Aaron 3 Mundos - Guerreiros Da Luz

Capítulo: Nevoeiro Sombrio - Cidade Antiga

Com essa ação, sinto um leve desconforto em todo o meu corpo. Inspiro profundamente, embora o aroma não seja dos mais agradáveis. Então, a memória do motivo retorna, e percebo que não estou em um pesadelo. É a realidade.

Ainda deitado no chão, ouço uma voz suave e melodiosa chamando meu nome.

- Aaron, acorde, levante-se.

Lentamente, abro os olhos e vejo uma figura envolta em uma luz branca e intensa. Pisco várias vezes até captar melhor a imagem, e assombramento as formas de um menino se ajusta. Por que haveria uma criança aqui, às portas do inferno?

Que bom que acordou, já era hora - diz o garoto, em pé ao meu lado e com um olhar que exala antiguidade.

- Será que eu realmente deixei este mundo? Tudo aconteceu tão rapidamente, será que é assim que a morte se apresenta? Lembro-me de ter alertado o velho Raziel, dizendo-lhe que eu não estava preparado para tal desafio. Se estou à beira da morte agora, a responsabilidade recai sobre ele.

Ainda assim não consigo deixar de questionar: Será que é isso mesmo?

Será que estou realmente morrendo, ou é apenas uma ilusão provocada pelo medo e pela incerteza?

- Talvez eu devesse ter ouvido mais a mim mesmo, talvez devesse ter confiado mais em meus instintos. Mas agora, aqui estou eu, confrontado com a realidade mais dura e inescapável. E no final, só posso esperar que Raziel saiba o que está fazendo. Afinal, ele sempre pareceu saber mais do que deixava transparecer. Talvez haja uma lição nisso tudo, algo que eu precise aprender. Só o tempo dirá.

- Então, agora nosso amigo Aaron decidiu se aventurar na filosofia? - continua o infanto, com um ar divertido, como se ler os meus pensamentos fosse cômico.

- Levante-se, Aaron. Estou aqui com um propósito, para entregar algo que será de grande importância para você em um futuro próximo. Não se surpreenda, pois todos aqui já estão cientes de suas ações. Eles sabem o que você fez e a quem você tirou a vida. No entanto, lembre-se, cada ação tem suas consequências e cada escolha, seu preço. Agora, é hora de enfrentar o que vem pela frente.

Escuto tudo tentando entender e sem saber onde está minha voz.

- Levante-se logo! Ordena o garoto com um tom inquestionável.

Com um esforço considerável, consigo me erguer, apesar da dor que persiste.

- Agora, quem é você? Qual é o seu nome? Finalmente consigo falar.

- Aaron, meu nome é Rael. Pode-se dizer que fui enviado por Deus para ser o seu anjo da guarda. Estou aqui para guiá-lo e protegê-lo em sua jornada. Não se preocupe, você não está sozinho. Juntos, enfrentaremos os desafios que estão por vir.

Uma risada escapa de mim e não é porque um anjo menino estará comigo. É o quanto me surpreendo com o que encontro.

- Obrigado, Rael. Tenho certeza que toda ajuda é essencial.

- Rael, por que somente agora, depois de quase ter morrido nas mãos de Belzebu, é que você aparece?

- Entenda, Aaron, era sua missão e não a minha. Quem quer que seja, eu não podia interferir em nada. Você mesmo tinha que derrotar essa criatura demoníaca.

- Está bem, então quer dizer que de agora em diante você andará comigo para todos os lugares que o Divino e Raziel me mandarem? Tipo a minha consciência?

- Com certeza não, Aaron. Estarei ao seu lado apenas em ocasiões de entregas especiais ou quando recebermos instruções específicas. E eu não sou o seu grilo falante.