Numa cidade de Nova Iorque, onde a corrupção e o crime organizado dominam as ruas, um jogo perigoso está prestes a começar.
Marly Souza, uma mulher manipuladora e sedutora, esconde um segredo sombrio: é uma assassina, conhecida apenas como "Quennie...
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Saímos do carro, o som da porta ecoou no ar noturno enquanto Erick contornava o veículo para abrir a porta para mim. Assim que me posicionei ao lado dele, senti a sua mão firme na minha cintura, um toque mais possessivo do que de costume. Não era uma necessidade, era uma afirmação de controlo.
O caminho levou-nos até a entrada principal, onde um guarda, com uma lista nas mãos, aguardava-nos. O olhar dele passou rapidamente por nós a avaliar-nos, mas logo cedeu ao profissionalismo, sem qualquer emoção.
— Nomes? — Perguntou neutro.
— Al Capone e Beatrice Clair Capone. — Erick respondeu sem qualquer inflexão, como se estivesse a declarar a coisa mais natural do mundo.
— Bem-vindos, senhores Capone. — Ele disse, movendo-se para abrir o caminho. Entramos no salão. Uma onda de conversas, risos contidos e o tilintar de taças preencheram o ar.
— Entramos. — Erick murmurou no microfone quase imperceptível. — Vamos beber alguma coisa.
— A beber enquanto trabalhas, Ferri? — Perguntei com um leve toque de ironia.
— Faz tudo mais interessante, Souza. — Ele retrucou com um meio sorriso e pegou em duas taças de vinho de um empregado que passava.
— Sempre profissional, não é? — Perguntei, enquanto levava a taça aos lábios.
— Sempre. — Respondeu. Os olhos dele percorreram o salão como um predador à espreita.
Antes que pudéssemos explorar mais o ambiente, um empregado aproximou-se, a postura dele era respeitosa, mas sem emoção.
— Com licença, senhores Capone? — Ele disse com a voz baixa e contida, mas clara o suficiente para ser ouvida.
— Sim? — Erick respondeu, o aperto dele na minha cintura permaneceu firme.
— A princesa Charlotte está a chamá-los. Ela aguarda-vos ali à frente. — Ele fez um gesto discreto, indicando a direção.
— Obrigado. — Erick começa-me a guiar em direção ao grupo, onde estava a princesa, com passos lentos e seguros.
Enquanto aproximavamo-nos, vi a princesa Charlotte Middleton, no centro de um grupo de admiradores e figuras importantes. Quando ela nos avistou, afastou-se do grupo com um sorriso que claramente nunca deixava o seu rosto.
— Al Capone. — Charlotte estendeu a mão para Erick, o sorriso dela assumiu uma intensidade quase desafiadora.
— Princesa Charlotte. — Erick retribuiu o aperto de mão, brevemente.
— Beatrice Clair Capone. — Charlotte virou-se para mim, os olhos dela avaliaram-me, enquanto me abraçava. — É um prazer finalmente conhecê-los.
— Nós que agradecemos pelo convite, princesa. — Respondi com um sorriso que não atingiu os meus olhos.
— Presumo que estejam a desfrutar da Inglaterra. — Charlotte comentou casualmente, os olhos dela brilharam com curiosidade.
— Como poderíamos não estar? — Erick respondeu.
— Imagino. E que sorte, não é? Estar aqui durante a lua de mel. — O comentário foi jogado de maneira tão casual quanto uma bomba à espera da explosão.
Olhei para Erick à espera de ver a reação dele, mas não havia surpresa no seu olhar, apenas a mesma indiferença de sempre.
— Lua de mel? — A minha voz saiu cortante, desprovida de qualquer surpresa, como se estivesse a pedir uma explicação simples.
— Desculpe-me, Beatrice, mas não entendi o espanto. Não estão em lua de mel? Ouvi dizer que se casaram há alguns meses, mas adiaram a lua de mel por causa de negócios. Agora, coincidentemente, estão aqui, durante o meu evento. Não me diga que fui mal informada. — Charlotte inclinou a cabeça ainda curiosa.
Antes que eu pudesse responder, Elijah falou no meu ouvido.
— Confirma essa história, Erick. É a versão oficial. Se estivessem vivos, estariam em lua de mel agora.
Erick virou-se para Charlotte, o sorriso dele agora tinha um toque cínico.
— Não se preocupe, princesa Charlotte. Está absolutamente correta. Beatrice e eu estamos de lua de mel. — Ele olhou para mim. — Beatrice apenas prefere ser discreta sobre a nossa vida pessoal. Por isso o espanto, não é, amor? — O aperto dele na minha cintura tornou-se mais forte.
— Claro, amor. — Respondi com um sorriso. — Compreendo a sua curiosidade, princesa. Mas prefiro não anunciar ao mundo o nosso relacionamento, não somos dados a exibições públicas.
Charlotte riu, mas havia algo mais profundo naquele som, uma malícia disfarçada.
— Entendo, querida. Mas, sinceramente, se eu estivesse casada com um homem como Al Capone, eu queria mostrar ao mundo. — Ela sorriu, os olhos dela fixos em Erick com um brilho evidente de interesse.
Dei uma risada seca, inclinando a cabeça para Erick, sem esconder a provocação.
— Que comentário mais... revelador. — Murmurei para Erick, apenas o suficiente para que ele ouvisse. — Parece que a princesa não se importa de mostrar onde deposita o interesse dela.
— Se nos der licença, princesa, precisamos de circular um pouco mais. — Ele cortou a conversa com a mesma precisão com que começara.
— Aproveitem a festa. — Charlotte respondeu, enquanto afastava-se para receber outros convidados.
Assim que ela estava fora do nosso alcance, virei-me para Erick.
— Lua de mel? Esta foi a melhor desculpa que conseguiram arranjar? — Minha voz pingava sarcasmo.
— Deve ter sido uma invenção do idiota do Elijah. - ele revira os olhos.
— E aquela observação da princesa? Interessada em mostrar ao mundo o que faria com um homem como tu... — Deixo a frase no ar.
- Estás com ciúmes, Souza? - Rio ao ver a sua cara de provocação.
- Não, isso querias tu, não é, Capone? - Levanto a cabeça, provocando-o.
- Não sei, tu querias? - Ele pergunta, mas eu ignoro.