Numa cidade de Nova Iorque, onde a corrupção e o crime organizado dominam as ruas, um jogo perigoso está prestes a começar.
Marly Souza, uma mulher manipuladora e sedutora, esconde um segredo sombrio: é uma assassina, conhecida apenas como "Quennie...
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Merda, merda, merda, merda. O meu anel desapareceu. Já o procurei por todos os cantos desta casa e ainda não o encontrei. Merda e se ele escorregou-me do dedo enquanto eu matava alguém?
Puta que pariu, começo a entrar em desespero, não posso perder aquele anel. O anel é muito mais do que um acessório, é um símbolo da minha assinatura. Sem ele, sinto-me vulnerável e exposta. Tentei reconstituir mentalmente os meus passos na noite anterior, mas tudo estava uma espécie de enevoado de adrenalina e sangue.
As meninas encontram-me na sala e dizem-me que vão a uma festa hoje. Todos vão. Merda, se eu não for, vai ser suspeito. Preciso de parecer normal, de não levantar suspeitas, especialmente com Erick a observar cada movimento meu com aqueles olhos frios e calculistas.
...
Mais tarde, decido que vou e assim chegamos à festa. Estava vestida com um vestido preto e algumas joias douradas. O vestido realça as minhas curvas e as joias dão um toque de elegância que contrasta com a minha preocupação interna.
Cheguei sozinha, num dos carros de Erick. Enquanto eles foram noutros carros, dei a desculpa de que queria conduzir sozinha e pareceram acreditar. Cheguei mais rápido e vi que a casa era bem grande. Ao entrar, pego nuns morangos que estavam na mesa. A doçura ajudou-me a acalmar um pouco os nervos.
Caminho até o jardim, ainda a pensar onde poderia estar o anel. Enquanto pensava, ouvia a música ao fundo. Acabo por chocar-me contra alguém e estava tão furiosa que podia matá-lo. Olho para cima e vejo Âmbar.
— Desculpa, Marly. — Âmbar sorri e estranho não a ver com Hannah.
— Onde está a Hannah?
— Vem comigo, achamos um sítio bom para estar. - Suspeito, mas continuo atrás da dela. - Estávamos à tua procura.
Vamos até o andar de cima da mansão, enquanto ela guia-me pelos corredores. Começo a estranhar e obviamente não estou a gostar desta situação. O corredor estava escuro e silencioso, contrastando com a festa animada lá embaixo.
- Qual é a porta? - ela aponta para uma.
- É aquela. - Caminho, abro a porta e vou um pouco mais para a frente.
— Onde ela está? — Ouço Âmbar a rir e, devagar, olho para ela.
— Eu consegui. Eu realmente não pensei que seria capaz de te enganar, mas eu consegui. — Com raiva, corro até ela e logo fecha a porta.
— Mas que merda... — Olho nos olhos de Âmbar, uma vez que a porta tem vidro, e ela sorri. Respiro fundo. — Erick... — Olho para trás.
— Olá, Quennie. — Erick cumprimenta com a sua voz fria e cheia de desdém.
— Adeus, Quennie. — Olho para Âmbar e ela vai embora, a risada dela ainda ecoou pelo corredor. Viro-me para Erick e vejo-o com uma faca na mão.
— Achas que com isso vais matar-me? Essa é a minha especialidade. — Dou dois passos para a frente e ouço a porta abrir, mas nem olho.
— Não, mas ele consegue. — Aponta para trás de mim e eu desvio-me antes que o tiro me acerte.
Pego nas minhas pequenas facas e atiro a cada um, mas eles são mais rápidos e desviam-se. Erick pega numa faca maior e tenta espetá-la no meu peito, mas eu seguro na sua mão e torço-a, colocando a faca para o seu lado. Estava quase a espetar-lhe quando Elijah agarra-me por trás e atira-me ao chão, segurando-me com força. Erick vem por cima e ia cravar-me a faca quando é impedido por Matteo.
