Capítulo 51

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O calor do corpo de Marly junto ao meu era reconfortante, uma sensação única que fazia o mundo lá fora parecer distante e irrelevante

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O calor do corpo de Marly junto ao meu era reconfortante, uma sensação única que fazia o mundo lá fora parecer distante e irrelevante. O som suave da sua respiração era uma melodia que se misturava com o bater do meu coração, criando uma harmonia que eu queria manter para sempre. Os lençóis estavam desarrumados, amontoados à nossa volta, testemunhas mudas da noite que passámos juntos. O quarto estava banhado por uma luz suave, aquela luz pálida da lua que, com delicadeza, espreitava pela janela, criando padrões de sombras na parede. Eu observava Marly, o rosto tranquilo, a respiração profunda. Ela parecia tão serena, como se o mundo fosse perfeito, e naquele momento, eu acreditava nisso também.

O seu rosto estava calmo, sereno. O peito subia e descia num ritmo tranquilo, como se o mundo se tivesse resumido a aquele momento, àquele toque. Eu não conseguia evitar sorrir ao observá-la. Como era possível alguém como ela estar ali comigo? Como era possível que ela me amasse? Eu, que sempre me senti tão pequeno, tão insignificante. Mas ela estava ali, dormindo ao meu lado, e isso me fazia sentir algo que eu nunca tinha experimentado antes: paz.

Deslizei os dedos pelo seu cabelo, sentindo a textura sedosa entre os meus dedos. Ela mexeu-se ligeiramente, os lábios entreabrindo-se num suspiro suave antes de se aconchegar mais a mim. O seu cheiro, doce e familiar, envolveu-me, trazendo uma sensação de conforto. Sentia-me em casa, mais do que nunca.

— Olá! — murmurou ela, com a voz rouca de sono. Os olhos ainda estavam semicerrados, mas o sorriso nos seus lábios iluminava o quarto mais do que a própria luz da lua.

— Olá! — respondi, incapaz de disfarçar a suavidade na minha voz. O simples fato de falar com ela me fazia sentir algo que eu não sabia descrever, uma mistura de felicidade e esperança. Era como se, finalmente, eu fosse merecedor de algo bom, de algo real.

Ela sorriu de volta, aquele sorriso que me fazia esquecer tudo o resto, tudo o que existia fora daquele quarto. O mundo lá fora não existia, só nós dois. Só nós dois naquele pequeno universo onde a realidade se dissolvia em algo mais mágico. Inclinei-me e beijei-a suavemente, sentindo o seu calor contra o meu. Os nossos corpos estavam perfeitamente alinhados, como se tivessem sido feitos um para o outro. Era a primeira vez que me sentia assim... completo. Sem dúvidas, sem medos. Aquele beijo era tudo o que eu desejava.

Ela entreabriu os olhos, sorrindo, e disse:

— Sabes, Erick... Eu não sei como conseguimos estar aqui, neste momento. Mas, de alguma forma, eu sei que é real.

Eu sorri, tocando-lhe suavemente o rosto, acariciando a pele fria com a ponta dos dedos.

— Talvez seja um sonho — disse, baixinho, e os meus olhos brilharam com um brilho que só ela fazia surgir em mim. — Mas, se for, quero ficar nele para sempre.

Ela riu suavemente, e aquele som era como música para os meus ouvidos. Era tudo o que eu precisava.

Mas então, algo mudou. A luz da lua parecia escurecer de repente, como se a própria noite tivesse engolido o brilho suave que antes nos envolvia. O calor que sentia ao lado de Marly se dissipou, como se uma sombra tivesse caído sobre nós. O quarto, que antes estava acolhedor e seguro, agora parecia estranho. O ar tornou-se denso, pesado, e eu senti o coração bater mais rápido. O ambiente que antes estava calmo e sereno agora parecia estar a ser consumido por algo invisível, algo que não podia compreender.

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