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𝓜iami, Flórida.
Tyler Connor.

[ . . . ]

— 𝓙á te disse que eu gosto de dirigir contigo? — eu digo, de repente, quebrando o silêncio.

Ela sorri, sem desviar o olhar da janela.

— Não. Mas agora estou curiosa... por quê?

— É sempre... tranquilo. Mesmo quando a gente está brigando ou discutindo alguma besteira — rio de leve. — Sinto como se o tempo parasse.

Ela fica em silêncio por um breve momento.

— Eu também gosto — murmura, baixinho, quase como se confessar isso fosse quebrar a magia do momento.

Virei o rosto para o lado apenas para beijá-la de novo. Liguei o carro, dei a ré e comecei a dirigir.

Passamos uns 5 minutos em completo silêncio. Apenas o som do motor do carro ecoava pelos nossos ouvidos. Quando dobramos na principal, pisei fundo no acelerador.

— Não quero perder o clima — anunciou. — Continue dirigindo.

Antes que eu pudesse responder, Cassie se ajoelhou no banco ao meu lado, sua presença tomando todo o espaço. E ficou de joelhos no banco. Cassie segurou o meu rosto e colocou os lábios na minha mandibula, mordiscando. Meu corpo reagiu no mesmo instante, uma onda de adrenalina misturada com desejo me atravessou, mas mantive as mãos firmes no volante.

— Miller, eu preciso dirigir — sussurrei, tentando manter a concentração.

— É perto — sua mão apertou a minha coxa sob o jeans.

Minha respiração ficou pesada, e uma parte de mim queria ceder, puxá-la para mais perto. Apertei os dedos no volante até os nós dos dedos ficarem brancos.

— Para — exigi, a voz saindo mais rouca do que pretendia.

Mas ela não parou.

Cassie continuou me beijando, seu toque ardendo na minha pele. Meus olhos ficaram pesados. Porra, precisávamos chegar em casa.

Então, sem pensar tirei os olhos da estrada por um segundo para colocá-la de volta no banco. A risada leve dela soou no silêncio do carro, como se nada pudesse dar errado.

— Você é ridículo.

— Você é linda — retruco, tentando manter o tom leve.

Cassie riu ao voltar para o lugar, mas gritou no minuto seguinte.

Porque não vi o cruzamento.

Porque não vi o maldito carro.

Porque tudo o que via era ela — a garota que fodeu meus pensamento em seis anos. A garota que eu odiava com uma intensidade que só quem ja esteve perdido entre desejo e rancor pode entender.

O som da buzina me trouxe de volta, mas era tarde demais. Cassie gritou o meu nome, e eu pisei no freio com força, mas tudo aconteceu rápido demais. O impacto foi brutal, o som do metal retorcido e vidro quebrando ressoou nos meus ouvidos como uma explosão.

Era manhã de 15 de junho quando tudo parou.

Senti o gosto metálico na minha boca, e o silêncio era absoluto. O carro estava destruído, virado de lado a beira da estrada.

Era manhã de 15 de junho quando Cassie gritou o meu nome. Era manhã de 15 de junho quando tudo o que vi foram estilhaços, ferro retorcido e sangue. Sangue por todas as partes.

Então, eu apaguei.

obrigada pelos
6 mil de leitura ❦
kiss, tori

ℳeu ℰclipse    ,   dark boyOnde histórias criam vida. Descubra agora