— Não! Erick, ela continua a ser minha irmã. - Eu e Erick olhamo-nos nos olhos e eu rio-me dele, quando vejo a luta interna, no interior dos seus olhos.
— Mata-me, Erick. — Olho para ele e ele levanta-se. Eu faço o mesmo e pego na faca que estava na mão de Erick.
— Marly, não! — Matteo diz, o desespero é evidente na sua voz.
— Okay. — sorrio e sento-me no sofá. Olho para a sala e vejo alguns móveis jogados no chão.
— Elijah, podes sair, por favor? — pede Matteo e Elijah assim o faz.
O ambiente na sala fica imediatamente mais tenso. Erick e Matteo olham para mim como se eu fosse um enigma que estava desvendado, mas não esclarecido. O silêncio é cortante até que, finalmente, Erick fala.
— Então, apanhamos-te, Quennie. — A sua voz é uma mistura de ironia e raiva.
— Sinceramente, pensei que demorarias menos, Don Kyle. — Respondo e cruzo os braços relaxadamente. Ele sorri, mas é um sorriso frio, sem alegria, enquanto pega num copo de whisky.
Aproveito o momento para me levantar. Caminho até o Erick, pego no seu copo de whisky que ele acabou de servir e bebo um gole, sentindo o líquido a aquecer-me a garganta. Quando dou por mim, Erick move-se rapidamente e encosta-me à parede. O copo cai da minha mão e parte-se no chão. O seu corpo pressiona o meu bruscamente.
Erick coloca a faca de frente ao meu rosto, a lâmina brilha perto da minha pele.
— Mata-me, Erick. Eu sei que queres. — Mordo o lábio, desafiadora, vendo a fúria crescer nos seus olhos. — Quando é que te tornaste tão atraente? — Puxo-o pelo lazer e aproximo-o ainda mais. Ele tranca o maxilar com os seus olhos a arder de raiva.
Sento-me de volta no sofá e relaxo um pouco, enquanto mexo a faca nas minhas mãos. Erick mantém-se em pé, a observar-me, enquanto Matteo se aproxima.
— Vamos ficar nisto de olharmos uns para os outros? — Provoco, à procura de quebrar a tensão.
— Porquê que fizeste isto? Porquê que não me contaste? — Matteo pergunta-me, a dor é evidente na sua voz, mas pouco me importo.
— Tu estavas envolvido com a máfia. Achas que queria que alguém soubesse daquilo que eu faço? — Respondo, mantendo a minha voz firme.
— Podias ter contado-me na mesma. Não quer dizer que ia correr a contar para o Erick.
— Não me mintas, Matteo. Eu conheço-te, sei que contarias. — Afirmo, óbvia. — E além do mais, qual é o problema em matar pessoas? Vocês também matam. — Cruzo os braços, desafiadora.
— Mas tu matas quando bem entendes, nós matamos criminosos. — Matteo afirma com uma convicção que me faz suspirar. Olho diretamente para Erick.
— Onde está o meu anel? — Pergunto-lhe com o olhar frio.
— Porquê que precisas dele? — A sua voz é gélida. Coloco a língua na bochecha e nego com a cabeça esboçando um sorriso sarcástico.
— Estou aqui a fazer o quê? — Olho para Matteo, impaciente. — Não posso aproveitar a festa?
— Já não me enganas mais, Marly. — Matteo diz, a desilusão é evidente no seu rosto.
— Mas eu quero aproveitar. Não vim aqui para matar, não sem o meu anel. — Digo e mexo nos pés, indiferente.
— Como é que sabemos que não nos vais matar? — A voz de Matteo está cheia de suspeita.
— Se eu quisesse fazer isso, já teria feito com esta faca na minha posse. — Levanto a faca e atiro-a na direção da parede. Ela fica cravada lá e vibra com a força do impacto. — Bom, posso ir? Não temos mais nada de que falar. Não me dão o que eu quero, eu também não dou o que querem. — Digo e levanto-me calmamente a caminhar em direção à porta.