𝓜iami, Flórida.
Cassie Miller.[ . . . ]
— 𝓐h não, isso não é justo! Você roubou, eu joguei certinho em todas as partidas e não tem como eu ter perdido nessa! — esbravejei, jogando o controle do videogame em sua direção e cruzando os braços, indignada por ter perdido mais uma vez a partida do FIFA.
Estávamos jogando há um tempão e eu só havia ganhado duas vezes, nas quais eu desconfio muito de que ele me deixou ganhar por pena.
— Cassie, não é culpa minha que eu sou foda até fora do campo, queridinha — tocou a ponta do meu nariz e eu, totalmente enfezada, bati em sua mão, a tirando de perto de mim.
— Você só ganhou porque tem mais prática do que eu e porque seu avatar deve ter alguma habilidade especial. Espera só eu aprender jogar melhor essa porcaria! — semicerrei os olhos, o ouvindo gargalhar alto.
— Quer jogar comigo pra você ver que não é marmelada? — perguntou, se oferecendo pra que eu jogasse com seu avatar daquela vez mas eu já estava de saco cheio de jogar.
— Não, já cansei. Não quero mais jogar nada disso — resmunguei, soltando meus cabelos da presilha, a deixando sobre o braço de seu sofá.
— Só porque tá perdendo, Cooks? — debochou, curvando a boca num sorriso zombeteiro e eu rolei os olhos, estalando a língua.
— Não é isso, eu só tô de saco cheio — balancei os ombros e ele assentiu, mexendo em algo no controle da televisão, desconectando o jogo.
— Não fica bolada porque você perdeu, na próxima prometo que deixo você ganhar. — me lançou uma piscadela, ergui uma sobrancelha.
— E vai haver próxima, é?
— Você adora dizer nunca e depois pagar com a língua, né? Olha você aqui, com os pés no sofá do meu apartamento, a dois palmos de mim — mordi a pele interior da bochecha e suspirei pesado.
De fato, depois que começamos a jogar eu tinha me esquecido que não estava em casa e retirei minhas botas, ficando com os pés protegidos apenas pela meia calça. Por sorte o aquecedor estava ligado.
— Ai Tyler, você se acha demais — neguei com a cabeça. — Essa sua cara nem treme, não é?
Na televisão começou a passar um filme de época bem antigo, já deveria ser bem tarde e eu sabia que deveria ir embora, mas eu não gosto nem um pouco de enfrentar meus pesadelos sabendo que vou encontrar meu pai hoje — mais tarde.
— Não me envergonho de falar a verdade, Cassie — foi sua vez de balançar os ombros. — Como por exemplo, que eu quero te beijar agora — ele sussurra.
Levei a caneca até a boca, bebendo um gole do chocolate quente e sentindo minha língua queimar um pouquinho com a temperatura da bebida. Mas só aquilo pra tampar o sorriso que surgiu nos meus lábios com a sua fala inesperada.
— Tô vendo esse sorrisinho aí, não adianta esconder — apontou pra mim com o queixo, usando um tom presunçoso.
— Não posso sorrir? — lambi os lábios, retirando os resquícios do chocolate. Ele balançou a cabeça devagar, passando os olhos por todo o meu rosto até parar em meus lábios, até me encarar.
— Pode, na verdade deve. Você fica linda assim, sorrindo... fica uma marquinha no seu rosto — sorriu de lado.
— Que marquinha? — franzi o cenho e ele, sem tirar o sorrisinho do rosto, estendeu a mão na minha direção e tocou minha bochecha, deslizando o polegar suavemente, pude sentir minha pele corar mais ainda diante daquele ato.
Deus, o que estava acontecendo!
— Essa mini covinha aqui! Um charme — disse, levando a mão até meus cabelos, afastando os fios que caíam na frente dos meus olhos para trás da minha orelha, acariciando meu rosto no caminho.
Sou idiota, mas ao ouvi-lo falar de algo que ninguém nunca havia reparado antes me fez ter vontade de sorrir pra sempre dali por diante.
— Ninguém nunca havia reparado nisso — murmurei o que passou pela minha cabeça.
— Sério? — assenti. — Então agora você sabe que não precisa esconder sorriso nenhum, né? Principalmente de mim. Apesar que, pra mim, você mais me xinga e esculacha, do que sorri — Acabei rindo do que ele falou, bebendo um gole do chocolate, que já tinha esfriado um pouquinho, e coloquei a caneca na mesinha novamente, voltando para a posição de antes.
— Te odeio muito, sabia? — menti. Meus olhos não deixaram escapar a lambida que ele deu no lábio inferior.
— Eu também, muito — apoiou a lateral da cabeça na palma da mão, ficando do mesmo jeito que eu.
Estávamos perigosamente perto um do outro e pelo jeito que ele me olhava, parecia que, assim como eu, estava blefando.
— Ah, é? Me odeia quanto? — perguntei, mordendo o lábio inferior e inclinei meu rosto um pouco pra frente.
Notei quando ele engoliu em seco e um sorriso foi surgindo lentamente em seu rosto, suas sobrancelhas subiram e desceram rapidamente, num gesto de desdém.
— Na mesma proporção que eu quero te beijar agora. Pra caralho — me senti afetada com suas palavras e a intensidade do olhar que me direcionou, tanto que também precisei engolir em seco e passar a língua nos lábios.
Como que nega algo pra ele, o ouvindo dizer com a voz rouquinha e gostosa, tão perto de mim e com o perfume que eu tanto gosto totalmente impregnado no meu olfato?
Tyler Connor é irresistível.
— Você precisa da minha permissão? — eu acreditava que ele conseguia ouvir meus batimentos cardíacos de tão acelerados que estavam, minha voz meio falhada denunciou a necessidade que sentia por aquele beijo e, sem esperar por sua resposta, eu praticamente me joguei em cima dele, chocando sua boca na minha em um selinho demorado inicialmente.
Pensei que ele fosse recuar, porém não faria sentido depois de ouvir suas palavras então, ao não ser retribuída nos primeiros segundos, pensei em recuar e o fiz, mas até ele enfiar os dedos entre os meus cabelos e me trazer de volta para perto de si, tomando meus lábios em um beijo arrebatador de tão intenso.
kiss, tori
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ℳeu ℰclipse , dark boy
Teen Fiction❛ 𝗻𝗼𝘄 you're 𝗷𝘂𝘀𝘁 somebady that 𝗶 used 𝘁𝗼 know. ❜ Destruidor na pista e na cama, Tyler Connor é um piloto de racha acostumado a ter adrenalina correndo em suas veias, faz jus à toda fama de cafajeste que carrega. Mas tudo se...