Numa cidade de Nova Iorque, onde a corrupção e o crime organizado dominam as ruas, um jogo perigoso está prestes a começar.
Marly Souza, uma mulher manipuladora e sedutora, esconde um segredo sombrio: é uma assassina, conhecida apenas como "Quennie...
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Estava no meu escritório, mergulhado em documentos e relatórios. A luz suave do candeeiro lançava sombras nas paredes, o que criou um ambiente conspiratório. O cheiro de couro velho dos móveis misturava-se com o aroma sutil do meu perfume, enquanto eu revia os detalhes dos negócios da máfia. Era um trabalho incessante, mas necessário para manter o nosso império a funcionar sem problemas. Hoje, especialmente, tínhamos uma missão audaciosa para executar: invadir a casa de Don Marco, o chefe da máfia japonesa, que estava de férias em Nova Iorque.
Os preparativos tinham sido intensos, cogitamos a hipótese de ir até o Japão para realizar o assassinato, porém quando soubemos do seu paradeiro o nosso plano mudou completamente. Sabíamos que Don Marco, fora de seu território usual, estaria mais vulnerável, mas ainda assim, não estaria desprotegido. Precisávamos ser precisos, rápidos e, acima de tudo, implacáveis. Enquanto analisava os últimos detalhes do plano, chamei os meus aliados para uma reunião. Matteo chegou primeiro, seguido por alguns dos nossos homens de confiança, incluindo Nicola, Enrico, Elijah, Hannah e Âmbar. As suas expressões eram sérias, cientes da importância do assassinato que estávamos a planear à meses.
- Senhores e senhoras, esta noite será decisiva. - comecei com a voz firme e segura. - Don Marco está em Nova Iorque, longe da sua habitual fortaleza no Japão. Esta é nossa melhor chance de eliminar um dos maiores obstáculos do nosso domínio.
Matteo assentiu, enquanto estudava o mapa detalhado da casa de Don Marco que estava espalhado sobre a mesa.
- Os seguranças estarão relaxados, mas ainda estarão preparados para tudo. Precisamos ser rápidos e precisos. - ele observou, traçando o caminho que seguiríamos com um dedo.
- Exatamente. - concordei. Entraremos pelo lado oeste, onde a segurança é mais fraca. Âmbar desativará os alarmes, dando-nos uma janela de cinco minutos para completar o assasinato. Dentro desse tempo, precisamos de localizar e eliminar Don Marco.
Houve um murmúrio de concordância entre os homens. Todos sabíamos o que estava em jogo. Revisamos os detalhes uma última vez, certificando-nos de que cada homem conhecia o seu papel. Levantamo-nos, prontos para partir, mas antes de sairmos, algo chamou a minha atenção.
Marly estava a observar tudo com um interesse silencioso, os seus olhos brilhavam com curiosidade. Matteo tinha a trazido para não ficar em casa sozinha. Observei que, ultimamente, alguma coisa no seu comportamento tinha mudado. Ela parecia mais... envolvida.
Matteo virou-se para Marly, interrompendo os meus pensamentos.
- Marly, ficarás em casa esta noite. - disse ele com autoridade. - O que vamos fazer é perigoso e precisamos de toda a nossa concentração. Não nos podemos preocupar com a tua segurança. - Marly assentiu, com um leve sorriso nos lábios.
- Claro, maninho. Vou ficar e esperar por vós. - respondeu, com uma voz suave, mas firme.
O seu tom era obediente, mas algo no seu olhar deixou-me desconfortável. Havia uma determinação fria ali, uma faísca que me lembrava alguém. Tentei afastar os meus pensamentos, focando novamente no plano à minha frente.
Saímos em silêncio, movendo-nos rapidamente pelas ruas escuras de Nova Iorque. Notei a tensão que os meus homens estavam a passar, enquanto nos aproximávamos da casa de Don Marco. Cada passo era calculado, cada movimento feito com precisão letal. O tempo estava do nosso lado, mas sabíamos que qualquer erro podia ser fatal.
