Numa cidade de Nova Iorque, onde a corrupção e o crime organizado dominam as ruas, um jogo perigoso está prestes a começar.
Marly Souza, uma mulher manipuladora e sedutora, esconde um segredo sombrio: é uma assassina, conhecida apenas como "Quennie...
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Acordo com um barulho na cozinha. Marly já está de pé, como esperado. O cheiro de café fresco e algo a fritar no fogão atravessa a casa. Não é o cheiro que me desperta, mas a curiosidade sobre o que ela está a fazer.
Levanto-me e caminho até a cozinha, encontrando Marly a mexer nas panelas com precisão.
— Acordada cedo para variar, Marly? — Digo, encostando-me na porta, observando-a como se estivesse a avaliar um subordinado.
Ela vira-se e encara-me com um sorriso malicioso a brincar nos lábios.
— Bom dia para ti também, preguiçoso. Fiz o pequeno-almoço. Não te habitues.
Sentamo-nos à mesa e eu provo um pedaço da omelete. Finjo uma careta, exagerando a decepção.
— Podia estar pior. — Provoco, sem sequer disfarçar o sarcasmo.
Ela arqueia uma sobrancelha e olha-me friamente, desinteressada.
— Faz melhor, então. Não sou a tua criada. — Responde rapidamente, cruzando os braços com desprezo.
— Então por quê que te deste ao trabalho? — Continuo com um sorriso cínico a formar-se.
— Pensei que podia quebrar a monotonia. — Ela responde num tom seco, mas um leve sorriso trai os seus verdadeiros pensamentos. — Parece que me enganei.
— Na verdade, não está mal. — Admito a soltar uma risada. — Gosto de ver até onde vais.
Ela revira os olhos, um gesto que, vindo dela, parece mais uma brincadeira do que desdém.
Depois do pequeno-almoço, entramos no carro e seguimos para minha casa. Hoje é um dia especial, marcado pela tradição e lealdade. Marly vai fazer a tatuagem do lobo, um símbolo da Máfia de Nova Iorque. Um compromisso que poucos têm a honra de assumir.
O silêncio no carro é denso, mas não desconfortável. Não precisamos de palavras; o que importa já foi dito e feito na noite passada. Há algo nela, uma faísca sombria que se alinha à minha própria escuridão. Não é só atração física; é um jogo de poder disfarçado de cumplicidade.
Quando chegamos, Dylan já está lá, preparado para começar.
— Vamos acabar com isto. — digo firme. Marly responde apenas com um aceno, deitando-se na cadeira, a expressão serena, quase desafiadora.
Ela estende a perna, pronta para a tatuagem. Dylan começa a traçar o lobo, enquanto Marly mantém os seus olhos fixos em mim, uma chama de determinação que se mistura com algo mais... algo que mexe comigo de uma forma que odeio admitir.
— Quero outra. — Diz e o brilho malicioso nos seus olhos faz-me trincar os dentes.
— Outra? — Pergunto num tom seco, mas a curiosidade cresce com um desconforto que não quero reconhecer.