Numa cidade de Nova Iorque, onde a corrupção e o crime organizado dominam as ruas, um jogo perigoso está prestes a começar.
Marly Souza, uma mulher manipuladora e sedutora, esconde um segredo sombrio: é uma assassina, conhecida apenas como "Quennie...
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Desde o momento em que entrámos na mansão dos Martinez, algo começou a incomodar-me profundamente. Era como uma sensação de desconforto rastejante, agravada cada vez que Dylan Martinez abria a boca para se dirigir à Marly. O modo como ele a olhava, como se fosse algum tipo de troféu, deixava-me furioso. O pior de tudo era perceber que Marly não parecia completamente imune às suas investidas. Cada sorriso, cada palavra gentil, fazia com que o meu sangue fervesse. Era um tipo de ciúme que eu não queria, nem podia admitir. Mas estava lá, a corroer-me por dentro.
Marly, que normalmente é tão perspicaz, parecia corresponder a cada uma das tentativas de Dylan, o que só aumentava a minha irritação. Odiava a ideia de alguém como Dylan captar a atenção dela, e ainda mais odiava a ideia de que ela pudesse estar a gostar disso. Mas admitir isso a mim mesmo era impensável. O que é que eu estava a fazer, afinal? Marly é minha colega, minha... Diabinha. E nada mais.
Quando Madalena finalmente percebeu que Marly estava estanha, aproveitei a oportunidade para agir. Levantei-me, ajeitando o meu membro discretamente para que ninguém notasse o efeito que ela tinha sobre mim. Precisava de uma desculpa para sair da sala e segui-la. Eu conhecia-a bem o suficiente para saber que aquilo era uma saída para se recompor, e eu não ia perder a oportunidade de a encontrar a sós.
- Licença, acho que é melhor eu ir ver como ela está. Marly costuma ter quedas de tensão. - Menti, Madalena assentiu.
No entanto, antes que pudesse sair, Dylan pronunciou-se.
— Vou atrás dela. — ofereceu-se, como o idiota cavalheiresco que tentava ser.
— Não. — disse eu, a minha voz soou mais dura do que o planeado. A minha expressão deixou claro que não estava disposto a discutir isso. - Marly é minha... acompanhante e colega.
Madalena, notando a tensão no ar, interveio rapidamente, com medo evidente na voz.
— Não vamos contrariar Don Kyle, Dylan. — disse, lançando um olhar de aviso ao filho. — Pode ir, Senhor Kyle.
Dylan hesitou, mas acabou por se inclinar e voltar a sentar-se, derrotado. Ele não sabia com quem estava a lidar. Aquele era o meu jogo, e eu não ia deixá-lo interferir.
Saí rapidamente da sala e segui pelo corredor até à casa de banho. Bati levemente na porta antes de entrar, mas não esperei por uma resposta.
Quando entrei na casa de banho, a Marly estava encostada no lavatório, ainda ofegante, com as mãos apoiadas nas laterais da porcelana. Levantou o olhar quando me viu, os olhos brilharam de raiva misturada com algo mais profundo, algo que eu sabia muito bem o que era. Fechei a porta atrás de mim, mas a intensidade do que tinha acabado de acontecer à mesa ainda pulsava dentro de mim.