Chegamos ao local e posicionamo-nos conforme o plano. Âmbar desativou os alarmes com eficiência. Infiltramo-nos na propriedade sem disparar um único alerta. Os seguranças foram neutralizados em silêncio e avançamos para o interior da casa com uma coordenação impecável.
Dentro da casa, tudo estava quieto, uma calma que contrastava com a violência prestes a explodir. Movemo-nos pelos corredores com cuidado, cada um de nós atento a qualquer sinal de perigo. Finalmente, encontramos Don Marco no seu escritório surpreendido e impotente.
- Don Marco. - Cruzei os braços, mostrei-me confiante.
- Pensei que demorariam menos a encontrar a minha localização. - Don Marco levanta-se calmamente, como se estivesse à espera. Matteo percebe e comunica logo a todos os meus homens.
- Foi bem fácil para dizer a verdade. - Ele sorri de lado.
- Então, quem és tu? - Ele pergunta-me. Não me admira, uma vez que ninguém sabe da minha identidade.
- Don Kyle, muito prazer. - apresento-me ironicamente.
- És astuto, Kylezinho, mas sinto informar-te, tu e os teus homens estão fodidos. Não sabem com quem se meteram. - aproximo-me dele e atiro-o contra a parede.
- Eu sou o Don Kyle! - Elevo a minha voz - Eu não preciso de ninguém e não serei ameaçado por homens fracos. - Aproximo o meu rosto do seu e sussurro. - Sou eu a pessoa que faz os homens fracos temer.
Sem perder tempo, avancei, dando um soco no seu rosto. Ele tentou rebater, mas foi em vão. Num movimento rápido, tirei a arma da minha cintura e disparei diretamente na sua cabeça. O som do tiro ecoou pela sala e o corpo de Don Marco caiu no chão. O sangue espalhou-se na minha roupa, manchando-a de vermelho escuro.
Ele tentou lutar, mas foi inútil. A expressão de horror congelada no seu rosto dizia tudo. Ele sabia que o fim tinha chegado.
- Está feito. - disse, enquanto guardava a arma. Viro-me para os meus homens. - Vamos sair daqui. Matem os seguranças lá embaixo! - ordeno.
Enquanto nos retirávamos da mansão, a adrenalina ainda corria nas minhas veias. Havia uma sensação de satisfação sombria em saber que Don Marco já não era uma ameaça.
De volta a casa, todos estavam a comemorar a morte de mais um inimigo. Matteo estava de bom humor, distribuía cumprimentos e elogiava a eficiência de cada homem. Eu, no entanto, estava inquieto. Decidi retirar-me para o meu escritório, onde podia pensar em paz.
Fechei a porta atrás de mim e sentei-me à mesa, contemplando os eventos da noite. A minha mente insistia em voltar para Marly. Algo nela incomodava-me.
Tenho certeza que a verdade estava ali, debaixo do meu nariz, eu podia sentir, mas ainda não a conseguia ver claramente. O tempo estava a esgotar-se e eu precisava de agir.
Enquanto estava imerso nos meus pensamentos, a porta do escritório abriu-se. Matteo entrou, a expressão satisfeita no rosto ainda estava presente.
- Don Marco não vai mais ser um problema. - Assenti, desviando os pensamentos da minha cabeça.
-Vamos ver como as coisas desenrolar-se-ão agora que ele está fora do caminho.
Hesitei por um momento, considerando se deveria compartilhar as minhas suspeitas. Mas decidi que era melhor mantê-las para mim, pelo menos por enquanto. Além disso, eles são irmãos.
- Nada demais. Apenas estou a pensar nos próximos passos. - Matteo assentiu, aceitando minha resposta.
- Vamos beber uns copos, então. Todos estão à nossa espera. - Levanto-me.