Capítulo 6

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Estávamos a almoçar tranquilamente, o sol brilhava através das janelas, enquanto eu conversava com as meninas, mantendo a delicadeza na conversa com um sorriso calculado

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Estávamos a almoçar tranquilamente, o sol brilhava através das janelas, enquanto eu conversava com as meninas, mantendo a delicadeza na conversa com um sorriso calculado. Ontem, percebi que Erick notou algo em mim. Os seus olhos atentos, a maneira de como ele me observava, deixaram-me em alerta. Mas, por enquanto, eu precisava manter o disfarce intacto.

- Então, Marly. - disse Hannah, enquanto cortava o seu frango grelhado. - Como está a correr a faculdade de moda?

- Está a correr muito bem, na verdade. Temos trabalhado nalguns projetos fascinantes. Estou no meio de um trabalho sobre a influência dos anos 90 na moda contemporânea. - Sorrio de forma cativante.

- Isso é espetacular! - exclamou Âmbar, os olhos brilham de interesse. - Desde que chegaste, todos nós notamos um senso de estilo impecável.

- Obrigada, Âmbar. - respondi com a minha voz suave. - É realmente interessante ver como as tendências antigas voltam de maneiras inesperadas, com um toque moderno.

- Tens algum plano para o futuro? Tipo, trabalhar nalguma marca específica ou divulgar uma nova coleção? - pergunta Hannah, curiosa.

- Eu gostava de divulgar uma nova coleção algum dia. - admiti, sentindo-me entusiasmada pelas perguntas que tento controlar. - Mas, por enquanto, estou focada em aprender o máximo possível.

As meninas continuaram a fazer-me perguntas, genuinamente interessadas na minha jornada. Falar sobre a faculdade de moda era um alívio bem-vindo, uma pausa das minhas preocupações constantes e das sombras que pairavam sobre mim. A conversa fluía facilmente, e por um momento, pude esquecer o olhar intenso de Erick e a sensação de que ele sabia mais do que estava a revelar.

Enquanto falávamos, observava cada reação delas, cada sinal de que estavam a acreditar na minha história. Manipular as suas percepções era essencial. Precisava que elas vissem a versão de Marly que eu queria mostrar: uma jovem determinada, ambiciosa e perfeitamente inofensiva. Nada que despertasse suspeitas.

A conversa fluia e eu mantinha o meu sorriso, o jogo de manipulação estava bem ensaiado. Sabia que a verdadeira Marly era um mistério que ninguém podia desvendar e estava determinada a manter assim. Afinal, num mundo cheio de segredos e perigos, apenas os mais astutos sobrevivem.

...

Saí de casa para ir para a faculdade, mas a minha mente estava longe das aulas e dos projetos. Eu sentia uma necessidade crescente, um desejo incontrolável que precisava ser saciado. Enquanto caminhava pela rua, observava as pessoas ao meu redor, avaliando cada uma silenciosamente.

Estava a sair da cidade quando vi um homem a olhar para mim. Ele era velho, cerca de 70 anos. Os seus olhos fixaram-se em mim e, por um breve momento, senti uma onda de desconfiança. Observei-o enquanto ele levantava uma câmara e tirava uma foto minha.

O meu coração acelerou, mas mantive a calma. Caminhei até ele, com um sorriso sedutor a surgir nos meus lábios.

- Olá. - disse, com a minha voz doce e convidativa. - O senhor está perdido? - O homem olhou para mim, claramente surpreso com a abordagem.

- Oh, não... eu só... estava a tirar fotos. - Gaguejou. Aproximei-me mais e toquei levemente no seu braço.

- Fotos minhas? - perguntei, inclinando a cabeça de maneira inocente. - Por que não mas deixa ver?

Ele hesitou, mas a minha proximidade deixou-o desconcertado. Guiei-o, gentilmente, até o atalho mais próximo, longe dos olhares curiosos. Assim que estávamos fora de vista, a minha expressão mudou. Rapidamente tirei o punhal que escondia na minha perna e, sem hesitar, enfiei-o no seu coração.

O homem tentou gritar, mas, antes, cobri a sua boca com a mão, sentindo a vida escapar do seu corpo. Quando ele finalmente parou de lutar, soltei-o no chão, observando-o por um momento. Com um sorriso frio, ajoelhei-me ao lado do corpo e, com o meu anel, escrevi QL no peito dele, deixando que as gotas de sangue caíssem para dar um toque final.

O meu anel tem uma pequena lâmina escondida. É conhecido por ser usado para defesa, mas eu não o uso para me defender. Uso-o para deixar a minha marca nos corpos. Ele é dourado, com uma pequena flor delicada esculpida. Quando a flor é girada, revela a lâmina afiada.

Senti uma onda de satisfação a percorrer-me. Esta sensação de controle, era inigualável. Limpei o punhal e abandonei o local, pronta para continuar com o meu dia. Todavia, isso era apenas o começo.

Mais tarde, após ter matado mais duas pessoas, sentia-me verdadeiramente satisfeita. Sentia liberdade ao ceder à minha compulsão, ao matar sem restrições. Voltei para casa com o sangue ainda a pulsar nas minhas veias com a excitação dos assassinatos.

No entanto, assim que me aproximei da entrada, fui impedida por Erick, que estava parado ali com os braços cruzados e um olhar severo no rosto.

- Foda-se, que susto, Cabrón! - coloco a mão no coração, fazendo drama. - Não tens mais nada que fazer, Ferri?

- Deixa de drama, Souza. Entraste na minha casa à uma semana e meia, e achas que já podes mandar e saber o que eu faço? - rio, negando com a cabeça.

- Como é que podes ser tão arrogante e idiota, depois de tudo aquilo que fazes?

- E como é que podes ser tão corajosa e tão burra de chamar o chefe da Máfia de arrogante e idiota? - Responde com outra pergunta.

- Se me quisesses matar, eu estaria morta. - retruco.

- É verdade, estarias sim. - Sorri com um sorriso provocador.

- Mas não estou. - Cruzo os braços.

- Ainda. - Erick coloca uma expressão neutra no rosto.

Não falo mais nada, apenas entro em casa. Enquanto caminhava para o meu quarto, uma sensação de inquietação instalou-se em mim.
Sinto que Erick está mais perto de chegar à verdade. Preciso de ser ainda mais cuidadosa e calculista.

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