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𝓜iami, Flórida.
Cassie Miller.

[ . . . ]

𝓗ouve um momento da noite em que ainda conseguia contar os shots de tequila, quando Jane e Alana me arrastaram para o bar e encheram 7 copos de uma só vez.

Mason não concordou em irmos para a casa dele para comemorar, então, todos nós viemos para um bar qualquer na cidade.

Os brutamontes ao nosso redor gargalhavam, comentavam sobre a vitória de Tyler no racha e fumavam dois baseados ao mesmo tempo.

Desviei os olhos por cinco segundos e isso foi suficiente para que eu o visse.

Connor estava largado no sofá e havia uma mulher no seu colo — Maya, pelo o que eu soube. Os fios loiros e escorridos caíam sobre o decote exagerado do vestido e as pernas longas cruzadas com elegância. Ela era linda, não do tipo charmosa, mas do tipo modelo que saiu de uma revista da Vogue. E Maya o tocava com intimidade, como se já tivesse feito isso antes, um milhão de vezes.

— Ei — Lana agarrou o meu braço, como se tentasse me acordar de um transe. — Viemos nos divertir, lembra?

Assenti, porque ela estava certa. Já havia passado tempo suficiente lidando com limites e dores que me impediam de fazer tudo o que eu realmente queria.

E eu queria me divertir, não como uma vítima, não como uma sobrevivente ou como uma culpada. Eu queria me divertir como uma garota normal.

Joguei a segunda dose de tequila pela garganta e, em seguida, empurrei o limão contra a boca, eufórica.

Demorou menos de 30 minutos para que
Jane sumisse na multidão com Mason e mais 20 minutos para que Alana também desaparecesse. Eu estava sozinha e... Alegre?

Lembrei das palavras de Lana sobre se divertir e virei a terceira dose de tequila pela goela — ou era a décima segunda?

Àquela altura já ria para qualquer coisa que respirasse, mas não estava tão bêbada. Havia um cara ao meu lado. Ele estava embaçado e sorria para mim. O álcool pulsava tão forte no meu sangue que não me importei. Me sentia aérea de tudo o que acontecia ao meu redor e também sentia uma vontade incontrolável de pular.

Meus pés me levaram até a pista de dança, onde uma multidão de corpos se estregavam um ao outro. Meu corpo se movimentava de acordo com o ritmo da batida, fechei os meus olhos apenas sentindo o balanço.

Meus cabelos estavam grudados na minha têmpora e a saia de couro havia subido. Inspirei fortemente e soltei uma risada quando senti o chão debaixo dos meus pés rodar.

Mas antes que eu caísse de bunda no chão, senti duas mãos segurarem o meu quadril.

— Opa... — a voz grossa ressoou no meu ouvido, passeando pelo meu pescoço.

— Ops! Desculpa — murmurei, forçando minhas mãos para baixo ao tentar me desvencilhar dos dedos fortes do cara. — Eu me desequilibrei.

Ele era alto — tinha quase o dobro do meu tamanho — e era musculoso, mas o cara fedia a maconha e cerveja barata.

E ele estava suado, muito, muito suado.

— Tudo bem, eu já estou bem — resmunguei impacientemente.

— Relaxa, ok? — ele devolveu. — Estamos nos divertindo, meu bem. Vamos dançar.

O quadril dele estava grudado ao meu. Baixei os olhos para enxergar suas mãos firmes contra o meu estômago enquanto eu puxava dedo por dedo. Tentei me afastar pelo que imaginava ser a décima vez.

— Me deixa em paz! — berrei.

Uma garota surgiu no meio do borrão de pessoas. Os cabelos flamejantes balançando ao passo que ela enroscava a mão no braço forte do cara.

— Solta a garota, Ryan — disse, ainda paciente.

Ele não se moveu.

— Me larga!

Olho para o cara na minha frente, mas seu olhar não está em meu ser, está para algo — ou melhor, alguém — atrás de mim.

Giro meu pescoço para ver quem é e meus olhos quase saltam de órbita quando o faço.

— Connor — Seu nome deixa meus lábios em um sussurro.

kiss, tori

ℳeu ℰclipse    ,   dark boyOnde histórias criam vida. Descubra agora