Numa cidade de Nova Iorque, onde a corrupção e o crime organizado dominam as ruas, um jogo perigoso está prestes a começar.
Marly Souza, uma mulher manipuladora e sedutora, esconde um segredo sombrio: é uma assassina, conhecida apenas como "Quennie...
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Eu e Erick estamos sentados numa das poltronas discretas do salão. Eu estou no seu colo e ele está com o braço apoiado nas minhas pernas. Estamos em silêncio a observar as pessoas a movimentarem-se pelo salão. Erick tinha desligado a função do microfone que permitia que Hannah, Matteo e os outros nos escutassem. Não fazia ideia de que isso era possível. Se eles dissessem algo, podíamos escutá-los, mas eles não podiam nos ouvir.
De repente, um homem que aparenta ter cerca de trinta anos, moreno e bem apessoado, aproxima-se de nós.
— Com licença, concede-me esta dança, senhorita? — ele pergunta, olhando diretamente para mim.
Olho para Erick e sorrio, fingindo que estou prestes a aceitar o convite. Mas antes que me pudesse levantar, Erick puxa-me de volta para o seu colo.
— Não, ela já está bem acompanhada. — diz Erick, com o tom frio e sério que parece intimidar o homem.
— Não falei consigo, falei com a menina. — responde o homem, com um tom rude, sem saber com quem está a lidar.
— Falou com a minha mulher. — Erick parece estar a esforçar-se para manter a calma.
— Não tem problema, amor, é só uma dança. — tento parecer simpática, mas Erick olha-me de canto de olho. Posso ver os músculos da sua mandíbula contraírem-se.
— Cala-te, Sou... — ele quase comete o erro de usar o meu nome verdadeiro, mas percebe antes que a merda seja feita e corrige. — Beatrice.
A maneira de como ele me segurou não tinha nada a ver com os disfarces, parecia pessoal, como se ele realmente acreditasse que eu fosse a sua mulher e que não me deixaria dançar com outro.
— Ela quer vir. Estás com medo de perdê-la? — ironiza o homem.
— Perdê-la? — Erick pergunta de volta com um tom de ironia, encarando o homem com seriedade.
Eu podia prever uma grande explosão se Erick perdesse o controlo e isso não estava longe de acontecer, já que a sua paciência estava visivelmente a esgotar-se.
— Ela não irá a lugar nenhum. E tu tens no máximo dez segundos antes que eu perca a paciência. — ameaça Erick.
— E quem és tu? Não pareces ser perigoso. — o homem ri.
— Se eu te contar quem eu realmente sou, teria que te matar. — Erick diz, ameaçador. — Se bem que isso já não está muito longe de acontecer. — completa, fazendo com que a expressão do homem mude.
— Estás a ameaçar-me? — o homem pergunta indignado.
— De forma alguma. — Erick sorri —, por enquanto, é apenas um aviso...
— Tu és maluco e tu pior ainda por estares com ele. Se eu fosse tu, fugiria. — o homem diz com desprezo.
— Ela consegue ser mais maluca do que eu e se eu fosse tu, não colocaria isso à prova. — Erick diz com um sorriso perverso nos lábios.
— Eu não preciso fugir, já o senhor... — completo, levando a taça de vinho até à minha boca e bebendo um pouco.
O jeito que Erick o encarava, de forma vazia, como se estivesse a imaginar a sua dolorosa morte e as muitas maneiras de matá-lo, era assustador.
Ele fechou a mão e a forçou um pouco na minha perna, tentando se segurar. Tinha medo de que a sua paciência se esgotasse, não queria ver de forma alguma um dos seus surtos de raiva.
— Vocês os dois são malucos, isso sim. — o homem sai de perto de nós rapidamente, provavelmente com medo.
O homem saiu e, por longos minutos, eu e o Erick ficamos em silêncio. Até que ele finalmente fala:
— Irias mesmo dançar com aquele gajo? — Erick volta ao assunto.
— Claro, por que não? — digo a sorrir-lhe, sentindo-o a apertar a minha coxa com uma força exagerada e bruta.
— Porque tu és minha e nenhum homem tem o direito de tocar no que é meu.
— Estás a apegar-te demais a este teatrinho, Ferri. — digo, aproximando o meu rosto do dele e encarando-o com um sorriso irónico. — Deves estar a amar chamar-me de tua mulher, não é? — sorrio. — Mas isto não passa de um teatro, amor...
— Souza, sabes quantas vezes eu tive vontade de acabar contigo? — o seu olhar escurece.
— Não, quantas, Ferri? — E lá estávamos nós, com os joguinhos de provocações, mais uma vez.
— Muitas, muitas vezes. E agora é uma delas.
— Imagino também quantas vezes tiveste vontade de me foder, foram quantas, Erick? Consegues contar?
— E quantas vezes tiveste vontade de ser minha, Souza? Consegues contar? Se me lembro bem, só não foste porque atrapalharam...
— Essa vontade de acabar comigo é em que sentido, Erick? — abro um sorriso malicioso.
— Em todos, principalmente quando irritas-me. Sabes quantas vezes tive vontade de descontar a minha raiva em ti? Quantas vezes tive vontade de acabar com uma discussão nossa a foder-te?
— Estás a confessar isso muito fácil por quê? Agora é um dos momentos em que queres foder-me? Ou beijar-me pra "calar" a minha boca?
— Eu com certeza foder-te-ia agora se não tivéssemos trabalho a fazer. — ele abre um lindo sorriso malicioso.
— Eu com certeza deixava que me fodesses, se não tivéssemos trabalho a fazer. — confesso, repetindo as suas palavras, enquanto sorrimos um para o outro.
...
- Está na hora! Pelo o que parece, a princesa vai anunciar o leilão da joia daqui a alguns minutos, pela quantidade de seguranças que apareceram no salão. - Hannah diz pelo microfone.
— Hannah e Âmbar, preparem-se. Vem comigo. — diz Erick, levantando-se. Ele espera que eu me levante e, em seguida, passa a mão pela minha cintura e guia-me pelo salão. — Enrico, consegues ver-nos pela câmera? — ele pergunta baixo, mas ainda a olhar para mim, dando a impressão de que estava a falar comigo.
- Consigo e já sei o que queres. Só um segundo. No canto perto da casa de banho feminina não tem câmeras, no canto esquerdo.
— Certo, obrigado, Enrico. — ele guia-me até ao local indicado por Enrico e tira de dentro do bolso uma pequena caixinha, de onde retira uma cópia do colar, que era incrivelmente idêntica à original. — Sabes o que fazer. — diz a entregar-me o colar falso.
— E na hora de esconder a original, onde é que eu escondo? — pergunto e, no mesmo momento, ele abre um sorriso malicioso, olhando em direção aos meus seios. — Estás a brincar, Ferri?
— É só colocar aí dentro, Marly!
— Eu simplesmente vou esconder uma joia no meu decote? Essa é a tua ideia?
— Tens mais alguma sugestão? — nego com a cabeça. — Foi o que eu imaginei. Agora esconde essa joia dentro do decote e prepara-te. — coloco a joia entre os meus seios, onde fica bem presa e escondida.
— É cada situação que eu tenho que passar, puta que pariu. — murmuro para mim mesma.