Numa cidade de Nova Iorque, onde a corrupção e o crime organizado dominam as ruas, um jogo perigoso está prestes a começar.
Marly Souza, uma mulher manipuladora e sedutora, esconde um segredo sombrio: é uma assassina, conhecida apenas como "Quennie...
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Hoje era o dia daquela tal festa em casa dos nossos pais. Iríamos eu e Matteo. Pelo semblante dele, o entusiasmo de ir devia estar igual ao meu: nenhum. Não tinha vontade alguma de voltar a pisar aquele lugar, muito menos de encarar aquelas duas pessoas. Nem sequer sei como conseguiram contactar Matteo, mas isso agora não importa. Se algo acontecer, não sou mais a menina que eles pensavam que eu era.
Chegámos à rua da nossa antiga casa. Durante toda a viagem não trocámos uma única palavra, mas isso não me preocupava. O que mais desejava era que tudo terminasse rápido para poder ir embora, principalmente depois do que ele disse ontem ao Erick.
O que será que querem de nós?
— Os meus filhinhos, como estão? — A voz da nossa mãe soa tão falsa que me deixa nauseada.
Olhei para dentro da casa e vi mais familiares do que esperava, quase metade da freguesia estava ali. Claro, já percebi tudo.
— Para quê que fomos chamados? — Matteo foi direto, como sempre.
— Ora, porque são os nossos filhos. — Ela sorri, aquele sorriso cínico que só me faz revirar os olhos.
Algumas pessoas aproximam-se para nos cumprimentar. Outras lançam-nos olhares de julgamento, como se estivéssemos a cometer algum crime só por estar ali. Acho até que vi alguém a rezar o terço depois de olhar para nós. Não quero saber de nada disto.
De repente, vejo o meu pai pegar num copo e bater um garfo para pedir atenção. Soltei um suspiro pesado e sentei-me na beira do sofá, com as pernas cruzadas.
— Quero agradecer a todos por terem vindo. É realmente muito importante para nós ter-vos aqui, especialmente os nossos filhos, que cresceram e conquistaram a própria independência. Eles são o meu maior orgulho.
— Não seja mentiroso, Joaquín. — Disparo, sem hesitar. De repente, todos os olhares estavam fixos em mim.
— Minha filha, é melhor parares de beber, estás a dizer coisas sem sentido. — Ele sorri forçadamente.
— Ah, claro! É mais fácil dizer que estou bêbada do que admitir que fomos obrigados a sair de casa.
— Eu não expulsei ninguém de casa! — Ele grita, a raiva claramente a dominar-lhe o rosto.
— Isso é verdade. Nós é que tivemos de sair por causa dos maus-tratos que sofriamos constantemente. — Sorrio, cínica.
— Isso é mentira! — Ele esbraveja, apertando o copo de whisky com tanta força que pensei que o ia partir ali mesmo.
— Tu é que sabes. Quem mais peca aqui dentro és tu. — Respondi calmamente, enquanto o burburinho começava a espalhar-se pela sala. Ele, incapaz de controlar o seu temperamento, atirou o copo na direção da lareira atrás de mim. Desviei-me antes que me acertasse.