Capítulo 14

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Tenho treinado todos os dias e sempre que posso saio escondida sem ser vista

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Tenho treinado todos os dias e sempre que posso saio escondida sem ser vista. Nestes últimos três dias, matei cerca de cinco pessoas, enquanto ia para a faculdade e quando fugia de noite.

O meu irmão avisou-me sobre os treinos que irei ter com Erick. Então, tenho "praticado" mais, aperfeiçoo cada movimento e cada expressão de falsa vulnerabilidade. Matteo acreditava que eu estava a dedicar-me de verdade, mas mal sabia o quão longe eu estou a ir para manter a minha máscara.

Vou fazer de tudo para entrar na Máfia.
...

Era a hora do treino com Erick, vesti-me de forma prática e eficiente, com roupas que me permitissem mover facilmente. O estúdio estava frio e silencioso quando entrei e Erick já estava lá à minha espera com a sua postura fria e calculista.

- Vamos, começamos com tiro. - ordena, sem qualquer emoção na voz.

- Okay. - respiro fundo e aproximo-me da arma.

Começo a sessão de tiros. Acerto no meio de cada alvo com precisão. Cada disparo era meticuloso, refletindo o treinamento intenso que tinha praticado secretamente. Quando termino, olho para Erick à espera de alguma reação, mas ele permanece impassível.

- Próximo. Obstáculos e tiros. - ordena de forma fria e autoritária.

Respiro fundo e sigo para o percurso de obstáculos. Salto, escalo e rastejo com agilidade e a acertar em todos os alvos, concluí cada tarefa sem erros. A frieza no olhar de Erick não muda e isso apenas aumenta a tensão no meu corpo.

Ele continua a ordenar mais testes, cada um mais desafiador do que o anterior. Ao final de todos, ele aproxima-se com a expressão ainda inalterada.

- Mostra-me o que vales. - pede como se fosse um desafio. Sorrio, olho para baixo e mexo no meu anel. Nervos dançam sob a minha pele, a lâmina escondida no meu anel lembra-me logo do meu propósito. Não posso simplesmente fingir vulnerabilidade, mas também não posso revelar quem eu sou de verdade.

- Não és capaz? - pergunta ironicamente, um tom que me deixa zangada.

A raiva ferve dentro de mim e avanço para cima dele, atacando-o com a velocidade e a força que tenho guardado. Erick bloqueia o meu ataque com muita facilidade e a sua expressão fica cada vez mais fria e calculista. Cada movimento meu é medido e contrariado com precisão que só um líder da máfia poderia ter.

- Interessante. - murmura, enquanto bloqueia outro soco meu e empurra-me para trás. - Esperava mais de ti, Souza.

Isso aumenta a minha força de vontade. Ataco novamente, cada ação era mais feroz que a anterior. Erick desvia-se e bloqueia eficientemente, como se estivesse apenas a divertir-se com a minha tentativa de derrubá-lo.

Finalmente, consigo uma abertura e dou um soco que ele não esperava. Acerto o seu rosto, mas ele recupera-se rapidamente, a agarrar o meu braço e a girar-me para me imobilizar. A força com que ele segura o meu braço é um lembrete claro do seu poder.

Noto nos seus olhos uma nova intensidade. Ele agora sabe mais do que nunca que estou a esconder algo e está ansioso por descobrir. Cada movimento meu é uma tentativa de enganar, de mostrar uma fraqueza que não existe.

Finalmente, ele derruba-me e imobiliza-me novamente. Desta vez, há uma ligeira curva nos seus lábios, quase um sorriso.

- Não és tão fraca quanto finges ser. - murmura, enquanto me solta lentamente.

Levanto-me, ofegante, mas sem quebrar o contato visual. Sei que ele está a testar-me, e preciso ser inteligente.

- Talvez eu só precisasse de um adversário à altura e de mais prática. - digo com a voz firme.

- Talvez. - concorda, observando-me com um olhar que parece ver através de mim. - Espero ver-te amanhã na próxima reunião de divulgação do novo membro. - ele olha-me friamente e afasta-se, deixando-me sozinha no campo de treinamento.

Mais um objetivo completo. Eu consigo tudo o que quero.

...

Estive na faculdade o dia todo, concentrada em tratar de desenhos e de algumas fotos para capas de revista. Perdi-me no tempo, enquanto ajustava os detalhes do vestido que estava a desenhar, um longo preto adornado com brilhos discretos. As linhas e curvas do design fluíam naturalmente do meu lápis, cada traço era um reflexo da minha visão.

Assim que cheguei em casa, senti uma leve fome e decidi pegar em morangos e uvas. Sentei-me no balcão a mordiscar as frutas, enquanto continuava a trabalhar no desenho.
Enquanto estava imersa no meu trabalho, Hannah entrou na cozinha carregada de várias sacas de compras.

- Fui no shopping e comprei uma roupa perfeita para hoje. - anunciou com entusiasmo. Levantei os olhos do desenho, franzindo o cenho ligeiramente.

- Qualquer coisa fica-te bem, Hannah. - disse, ainda concentrada no meu esboço.

- Não, mulher, isto é para ti. - Ela riu a sacudir a cabeça.

A surpresa tomou conta de mim. Peguei no vestido que ela me estendia. Era curto e colado ao corpo, com certeza realça as minhas curvas sem ser vulgar. A cor é um vermelho vinho intenso, é perfeito. Há algo de provocador, mas ao mesmo tempo elegante naquele vestido.

- É lindo. - admiti com um sorriso de aprovação a surgir no meu rosto.

- Sabia que ias gostar. - disse Hannah, radiante. - Tenho a certeza de que vais arrasar com ele hoje à noite.

Subi para o meu quarto para experimentar o vestido. Ele ajusta-se perfeitamente ao meu corpo, acentua os meus melhores traços sem exageros. Combinei-o com um par de saltos altos pretos, com uma cobra dourada a subir pela perna, o que adiciona um toque exótico ao conjunto. Completei o visual com alguns acessórios dourados e deixei o meu cabelo solto, com ondas suaves que caíam naturalmente sobre os ombros.

Enquanto me olhava ao espelho, não pude deixar de sentir uma onda de confiança. O reflexo mostrava uma mulher segura, pronta para qualquer desafio. Desci as escadas e encontrei Hannah à minha espera. O seu olhar de aprovação foi tudo o que precisei.

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