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𝓜iami, Flórida.
Cassie Miller.

[ . . . ]

— 𝓔le não faz meu tipo — respondo sem rodeios.

— Você sequer olhou — Alana retruca.

Viro a página do meu livro chegando no último capítulo. Meu coração se apertava ao saber que o fim do romance de Darcy e Elizabeth estava próximo porque eu não tinha a menor ideia de qual iria ler quando isso acontecesse. Entretanto, eu queria muito saber se as coisas iriam terminar bem. Eu precisava saber.

— E ele não faz meu tipo do mesmo jeito — reafirmei.

— Olha para ele então Jane — Lana súplica.

— Você está olhando o suficiente por você e por mim — a garota loira deduz. — Ele sim é o seu tipo, por isso vá fundo garota, tens o meu apoio.

Aplaudo irônica e Alana revira os olhos.

— Céus, apenas olhem! — Ela extravasa, suas mãos cobrem meu livro me fazendo crispar os meus olhos por ela ter a audácia de invadir totalmente o meu espaço pessoal e arrancar o livro das minhas mãos.

— Alana Cole! — a repreendo furiosa.

Ergo meus olhos irritada, ela bufa tão irritada quanto eu e indica com um movimento de cabeça o balcão da lanchonete.

Reviro os meus olhos e estendo a minha mão para que ela devolva o meu livro o mais rápido possível, antes que eu cometa um assasinato sobre essa mesa usando palitos de dente e guardanapos.

— Olha, eu não condeno você por amar ficar tarando qualquer cara que cruze o seu caminho mas, me levar para esse caminho não vai colar, eu não quero saber dele assim como de todos os outros milhões de caras que você conheceu. Eles não fazem o meu tipo e esse também não — Mexo a minha mão.

Ela indica o balcão com a cabeça outra vez. Aperta meu livro entre as mãos.

— Caramba, apenas olha — pede outra vez, mais convicta.

A gente estava no Coffee Nook, por escolha da Jane, e — consequentemente — convidamos a Alana, se ela não tivesse ocupada transando com algum cara por ai. A chuva ainda caia lá fora, porém na cafeteria, o ar estava ligado fazendo o ambiente ficar quentinho.

Passo a mão por meu rosto começando a ficar muito irritada, e cedo, olho para o balcão do outro lado da cafeteria sem um pingo de vontade.

Um cara está sentado em um dos bancos de frente ao balcão extenso, conversando com o rapaz do caixa.

Assim que percebo que ele não possui tatuagens faço uma careta e volto a olhar para Alana na mesma hora, repudiando-o totalmente.

— Olhei, agora me devolve — Estico o braço puxando o livro de suas mãos.

— Você nem olhou direito — ela reclama.

— O quê? Eu olhei sim. E ele não faz o meu tipo — me faço de confusa.

— Você e sua tara por tatuagens — ela bufa cruzando os braços.

Jane ri do drama da Cole e eu só nego com a cabeça. Sempre curti tatuagens e não seria diferente no corpo de um homem ou seja lá mais quem. Um homem sem tatuagem apenas não era meu estilo.
Não me enchia os olhos ou palpitava meu coração em atração.

— Sua tarada. Desisto de você Cass — seus ombros caem.

— Jura? Sério? Vou dar uma festa em comemoração. Alana Cole, a mulher que desistiu de desencalhar a melhor amiga — finjo estar abrindo uma faixa imaginária acima de nós duas cheia de sarcasmos e ironia escorrendo pelas minhas palavras e o canto da minha boca, em uma voz de comercial anunciando a chamada para um programa muito esperado.

ℳeu ℰclipse    ,   dark boyOnde histórias criam vida. Descubra agora