Dante em um tom de suspense.

Sombras do Abismo: O Corvo PrateadoOnde histórias criam vida. Descubra agora