Aaron 3 Mundos - Guerreiros Da Luz

Capítulo: Hospital de Santa Luzia

Após tomarmos café, e um baita café assim, eu irei dizer, esperamos Hela juntar algumas coisas. Nada como roupas ou sapatos; até mesmo uma vassoura, eu pensei. Mas no final das contas, a garota pegou apenas algumas ervas e poções, dizendo que podem ser úteis em algum momento de nossa viagem.

- Estou pronta e animada, quero pegar a estrada e conhecer o mundo lá fora. - Disse Hela, feliz e sorridente.

- Vejo em seu olhar, minha cara Hela, que há muito tempo você almeja sair e prestigiar o que esse mundo tem a oferecer. No entanto, digo que as coisas lá fora não são como você pensa que sejam. - Alertou Raziel.

Não sei por que ele está tirando a coragem dela dessa forma. Não vejo a hora de conhecer melhor esse anjinho mais lindo e perfeito que Deus Pai poderia colocar em nosso caminho.

- Nossa, e não é que agora ele deu para falar sozinho? - Pietra tirou onda comigo e só então percebi que estava resmungando em voz audível.

- Não vou nem perder tempo respondendo à sua piadinha sem sal. - Respondi com deboche para Petra.

Com isso, todos nós partimos em direção ao clamor por socorro vindo do Hospital. Já havíamos investido tempo suficiente na busca por armas e novos guerreiros. Portanto, acredito que nosso arsenal atual seja mais do que suficiente para enfrentar qualquer coisa que esteja dominando o Hospital. Nosso caminho até o Hospital foi surpreendentemente tranquilo. Eu diria que as coisas correram muito bem; quase não encontramos armadilhas ou criaturas ameaçadoras pelo caminho. Confesso que estava ansioso para ver Hela em ação, imaginando-a enfrentando desafios com a mesma bravura que lhe é característica. No entanto, pelo que parece, essa oportunidade de testemunhar sua destreza terá que esperar por outra ocasião. Enquanto isso, a expectativa de sua performance apenas aumenta, alimentando a curiosidade sobre o que esperar dela.

O caminho tinha sido tranquilo, o que me daria uma oportunidade perfeita para puxar conversa com Hela, se tivesse feito. Algo me dizia que ela está carregando um peso nos ombros, algo que a deixa inquieta. Por outro lado, talvez seja prudente esperar que ela venha até mim, como aconteceu anteriormente. Não quero que ela sinta que estou demasiadamente atento a ela, como se estivesse a cercando ou pressionando.

- Bem, meus caros, aqui estamos nós, diante dos portões do Hospital de Santa Luzia. - Anunciou Raziel, com uma expressão preocupada.

- O que devemos esperar ao entrar? - Perguntei compartilhando a preocupação de Raziel.

- Não tenho certeza, mas sei que tudo que é ruim e maléfico pode ser encontrado confinado dentro deste Hospital. - Respondeu Raziel, tentando preparar-nos para o desconhecido.

- Como iremos passar pelas criaturas que estão no jardim, vigiando a entrada? - Questionou Pietra, buscando uma solução para o obstáculo à frente.

- Deixe comigo. - Disse Hela, com confiança. - Existem muitas ervas e plantas neste jardim, e eu entendo perfeitamente delas. Irei usar o 'Simbolismo' para eliminar as criaturas.

Hela se levantou e caminhou em direção às criaturas. Parou um pouco depois dos portões, se curvou para o chão, apanhou um graveto e começou a rabiscar desenhos que pareciam Runas na terra. Apanhou aquele pedaço de terra rabiscada e soprou ao ar na direção das criaturas infernais. De repente, algumas plantas se levantaram do chão, amarraram as criaturas bem forte e as puxaram para dentro da terra.

- Agora podemos entrar. - Disse Hela, voltando sua atenção pra nós. - Mas lembrem-se, devemos permanecer juntos. Não sabemos o que nos espera lá dentro.

Todos nós ficamos absolutamente pasmos com o que presenciamos! Era, sem dúvida, a coisa mais impressionante que eu já tinha visto, superada apenas pelas lâminas afiadas e brilhantes de Pietra. A habilidade dela com as lâminas era algo que sempre me deixava maravilhado. Olhei ao redor, observando cada um dos membros do nosso grupo. Podia ver em seus olhos a mesma mistura de surpresa e admiração que eu sentia. Era evidente que estávamos nos tornando cada vez mais fortes como um grupo. Cada desafio que enfrentávamos, cada obstáculo que superávamos, apenas solidificava nossa união e fortalecia nossa determinação. Eu podia sentir uma energia pulsante ao nosso redor, uma força invisível que parecia emanar de cada um de nós. Era como se estivéssemos envoltos em um escudo de pura determinação e coragem, um escudo que eu sabia que seria capaz de resistir a qualquer coisa que viesse em nossa direção.