Capítulo: O Confronto Dos Eternos

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Apesar de termos passado pouco tempo na Necrópoles Celestial, nos sentíamos surpreendentemente confortáveis, mesmo com as tumbas e os sóis sombrios espalhados por todo o lugar. Aurelius nos guiava pela vastidão do local, narrando histórias fascinantes sobre alguns dos anjos que descansavam ali. Ele nos contava o quanto esses anjos foram fundamentais nas batalhas que se estenderam por milênios de guerras celestiais.

Enquanto caminhávamos, Aurelius apontava para as tumbas mais imponentes, descrevendo os feitos heroicos de cada anjo.

- Aqui repousa Seraphiel, o Guardião das Portas Celestiais, que liderou a defesa contra as hordas infernais na Grande Batalha do Firmamento - dizia ele com reverência.

Cada história era mais impressionante que a anterior, e era impossível não sentir um profundo respeito por aqueles que sacrificaram tanto.

- Tenho de confessar que o lugar era incrivelmente lindo! - exclamei, maravilhado com a beleza etérea que nos cercava. As tumbas, embora sombrias, eram adornadas com detalhes intricados e brilhavam com uma luz suave que parecia emanar do próprio céu. Era um lugar de descanso, mas também de grandeza e glória.

À medida que a noite se aproximava, o clima começou a mudar. O céu, antes claro e sereno, foi se tornando cada vez mais escuro e pesado. A atmosfera, que antes era de paz e tranquilidade, agora estava carregada de tensão. Aurelius nos alertou sobre a chegada da meia-noite, um momento em que a Necrópoles Celestial revelava seu lado mais sombrio.

- Assim como na história contada por Raziel, o Guardião das Almas Perdidas está prestes a surgir- disse Aurelius, com um tom de preocupação na voz.

Raziel, um dos anjos mais sábios, havia nos contado sobre este guardião, uma entidade poderosa encarregada de vigiar as almas que se perderam no caminho para a redenção.

De repente, uma figura imponente emergiu das sombras. O Guardião das Almas Perdidas era uma visão aterradora, com brancas com raios avermelhados e olhos que brilhavam como brasas. Sua presença fazia o ar ao nosso redor parecer mais denso, e um silêncio sepulcral tomou conta do lugar. Ele era o protetor das almas errantes, garantindo que nenhuma delas escapasse de seu destino.

Aurelius se adiantou e, com uma voz firme, ordenou:

- Guerreiros da Luz, não intervenham. Deixem-nos a sós!

Relutante, recuamos, respeitando a ordem de Aurelius.

O Guardião das Almas Perdidas riu sombriamente.

- Aurelius, você realmente acha que pode me deter sozinho? As almas perdidas pertencem a mim, e você não tem poder para mudá-lo.

Aurelius ergueu sua espada, que brilhou com uma luz celestial.

- Eu não estou sozinho, Guardião. A luz da justiça está comigo, e eu lutarei até o fim para proteger essas almas.

O Guardião das Almas Perdidas avançou, e a batalha começou. Magias poderosas foram lançadas de ambos os lados, iluminando a escuridão com flashes de luz e sombras. Aurelius invocou escudos de luz para se proteger dos ataques sombrios do Guardião, enquanto este lançava feitiços de escuridão que tentavam envolver Aurelius em trevas.

A tensão era palpável. Cada golpe, cada feitiço, carregava uma carga emocional intensa. Aurelius lutava com determinação e coragem, enquanto o Guardião das Almas Perdidas usava toda a sua astúcia e poder para tentar derrotá-lo. A batalha parecia interminável, com ambos os lados mostrando uma força incrível.

Finalmente, com um grito de determinação, Aurelius canalizou toda a sua energia em um último ataque. Sua espada brilhou com uma luz cegante, e ele desferiu um golpe poderoso que atravessou as defesas do Guardião. O Guardião das Almas Perdidas soltou um grito de dor e raiva, antes de cair de joelhos. Se era esperado uma represália, não houve. Parecia não haver mais o que contra lutar. O silêncio perdurou até que ele se manifestou.

- Por séculos, lutei contra você, Aurelius - disse o Guardião, sua voz agora fraca e cansada. - Mas estou exausto. Não quero passar a eternidade em batalha. Busquei redenção através da luta, mas agora entendo que o perdão é o que realmente desejo. Você pode me conceder o perdão que tanto busco?

Aurelius, ainda segurando sua espada, olhou para o Guardião surpreso. Acostumado a tantas lutas diárias, era na verdade um milagre o que presenciava agora. E a compaixão brilhou em seus olhos.

- Se é redenção que você busca, então eu lhe concedo o perdão. Junte-se a nós como Guardião da Necrópoles Celestial, e encontre a paz que tanto almeja.

E como estávamos longe, porém suficientes perto pra vermos e ouvirmos, ficamos inicialmente surpresos com a decisão de Aurelius. Murmúrios de dúvida e preocupação se espalharam entre nós. No entanto, não cabia a nós julgarmos, perdoar é um ato de coragem também.

-Se Aurelius acredita que ele merece uma segunda chance, então devemos confiar em seu julgamento – falei, olhando cada um e vendo que concordavam.

O Guardião das Almas Perdidas, agora aliviado, aceitou a oferta de Aurelius. A atmosfera pesada começou a se dissipar, e uma sensação de paz tomou conta do lugar. O Guardião se levantou, suas asas brancas agora brilhando com uma luz suave, e se uniu aos outros guardiões da Necrópoles Celestial, finalmente encontrando a redenção que tanto buscava. Realmente, o perdão curava e transformava.

No entanto, antes que pudessem celebrar essa nova aliança, um portal se abriu de repente no meio da Necrópoles Celestial. Os Generais do Inferno, aproveitando o momento de distração de Aurelius, invadiram o cemitério dos anjos. Marco, Tormentus, Morrigan e uma outra figura que não conhecíamos surgiram, desafiando-nos.

Marco, com um sorriso malévolo, lançou o portal na direção de Aurelius e do Guardião das Almas Perdidas.

- Vocês não vão escapar tão facilmente - disse ele, enquanto o portal sugava Aurelius, Máximo, Blair, Raziel, Darius e Bel, levando-os para outra dimensão, pois era como se nunca tivessem existido, restando o vazio de onde estavam.

Restaram apenas eu, Hela, Pietra, Meridith e Amaranth para enfrentar os Generais do Inferno. O ar ficou extremamente tenso, e o momento era delicado. Os Generais de Lúcifer haviam armado sua armadilha contra os Guerreiros da Luz, e uma batalha estava prestes a acontecer. Não era nada agradável ter que lutar e ao mesmo tempo, preocupado em como resgatar meus companheiros. Mas não restava opção a não ser enfrentar o que tínhamos pela frente.

Com a espada em punho, olhei para meus companheiros que restaram.

- Não podemos deixar que eles profanem este lugar sagrado. Lutaremos com todas as nossas forças!

Hela, Pietra, Meridith e Amaranth se posicionaram ao meu lado, prontos para enfrentar os Generais do Inferno. A tensão no ar era palpável, e todos sabiam que a batalha que se aproximava seria intensa e decisiva.

A batalha para impedir os generais do inferno começava na Necrópoles Celestial. As sombras das antigas tumbas se alongavam, criando um cenário sombrio e ameaçador. E com toda coragem que possuímos, fizemos formação, prontos para enfrentar a Marco e seus generais infernais.

Íamos vencer sobre o mal?

Uma coisa era certa, morreríamos tentando

Fim Do Capitulo 42

Aaron 3 Mundos - Guerreiros Da LuzOnde histórias criam vida. Descubra agora