Numa cidade de Nova Iorque, onde a corrupção e o crime organizado dominam as ruas, um jogo perigoso está prestes a começar.
Marly Souza, uma mulher manipuladora e sedutora, esconde um segredo sombrio: é uma assassina, conhecida apenas como "Quennie...
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Tenho assistido a todos os treinos de Marly, às vezes pelas câmaras, às vezes na sala. Ela parece completamente péssima para aquilo, faz demasiados erros. Não sei se é da minha cabeça, mas acho que ela está a fingir isto tudo. É notável a maneira de como ela erra "sem querer".
Toda a sua postura e comportamento nos treinos parecem-me suspeitos. Não posso provar nada, mas a minha intuição diz-me que há algo de muito errado. Ela derruba a pistola, tropeça nos obstáculos e é derrubada facilmente nas lutas corpo a corpo. Tudo parece calculado, como se ela quisesse parecer vulnerável e inexperiente.
Hoje, durante a simulação de combate, observei-a atentamente pelas câmaras. Cada erro que cometeu parecia meticulosamente planeado. Não era um simples erro de principiante; era quase teatral. Pergunto-me se sou o único que nota isso.
- Fizeste bem, considerando as dificuldades. - ouvi Matteo dizer, satisfeito com o desempenho dela.
Franzi a testa, sentindo uma onda de desconfiança. Algo não se encaixa. Marly, a irmã doce e vulnerável, não combina com o comportamento que tenho observado. Decidi que precisava de mais provas, algo concreto que confirmasse as minhas suspeitas.
Depois do treino, fui para o meu escritório e comecei a rever as gravações das câmaras novamente. Cada movimento, cada "erro" de Marly estava lá, registado. Mas o que mais me chamou a atenção foi a forma de como ela parecia estar sempre ciente de onde as câmaras estavam. Quando se aproximava de um ponto cego, o seu comportamento mudava, tornando-se mais confiante e ágil, mesmo que por breves momentos.
Peguei algumas fotos antigas dela e comparei com as imagens das câmaras. Os olhos, a postura, tudo parecia indicar que Marly estava a esconder algo. Precisava de mais evidências, algo que ligasse diretamente Marly a Quennie Ly. Sabia que não poderia acusá-la sem provas concretas.
Durante o jantar, observei-a discretamente. Ela estava a conversar com Matteo e Elijah a fingir entusiasmo pelos treinos. Cada palavra parecia meticulosamente escolhida para reforçar a sua imagem de menina inofensiva. Tentei participar da conversa, mas a minha mente estava focada numa única coisa: desvendar o mistério que cercava Marly.
Na manhã seguinte, durante os treinos, continuei a observá-la de perto. Marly estava novamente "a lutar" para completar as tarefas e cometia os mesmos erros calculados. A minha frustração crescia, mas sabia que precisava de manter a calma e ser paciente. Se Marly era realmente a Quennie Ly, eventualmente ela cometeria um erro.
- Marly está a melhorar muito. Acho que vai ser boa para nós. Além disso, até deixa-me mais relaxado ao saber que ela pode defender-se. - Matteo comenta comigo.
- Não achas estranho o comportamento da tua irmã? Durante os treinos e a maneira de como evolui do dia para a noite? - Pergunto de maneira sutil.
- Estranho? Como assim? - Olhou-me surpreso e confuso.
- Ela parece cometer os mesmos erros repetidamente. Não sei, pode ser apenas impressão minha, mas às vezes parece que ela está a fingir.
- Acho que estás a ser paranóico. A minha irmã sempre foi assim, sempre aprendeu as coisas rapidamente. Além disso, ela só precisa de um pouco mais de tempo e prática. - Matteo riu, balançando a cabeça em negação.
- Talvez tenhas razão. - Assinto e finjo aceitar a sua opinião. Matteo coloca a mão no meu ombro.
Continuei a observar os treinos, mas agora com um objetivo mais claro. Precisava de encontrar o momento onde o seu verdadeiro eu apareceria.
Durante o jantar, observei a Marly interagir com os outros. Ela estava cada vez mais confiante, mais à vontade, como se estivesse a ganhar o seu jogo.
