Numa cidade de Nova Iorque, onde a corrupção e o crime organizado dominam as ruas, um jogo perigoso está prestes a começar.
Marly Souza, uma mulher manipuladora e sedutora, esconde um segredo sombrio: é uma assassina, conhecida apenas como "Quennie...
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Estamos a jantar, o clima está tenso, após terem descoberto a minha verdadeira identidade. Não me sinto diferente, nem um pouco afetada pela revelação. O que, de facto, me preocupa é ainda não ter encontrado o meu anel.
Bebo um gole de água do meu copo. Sinto uma sede imensa, devido ao excesso de álcool que consumi durante a festa. Preciso de um banho, penso, enquanto a água desce pela minha garganta. Assim que a água entra no meu organismo, noto um sabor diferente, mas ignoro, pois sei perfeitamente o que é. Sirvo-me de mais água, consciente dos olhares fixos em mim.
- O que foi? - Pergunto alto. - Sei que agora sabem que sou a Quennie Ly, mas isso não significa que vou vos matar a todos. - Reviro os olhos, irritada com o ambiente carregado de desconfiança.
- Como é que... - Âmbar olha-me confusa a tentar processar a situação, sem conseguir terminar a frase. Sorrio ligeiramente a apreciar a ironia da situação.
- Ah, sobre o veneno que colocaram na minha água. - Bebo mais um gole, sentindo o líquido a percorrer-me o corpo. - Tenho bebido veneno todos os santos dias nos últimos cinco anos. Precisam de muito mais se quiserem realmente fazer alguma coisa comigo.
O silêncio na sala é ensurdecedor, os olhos arregalados dos presentes, excluindo o do Erick, refletem a mistura de surpresa e medo. O poder que exerço sobre eles é visível e a minha resistência ao veneno só reforça a minha posição. Sinto-me satisfeita ao ver a incredulidade nos seus rostos.
- Parece que te subestimámos, Marly... ou devo dizer, Quennie. - Niklaus confessa.
- Subestimar-me foi o vosso primeiro erro. - Respondo, com um sorriso frio. - E será o último, se continuarem a tentar envenenar-me.
- Marly, isso não é vida. Não podes continuar assim, a envenenar-te todos os dias. - Matteo inclina-se na mesa e eu reviro os olhos.
- Devias experimentar, Matteo - Respondo, firme. -, evita-se coisas como estas. Agora, se me dão licença, tenho um anel para encontrar.
Levanto-me da mesa, deixando-os a processar as minhas palavras. O peso da minha identidade e a ameaça que represento flutuam no ar, como uma sombra constante. Sei que não será fácil, mas enquanto tiver a minha força, nada nem ninguém me impedirá de seguir o meu caminho.
...
Entrei no quarto do Matteo, procurei por cada canto, mas não encontrei nada. Revirei as gavetas, levantei o colchão, examinei os esconderijos mais óbvios - tudo em vão. O anel, o meu precioso anel, não estava ali. Frustrada, sabia que a minha única opção era invadir o quarto de Erick.
A porta do quarto de Erick estava, como esperado, trancada. Claro, ele não seria descuidado ao ponto de deixar o acesso livre. Pego num travessão de cabelo e, com a habilidade que adquiri ao longo dos anos, começo a trabalhar na fechadura. No início, parece uma tarefa impossível, mas depois de alguns minutos de concentração, ouço o clique. Boa, caralho.