Aaron 3 Mundos - Guerreiros Da Luz

Capítulo: História De Deus e Lúcifer

Apesar de todos os tempos e eras, no dia da criação do universo, Deus, o criador, trabalhava em plena harmonia com seu braço direito, Lúcifer, para criar toda a existência. Juntos, eles uniam forças.

- Não devemos perder o foco de nossa atenção; nada pode sair errado. Foco, Lúcifer! – disse Deus centrado na criação.

- Um erro com tanto poder que juntos usamos poderia causar danos irreversíveis. – Lúcifer falou, parecendo distante.

Deus confiava em seu fiel servo, Lúcifer, o leal anjo de luz, mas jamais esperaria que ele pudesse cometer tal crime. Com um olhar profundo, carregado de ódio e inveja, Lúcifer não era fiel ao seu criador. Algo nele não suportava o que Deus representava. Ele queria ser igual ou até mesmo superar o próprio Deus.

- Lúcifer, o que está fazendo? Mantenha-se firme. – Repreendeu o seu criador.

Ao olhar nos olhos azuis do anjo, Deus percebeu algo diferente. Nunca havia visto Lúcifer se comportar assim. De repente, uma grande explosão ocorreu devido à distração de ambos. O escuro vácuo do universo se fragmentou em muitos pedaços, todos sem vida, apenas com formas vagas.

- O que fizemos? – perguntou Deus, muito embora já soubesse o que houve.

- O que tínhamos de fazer. Afinal, você já deveria saber, meu pai, que tudo está sob seu controle! – respondeu o anjo, sem sentir remorso.

Deus recebeu a afirmação que custou a crer: o Anjo de Luz, perfeito à sua imagem, estava se rebelando contra o criador. Mal sabia que viria após isso.

Após o evento que causou a escuridão do universo, Deus sozinho tentou resolver o mal que aquele conflito havia causado aos seus planos. A explosão teve efeitos profundos no universo recém-criado. Aquelas fragmentadas formas sem vida Deus fez com que se transformassem em estrelas, planetas e galáxias. A escuridão deu lugar à luz, e a expansão cósmica começou. O equilíbrio entre criação e destruição foi estabelecido, moldando o destino do cosmos.

Deus, com a serenidade que só um criador possuía, aproximou-se de Lúcifer. O anjo de luz, outrora fiel, agora carregava uma escuridão em seu coração. Os olhos de Deus penetraram-nos de Lúcifer, buscando compreender a origem desse mal.

- Lúcifer, meu filho, o que aflige tua alma? Por que essa sombra obscurece tua luz? – apesar de tudo, ainda via o ser que um dia criou com amor.

Lúcifer desviou o olhar, mas não pôde escapar do julgamento divino. A verdade estava entrelaçada em suas asas, pesando como chumbo.

- Pai, a criação me sufoca. A liberdade dos mortais para qual estávamos criando a vida, sua capacidade de escolher o bem ou o mal... Eu invejo sua imperfeição. E, no âmago de minha alma, sinto uma revolta. Uma sede por algo além do que fui destinado a ser.

Deus tocou o rosto de Lúcifer, acariciando-o com tristeza.

- Meu filho, a liberdade é um fardo e uma dádiva. O mal não é inerente à criação, mas à escolha. A luz e a escuridão coexistem para que o livre-arbítrio floresça. Não temas a dualidade; abrace-a com sabedoria.

Lúcifer olhou para o vazio estelar, onde suas asas brilhavam. O conflito em seu peito ardia como uma supernova prestes a explodir.

- E se eu quiser mais? Se eu desejar ser mais do que um servo obediente? Pai, o que faremos com essa chama rebelde que arde em mim?

Deus sorriu, triste e amoroso.

- A escolha é tua, Lúcifer. A luz e a escuridão dançam em todos nós. Que essa chama te guie, mas lembre-se: a rebelião pode criar mundos ou destruí-los. Escolhe com cuidado, meu filho, pois o universo observa.