Numa cidade de Nova Iorque, onde a corrupção e o crime organizado dominam as ruas, um jogo perigoso está prestes a começar.
Marly Souza, uma mulher manipuladora e sedutora, esconde um segredo sombrio: é uma assassina, conhecida apenas como "Quennie...
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Observo Marly de longe na festa, tentando avaliar cada um dos seus movimentos. Agora que sei que ela é Quennie, a sua frieza torna-se ainda mais evidente. Cada gesto, cada sorriso, cada palavra é cuidadosamente calculada.
Até agora, ela passou a noite a comer algumas frutas e a beber whisky. Mesmo enquanto se distrai, a sua presença é como um íman, atrai olhares e atenção. Sei que está ciente da minha vigilância, ocasionalmente, mantém contacto visual comigo com um brilho nos seus olhos.
Vejo-a caminhar até ao jardim e decido segui-la, sempre a manter uma distância segura. Quando a perco de vista momentaneamente, uma mulher aproxima-se de mim. Estou prestes a recusar qualquer interação quando Marly surge de repente, com um sorriso gentil nos lábios.
— Olá. — Ela sorri para a mulher, o seu olhar avalia-a rapidamente.
— Olá, és muito bonita! — responde a mulher, a sorrir de volta, sem perceber o perigo.
— Obrigada. Adoro o teu colar! — Marly comenta e os seus olhos fixam-se no colar da mulher com um interesse, o que faz a sua cabeça inclinar-se um pouco.
— Ah, obrigada. — A mulher toca no colar, um gesto reflexivo, sem suspeitar de nada.
— Oh, está torto. Deixa-me arranjá-lo. — Marly aproxima-se a sorrir e coloca-se atrás da mulher. Com um movimento rápido e preciso, Marly pressiona as costas da mulher.
— Paralisada da cintura para baixo. — A mulher ofega, os seus olhos encontram os meus, cheios de terror.
O olhar de Marly é gélido, sem algum traço de emoção, apenas uma eficiência letal. Ela move-se com uma precisão quase mecânica e aplica outro golpe certeiro nas costas da mulher, a força exata para quebrar-lhe a coluna.
— E morta. — Diz Marly, com uma frieza que faz o meu sangue gelar. Ela atira o corpo para cima do meu, sem vida, como uma marioneta com os fios cortados.
Olho rapidamente ao redor e certifico-me de que ninguém viu o que acabou de acontecer. Atiro o corpo para um canto escuro e escondo-o da vista das pessoas. A excitação percorre-me ao ver Marly a matar. Porra, que mulher sexy.
A facilidade com que ela tira uma vida é assustadoramente sexy e há algo de terrivelmente sedutor na sua indiferença. O seu olhar encontra o meu e um brilho atinge os seus olhos, como se soubesse exatamente o efeito que tem sobre mim.
Reviro os olhos e tento controlar as minhas emoções, enquanto seguia Marly de volta para dentro da casa.
— Disseste que não matarias ninguém. — Sussurro no seu ouvido e aproximo-me o suficiente para sentir o seu perfume.
— Costumam dizer que sou uma boa mentirosa. Além disso, eu não quero saber. — Ela responde e pega numa cereja de uma taça. — Fiquei triste por não poder deixar a minha linda marca. — Ela suspira, como se realmente lamentasse a perda. - Bom, vou continuar na máfia ou vou sair? — pergunta-me a morder a cereja.
— Ainda estou a processar esse assunto. — Respondo ainda a ponderar as implicações. — Por um lado, ter a implacável Quennie Ly do nosso lado é vantajoso. Por outro, és manipuladora e podes trair-nos a qualquer momento.
— Tens um bom ponto. — Ela sorri. - Sinceramente, não quero saber se continuo ou não. Acho que sou melhor independente, não posso escrever o meu nome nas mortes pela máfia. - Faz um beicinho.
- Quem decide isso sou eu, Souza. - o meu corpo instantâneamente aproxima-se do seu.
- Ferri, não mandas em mim. - ela morde o lábio, atraindo o meu olhar.
- Posso não mandar, mas, desde aquele dia, sei como o teu corpo reage ao meu toque. - seguro na sua cintura e puxo-a.
- Vais negar que eu não faço o mesmo contigo? - os seus olhos brilham. Rio da sua pergunta, ainda com os meus olhos presos nos seus lábios.
- Talvez. - quase toco nos seus belos e vermelhos lábios, quando ela afasta-se rapidamente e bebe um pouco de Whisky.
- Se pensas que o que estás a fazer é uma forma de me manipular para correr atrás ti, estás muito enganada, Souza. - Sussurro perto do seu pescoço, já que ela está virada de costas para mim.
- Ferri, já estás a correr atrás de mim. - ela sorri e afasta-se com passos mais rápidos.
Matteo junta-se a mim após Marly sair. Pego num copo e bebo um gole de Whisky, sinto o líquido quente descer pela minha garganta.
— Foi ela que matou o corpo lá fora? — pergunta-me.
— Estaria a mentir-te se dissesse que não. — Respondo calmamente e observo a expressão de choque no rosto de Matteo.
— Temos que parar com isto, Erick. - Matteo cruza os braços, a frustração é evidente nos seus olhos.
— Não entendo o porquê. Ela tem razão nalguns pontos no quesito matar. Não é como se fossemos santos. — Respondo com a voz neutra.
— Não, Erick, ela é a minha irmã. Não sabe o que faz.
— Não sabe o que faz? A Quennie Ly já está nisto há cinco anos. Cinco, Matteo. Se Marly não estivesse consciente disso, não estaria metida nisto há tanto tempo. — Rebati com a paciência a esgotar-se.
— Erick, metade do mundo quer a minha irmã morta, tens noção disto? - Matteo balança a cabeça, desesperado.
— Tenho. E então? - Cruzo os braços e encaro-o.
— Quero mandá-la para a sala preta. — A convicção na voz de Matteo surpreende-me.
— Tens a certeza disso, Matteo? Sabes onde te estás a meter? — Pergunto, sabendo bem as implicações dessa decisão.
— Sei. — Responde, firme.
A sala preta é um lugar temido, um nome que sussurramos com respeito e temor. É a sala de tortura, onde os piores dos piores são levados para enfrentar a justiça implacável da nossa organização. A simples menção da sala preta faz com que os homens tremam de medo, conscientes do horror que ela representa.
— Se a mandarmos para a sala preta, não podemos voltar para trás. — Digo com a voz baixa, mas carregada de significado.
— Eu sei, Erick. Mas talvez isso faça-a perceber a gravidade das suas ações. Talvez, apenas talvez, haja uma chance de redenção para ela. - Matteo fixa o olhar em mim com a dor evidente nos seus olhos.
— Então vamos fazer isto. Mas sabes que pode não terminar como esperas. — Aviso, à espera que ele entenda a seriedade da situação.
— Sei e estou disposto a correr esse risco. - Matteo assente, vejo a convicção a substituir a dúvida no seu olhar, lentamente.
Sei que estamos prestes a cruzar uma linha da qual não há retorno. Marly, com toda a sua letalidade e charme, está prestes a enfrentar a verdadeira face da nossa justiça. E enquanto nos preparámos para esta próxima fase, não posso deixar de questionar-me se esta será a decisão que finalmente nos trará paz ou nos mergulhará ainda mais fundo no caos.