Assim que as bombas explodiram, troquei um olhar rápido com Mathilde. Do outro lado do caos, vi Nikolai a sorrir, com os braços erguidos como se tivesse vencido. Era quase cómico. Ele achava-se intocável e essa arrogância fez-me sorrir.
— Finalmente! — Ele exclamou, com aquele sorriso pretensioso.
— Estavas à nossa espera? — Mathilde não resistiu a ironizar, sem abaixar a arma que apontava para os seguranças dele.
Eu ri, de propósito, só para o provocar ainda mais.
— Até me sinto lisonjeada. — disse, com um sorriso travesso, antes de, em sincronia com Mathilde, abrirmos fogo contra os homens de Nikolai.
Mathilde acertou no peito do primeiro segurança, e eu atingi o segundo direto na cabeça. Um terceiro homem moveu-se para proteger Nikolai e tentou disparar contra nós, mas foi lento. Não teve hipótese; desviámo-nos dos tiros com rapidez e acertámos nele. Ao fim de alguns segundos, estávamos sozinhas com Nikolai, que começava a recuar, mas ainda tentava manter a pose. Num gesto rápido, ele puxou uma arma e apontou-a a Mathilde. Mas ela disparou antes dele. A bala perfurou-lhe a mão, e a arma caiu no chão. O sangue escorria entre os dedos dele, mas isso só o tornou ainda mais perigoso, com uma fúria que lhe ardia nos olhos.
Ele ergueu as mãos como se rendido, mas percebi logo a falsidade do gesto. Num movimento rápido, tombou a mesa entre nós e atirou uma faca, que atingiu Mathilde no colete. Ela afastou-se e, sem perder tempo, escondeu-se atrás de um carrinho de bebidas. Ela disparou para um prato de metal junto ao armário, e o projétil ricocheteou, acertando Nikolai no lado direito do peito. Era a minha deixa. Sem hesitar, apontei e disparei direto para a sua cabeça. Tudo o que ouvi foi o som oco do corpo a cair. Aquela era a nossa vitória.
Trocámos um olhar; sabíamos que, apesar de termos alcançado o objetivo, ainda não estávamos seguras.
— Está feito. Temos de sair daqui. — disse-lhe, já a sentir a adrenalina a passar e o cansaço a instalar-se.
— Rápido! Pela porta dos fundos! — Ela tocou-me no ombro, apontando a saída.
Atravessámos o corredor apressadas, mas já havia algo errado. Sentia o cheiro forte de gás. Nem tive tempo de reagir. Uma explosão projetou-nos para o chão. Caí de barriga para baixo, o peito a ser comprimido contra o chão, com a dor da queda. Mathilde olhou para mim com preocupação, mas eu estava exausta demais para reagir. Sabia que se ficássemos ali, respiraríamos o ar tóxico que se espalhava. O tempo estava contra nós, e eu só conseguia manter-me perto do chão, onde o ar era menos denso.
Comecei a ouvir passos ao longe. Mathilde mexeu a cabeça, e vi-a esforçar-se para ver quem se aproximava.
— Ian… — ouvi Mathilde sussurrar, o que me confirmou que conseguiríamos sair daqui vivas.
Logo, senti as mãos de Erick no meu rosto. O toque dele era firme, mas eu podia sentir a sua preocupação.
— Chérie, estás bem? — Ele perguntou com um brilho nos olhos.
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Minha Mulher
ActionNuma cidade de Nova Iorque, onde a corrupção e o crime organizado dominam as ruas, um jogo perigoso está prestes a começar. Marly Souza, uma mulher manipuladora e sedutora, esconde um segredo sombrio: é uma assassina, conhecida apenas como "Quennie...