Capítulo 25

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O ar estava pesado enquanto todos assimilavam a informação

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O ar estava pesado enquanto todos assimilavam a informação. O cheiro forte de cigarro pairava sobre a sala e o som do relógio de parede marcava o ritmo da nossa tensão. Sentados ao redor da grande mesa de madeira, todos olhavam fixamente para Elijah à espera que ele revelasse o plano que nos tiraria desta merda.

Elijah chamou a nossa atenção antes de falar, o tom de sua voz era urgente e determinado.

— Não temos escolha. Fiquei a saber pelo nosso infiltrado que Kim Taehyung estará no evento. Se ele puser as mãos na joia antes de nós, colocará em risco o nosso acordo, assim como aumentará o poder da sua Máfia. Como sabem, ele comanda a máfia coreana e, se tomar posse da joia, provavelmente vai motivar uma guerra entre todos nós, já que a joia é lendária e todos querem-na.

Todos na sala trocaram olhares preocupados. Eu sabia que estávamos diante de algo grande, mas a presença de Taehyung elevava a situação a um nível completamente diferente. Ele era conhecido pela sua crueldade e inteligência. Enfrentá-lo seria como um jogo mortal de xadrez.

— Merda. E quanto tempo temos? — perguntou Hannah, a sua expressão refletia a preocupação de todos.

— Exatamente cinco dias. — respondi. O peso da tarefa começava a cair sobre os meus ombros.

— É impossível. — disse Âmbar, balançando a cabeça. — Não é possível replanear algo previsto para seis meses em cinco dias.

— Não temos escolha, Âmbar. — insisti firmemente. — Precisamos desta joia para trocá-la na Espanha com os Martinez. Um acordo será quebrado e só será possível se tomarmos posse da joia, o colar da futura rainha de Inglaterra, princesa Charlotte.

— Caralho. — murmurou Âmbar, claramente tensa.

Hannah, ao meu lado, já estava absorvida em pensamentos, os seus dedos dançam no teclado do PC a analisar os sistemas de segurança do palácio em tempo real.

— Hannah, vais hackear a segurança do palácio e do governo. Precisamos de toda a informação sobre a segurança deles e a planta do palácio inteiro. — ordenei, sabendo que era a única forma de termos uma chance.

Ela assentiu, com um olhar decidido.

— Vou fazer o meu melhor. Se tiver um ponto fraco, vou encontrá-lo. — Assinto com orgulho da minha irmã.

Elijah então revelou o próximo passo do plano.

— Erick, usarás um nome já planeado, mas temos um nome específico: Al Capone. Ele é o líder da máfia austríaca.

O nome de Al Capone era lendário, carregando um peso próprio. Usar a sua identidade seria arriscado, mas também uma jogada ousada.

— Como ele será líder da Máfia austríaca se não fala alemão? — questionou Matteo, com um tom de ceticismo.

— Ele é americano, Matteo. — explicou Elijah. — É líder da máfia austríaca por causa do seu tio, que lhe deixou tudo. Ninguém vai estranhar.

— E como um mafioso vai entrar no palácio? — indagou Hannah. — Eles são da realeza e com certeza não gostam de criminosos.

— A princesa não é tão certinha quanto pensam. — respondeu Elijah, com um sorriso astuto. — Ela criou uma lista negra onde os mafiosos estão com presença V.I.P. Charlotte quer dinheiro e, agora, mais do que tudo, irritar o seu querido pai.

A ideia de um membro da realeza convidar criminosos de todo o lado para um evento tão exclusivo era, no mínimo, intrigante. Isso dar-nos-á uma chance, por menor que fosse.

— Al Capone... já ouvi falar dele, é bem perigoso. Mas não é casado? — perguntou Enrico.

— Sim, é. A esposa dele é Beatrice Clair Capone. — confirmou Elijah, sem pestanejar.

— Por que não escolheu alguém solteiro, Elijah? — perguntei, já antecipando o problema.

— Porque Al Capone foi o alvo mais fácil que encontramos a tempo de eliminar. E é o único que a princesa Charlotte nunca viu pessoalmente, ou seja, facilita para nós!

— Ela já viu todos os mafiosos da lista dela? — questionou Âmbar.

— Não todos, mas aqueles mais perigosos sim. — explicou Elijah. — Como disse, ela não é uma princesa correta que segue as ordens do rei. E ela pretende conhecer Al Capone e Beatrice no leilão. Esses dois eram mais reservados e não saíam muito, então muito dificilmente alguém conhecido por eles lembrar-se-á exatamente dos seus rostos.

— E quem será Beatrice Capone? — perguntei. - A minha irmã, a Âmbar...?

Todos os olhares dirijem-se para mim e logo a imagem da pessoa aparece na minha mente.

— Marly? — questionei e olhei para Matteo à espera da sua confirmação.

— Não temos escolha, Erick. — respondeu Matteo, com um tom sério.

A minha mente girou, pesando as possibilidades e os riscos. Marly era habilidosa, mas envolvê-la neste jogo perigoso não era algo que eu queria fazer sem pensar duas vezes. Principalmente por não ter muita confiança e ainda nem sequer teve um desafio mais pequeno. Não que não pense que não seja capaz, só que acho arriscado.

Respirei fundo, ciente dos riscos, e assenti.

— Falarei com ela.

A decisão estava tomada, e embora eu soubesse que Marly era capaz, não podia ignorar o peso que isso colocaria sobre nós dois. No fundo, uma parte de mim não gostava de vê-la tão exposta ao perigo, mas esse era o mundo que habitávamos e ela entrou para aqui por algum motivo.

Eu estava disposto a fazer o que fosse necessário para garantir o nosso sucesso, mas precisava deixar claro para Marly o que estava em jogo. Ela era uma parte essencial do meu mundo, mesmo que eu tentasse me convencer do contrário. E se tudo desse errado, eu precisava saber se ela estaria segura.

A sala estava novamente em silêncio, apenas o som dos teclados de Hannah quebrava a tensão.

- Amanhã espero-vos aqui à mesma hora com a Marly presente. - Elijah encerra a reunião.

Caminho pelos corredores, falarei com Marly e contar-lhe-ei sobre o que teremos de fazer no terreno. Eu só espero que ela esteja disposta a juntar-se.

Marly era muito mais do que apenas uma colega para mim. Tinha alguma coisa entre nós que eu não conseguia ignorar, uma conexão que complicava as coisas de maneiras que eu não estava pronto para admitir.

Ela é uma distração, uma complicação num mundo que exigia foco e clareza. No entanto, eu não conseguia me afastar. Precisava dela, tanto quanto precisava do oxigénio. E era isso que tornava tudo tão perigoso.

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