Capítulo: Cidade Nova Em Convulsão

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Atravessamos a entrada da cidade nova, com o coração acelerado e a curiosidade nos olhos. O que nos aguardava ali? As sombras, como espectros silenciosos, se aproximavam, lançando um véu de mistério sobre tudo. As coisas pareciam estar diferentes de quanto Raziel e eu partimos.

Os caminhos familiares se estendiam à nossa frente, mas algo havia mudado. A cidade nova, vista após nossa longa jornada desde a cidade antiga, revelava-se em toda a sua grandiosidade. As construções erguiam-se como sentinelas, testemunhas silenciosas de tempos passados. Aqui, entre as ruas estreitas e os becos sombrios, éramos abençoados pela simplicidade do presente.

Contudo, algo pairava no ar. Um presságio, talvez. As sombras, cada vez mais próximas, transformavam o cenário. O movimento era escasso, como se a própria cidade contivesse a respiração. Não era normal. Não era seguro. Mas, ainda assim, avançamos, movidos pela curiosidade e pela coragem que nos unia.

O que encontraríamos além da próxima esquina? O que as sombras escondiam? A cidade nova, agora parecia conter alguns segredos e enigmas, pareciam aguardava nossa exploração. E nós, como intrépidos guerreiros, estávamos prestes a desvendar o véu do desconhecido.

- Aqui é sempre tão calmo? - perguntou Darius.

- Normalmente, é um caos por todos os lados - respondi, surpreso.

- Cidade bonitinha - disse Hela. - Você vive aqui, Aaron?

- Sim, nasci aqui e vivo aqui desde então - respondi à pergunta.

- O ar está sobrecarregado. Algo não me cheira bem! - revelou Blair sobre a cidade.

- O cheiro costuma ser sempre ruim. - Brincando respondo.

- Realmente, o clima parece pesado. Estou observando uma movimentação nas sombras. - alertou Pietra, reforçando o que Blair disse.

- Algo se aproxima desta cidade, e não é nada bom - afirmou Amaranth. - Os mortos estão sussurrando em meus ouvidos. Lúcifer está perto de chegar. Não demora muito para a guerra começar.

- Sim, sinto que as trevas estão próximas - disse Raziel. - Todos pararam e nos olharam!

- Vocês sentiram isso? - perguntou Meridith.

O solo tremeu sob nossos pés, um sinal inquietante da instabilidade que nos cercava. O estrondo ecoou, e a torre de um prédio, não muito imponente, desabou em nossa direção. Por um fio, escapamos da tragédia iminente.

Bel, ágil e atento, deslizou os dedos habilidosos pelas cordas de sua guitarra. O som vibrante criou uma espécie de rede invisível, um escudo improvisado que nos protegeu no último instante. A torre, como um gigante de pedra, desmoronou a poucos metros de onde estávamos.

O ar estava carregado de tensão. Nossos corações dispararam, e a adrenalina pulsava em nossas veias. Por um momento, o mundo pareceu suspenso, como se o próprio destino segurasse a respiração.

- Por pouco - murmurei, olhando para Bel com gratidão. Por pouco algo pior não aconteceria.

Ele assentiu, os olhos ainda alertas.

- Graças a Deus estivemos atentos. - Deslizou pelas cordas respondendo.

As sombras, como véus etéreos, envolviam a cidade nova. À medida que avançávamos pelas ruas estreitas, os detalhes se revelavam. Os prédios, altos e imponentes, pareciam guardar segredos obscuro. Suas fachadas de luz e marcas, exibiam entalhes misteriosos e janelas cerradas.

O ar, antes ruim de se respirar, agora pesava sobre nós, como o nevoeiro tóxico. Uma névoa sutil pairava, obscurecendo o sol e filtrando a luz em tons mais cinza que antes. Os sons eram abafados, como se a própria cidade contivesse sua respiração. Os passos ecoavam nas ruas de paralelepípedos, e as sombras dançavam ao nosso redor, como se tivessem vida própria.

Aaron 3 Mundos - Guerreiros Da LuzOnde histórias criam vida. Descubra agora