Capítulo: Guardião Das Ruinas Da Cidade Antiga

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Após as palavras de conforto que foram compartilhadas após a revelação de Pietra, fomos dormir mais aliviados, com a certeza de que o Diabo não nos assustaria. Seguiríamos nossa jornada, confiantes de que Deus estava no comando de nossos destinos.

Na manhã seguinte, acordamos com o cheirinho do café da manhã que Hela havia preparado. Ao nos sentarmos à mesa, ela nos serviu, e fiquei surpreso ao ver que minha torrada e os ovos tinham formato de coração. Imaginem a cena! Todos começaram a brincar com a situação, e eu não sabia onde enfiar a cara. Hela, por sua vez, parecia abraçar a ideia com entusiasmo, adorando a nova experiência.

- Será que perdi algo nos últimos dias? - Perguntou Raziel com um sorriso no rosto.

- Hum, digo-lhe que sim. Pelo que vejo, o amor está no ar. - Respondeu Pietra, dando um soco no meu ombro.

- É tão lindo ver um novo amor nascer. Ele sempre surge de onde menos esperamos. - Comentou Leonhard. - Mas aconselho a não deixar que isso atrapalhe nossa missão.

Hela e eu nos olhávamos sem jeito. Era algo novo para ambos. Assim como ela sentia borboletas no estômago, eu me sentia um bobo apaixonado, com muitas borboletas por todo o corpo.

- Não me amolem - Interrompi, sem jeito. - O que acham de focarmos nos guerreiros da luz?

- Você tratou de mudar de assunto rapidinho, hein? - Pietra riu.

- Brincadeiras à parte! -disse Raziel com firmeza. - Ainda temos mais duas personalidades para se juntarem a nós.

- Mais gente - Exclamei, quase engasgando com o café.

- Sim, meu caro. Ainda falta o Bardo, a quem iremos procurar. Não darei mais detalhes sobre ele. - Afirmou Raziel. - E há outro filho que virá, mas nosso pai o enviou em uma missão importante. Ele precisa, antes de qualquer coisa, descobrir tudo sobre si mesmo. Seu nome é Darius Sundmoor, e ele se juntará a nós em outra oportunidade.

- Não vou reclamar. Quanto mais, melhor. - Enfatizei.

- Onde encontraremos esse tal de Bardo? - Perguntou Hela.

- Nas ruínas no extremo norte da cidade antiga. - Respondeu Raziel. - Lá existe muita desordem, e Bel, o Bardo, tenta manter a ordem como pode.

A cada momento de conversa, surgiam novas surpresas. Agora, esse tal de Bel o Bardo e o misterioso Sundmoor, em quem Deus confiava tanto. E quem seria o último a se juntar a nós? Como sempre, tínhamos muitas perguntas e poucas respostas. A jornada prometia ser cheia de mistérios e desafios.

Arrumamos nossas coisas, e Hela distribuiu poções para ferimentos e machucados, caso alguém precisasse. Raziel, ainda muito ferido, necessitava de atenção especial. Iniciamos nossa jornada em direção a Bel, o misterioso destino ao norte da cidade antiga. A ideia de ruínas e caos me fazia crer que nada de bom nos aguardava lá.

Após deixarmos a Floresta Negra, Hela lançou um encantamento que protegia a entrada de sua casa, garantindo que nenhum mal pudesse entrar.

Seguimos pela estrada em direção ao extremo norte, atravessando lugares cada vez mais sombrios. O caminho à nossa frente era terrível, sem nenhum vislumbre de beleza. Campos desolados estendiam-se à nossa volta, a névoa venenosa pairando no ar como um aviso silencioso. As florestas, outrora exuberantes, agora estavam devastadas, suas árvores retorcidas e sem vida. Vilas em ruínas surgiam à beira do caminho, testemunhas mudas de tempos melhores.

E as criaturas... ah, as criaturas! Elas se moviam entre as sombras, rastejando e espreitando. Algumas pareciam saídas de pesadelos, com olhos brilhantes e garras afiadas. Outras eram apenas sombras disformes, sem forma ou propósito aparente. Mas todas compartilhavam uma aura de perigo iminente.

Aaron 3 Mundos - Guerreiros Da LuzOnde histórias criam vida. Descubra agora