Capítulo: A Conversa Com Lúcifer

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Naquele dia, seguimos nossos caminhos, deixando as Terras Sombrias e as Montanhas Negras para trás. Tínhamos uma nova aliança selada com prova de sangue, e os ânimos agora estavam elevados, pois a Necromante Amaranth aceitara seguir ao nosso lado. Deus realmente sabe o que faz, e espero que saiba o que fazer com meus caminhos.

Apesar de todo o mistério que envolvia Amaranth, ela não era nada do que todos diziam. Ela tinha seus próprios segredos e motivos que levaram todos a acreditar que ela era a maldição das Terras Sombrias. Durante todo o caminho, conversamos, rimos e compartilhamos histórias. Acho que, mesmo com tão pouco tempo, estamos devolvendo um pouco de vida a ela.

Amaranth revelou que tinha mais de 5 séculos de idade e que aprendera, ao longo dos anos, a manipular a juventude. Ela conseguia manter-se bela e jovial, apesar de carregar o peso de tantos anos nas costas. Era difícil acreditar quando olhávamos para ela e ouvíamos sobre sua longevidade; ela era realmente linda, jovem e forte.

- E aquele enorme Dragão? - perguntou Pietra. - Ele é realmente assustador.

- Ele está comigo há mais de 300 anos, cuidando e protegendo-me do mundo lá fora - revelou Amaranth. - Não se deixe levar pelo tamanho dele; apesar de tudo, ele é bem dócil, quase como um bicho de estimação.

- É difícil imaginar que ele seja dócil como um cachorrinho - comentei sobre o Dragão. - Eu tenho um gato que parecia ter o espírito de um cão feroz; aposto que ele era mais bravo que seu Dragão. Todos caíram na risada, quebrando o momento sério com histórias sobre animais de estimação.

- Ele tem nome? - perguntou Hela, encantada.

- Claro, seu nome é Flamífero Sombrio - disse Amaranth, sorrindo.

- Um nome e tanto! - exclamou Máximo, com os olhos arregalados. - Até o Gigantocórnio Alado ficou assustado.

- Confesso que esse ser místico é fascinante - disse Amaranth, fazendo uma reverência ao Gigantocórnio.

- E esse pequeno Dragão vermelho que você carrega? - perguntou Meridith, passando a mão nele.

- Seu nome é Draker. Encontrei-o perdido no coração da Montanha Negra - explicou a Necromante. - Já o carrego comigo há uns 100 anos. Às vezes, ele muda de cor e fica verde.

Olhei para o céu em direção ao horizonte e vi uma agitação distante. Não entendia muito bem o que estava acontecendo, mas parecia ser na cidade nova.

- Gente, sou só eu que estou vendo isso ou todos também podem ver? - perguntei, com a voz tensa.

- Sim, meu caro, todos podemos ver - disse Raziel, preocupado. - O exército do Diabo está em marcha. Não sei quanto tempo nos resta ainda.

O silêncio rasgou aquele breve momento de felicidade e descontração com a revelação de Raziel.

- É melhor nos abrigarmos. Pelo que vejo, uma forte tempestade se aproxima - disse Bel, dedilhando seu instrumento.

- Venham por aqui! - exclamou Amaranth. - Eu conheço um lugar, uma caverna segura onde podemos nos abrigar. Sem reclamações, todos nós seguimos a Necromante. Parecia que uma chuva daquelas estava se formando, e não queríamos ficar no nevoeiro e ainda sermos pegos pela chuva.

- Andem logo! - ordenou Amaranth. - A chuva, quando se mistura com o nevoeiro, se torna um pouco mais tóxica do que o normal.

A chegada à entrada da caverna foi marcada por um momento misterioso: Amaranth soprou palavras cujo significado permanecia desconhecido para todos nós. No entanto, ao fazê-lo, tochas e uma fogueira se acenderam, como se Draker tivesse cuspido fogo no chão. Era fascinante testemunhar a magia que meus companheiros podiam invocar ou realizar. Algo que nem em mil anos eu sonharia em ver.

Aaron 3 Mundos - Guerreiros Da LuzOnde histórias criam vida. Descubra agora