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Cheng não contou ao Wei que encontrou Wangji. Ele não queria que o irmão ficasse sobrecarregado. O ômega disse tudo o que aconteceu desse que ele chegou e o Jiang quis mais do que nunca quebrar as pernas do Lan. Que direito ele tinha em forçar Wuxian a ficar?!

Entretanto, nem todos os Lan eram vilões. Qiren realmente o surpreendeu com todo o cuidado que teve e Jingyi apenas o deixou mais orgulhoso ainda. O pequeno alfa era mesmo a melhor pessoa para escoltar o Wei. Cheng confiava nele de olhos fechados e saber que seu irmão já havia criado uma amizade com ele, tranquilizou o Jiang.

-A-Ying, quando seus pais ainda eram vivos, eles ficavam aqui no palácio e tinha até mesmo um quarto para você.- Disse andando pelo longo corredor ao lado do Wei. - Imagino que ficará bem instalado lá.- Sorriu de maneira acolhedora.

-A-Cheng, você sempre soube que eu gostava das histórias dos cultivadores. Por que nunca me contou que vocês eram?- Perguntou curioso.

-Não queríamos colocar você em perigo.- Wuxian coçou o nariz com o dedo indicador. Na mente do ômega, saber faria toda a diferença, pois assim poderia ser mais cuidadoso. Entretanto, Cheng sabia que na realidade, seria completamente diferente. Wuxian sempre foi muito curioso e saber demais poderia ter colocado ele ainda mais em perigo.

-Não saber nada me deixou completamente indefeso na frente do Hanguang jun. O que aquele alfa tem de gostoso tem de assustador.- Resmungou o final da frase e Cheng o olhou preocupado e até mesmo transtornado. A última coisa que ele precisava agora era do Wei se apaixonando.

-Eu estou aqui agora. Sou um líder muito poderoso e ninguém vai te machucar.- Abriu a porta e deu passagem para o ômega que entrou sem nem pensar duas vezes. Como estavam no passado e Wuxian sempre demonstrou interesse pela história, Cheng achou melhor apresentar tudo de uma vez.

-Não vai estar sempre. Tivemos essa mesma discussão no colégio.- Disse olhando ao redor do quarto, parando no berço de madeira maciça toda esculpida.- Esse berço era meu?- Apontou para o belo móvel.

-Sim.- Sorriu pequeno, se aproximando do berço.- Você dormia a noite inteira.- Riu com a lembrança. Antes de partir para Gusu, os Wei ficaram com os Jiang,o que ajudou a estreitar ainda mais os laços com a criança tão pequena e inofensiva.

-A-Cheng, o que o Jingyi é seu?- Perguntou direto, vendo o irmão perder a postura momentaneamente. Wuxian era o mestre em fazer perguntas sérias nos momentos mais oportunos e a fragilidade momentânea do irmão foi a brecha que ele precisava para arrancar uma resposta.

-Que? Por que a pergunta?- Perguntou se virando para o mais novo que apenas virou o rosto para encarar a face aflita do mais velho.

-Você é muito carinhoso com ele. Não faz parte do seu feitio. Você o abraçou quando nos vimos, quando o viu chorar, o chamou para um abraço de novo e ele me contou sobre o quão cuidadoso quando ele quebrou o braço. Você não é tão afetuoso assim. O que tem entre vocês?- Perguntou cruzando os braços e arqueando uma sobrancelha.- Chega de segredos entre nós. Eu quero toda a verdade.- Disse sério e Cheng suspirou cansado. Ele andou até a cama de casal que antes pertenceu ao casal Wei e se sentou. Wuxian continuou parado, apenas olhando o mais velho.

-Jingyi é o meu filho.- Agora Wuxian foi quem perdeu a postura. Como assim filho?! Ele tinha outro sobrinho além do A-Ling? Quem era o ômega? Desde quando Cheng gostava de ômegas?

-Filho?!- Exclamou assutado.- Como assim?! Quem é a mãe?- Outro suspiro deixou os lábios do mais velho. Se era para expor a verdade, então assim seria. O Jiang não suportava mais viver sob mentiras.

-Eu.- Respondeu baixo. Wuxian franziu as sobrancelhas em confusão.

-Como assim "eu"?

- Eu sou a mãe dele.- Disse erguendo o olhar para encarar o irmão. Ao invés do olhar irritadiço ou debochado de costume, o Wei apenas viu fragilidade. O Jiang tinha medo do julgamento que poderia receber, já que sempre tentou parecer ser o alfa mais forte do recinto.- Eu nunca fui um alfa.- Wuxian se sentiu tonto e se escorou até chegar na cama para se sentar ao lado do irmão. Ele precisava estar estável para não cair de cara no chão e acabar quebrando o nariz - literalmente.

O destino que nos uneOnde histórias criam vida. Descubra agora