Numa cidade de Nova Iorque, onde a corrupção e o crime organizado dominam as ruas, um jogo perigoso está prestes a começar.
Marly Souza, uma mulher manipuladora e sedutora, esconde um segredo sombrio: é uma assassina, conhecida apenas como "Quennie...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
É inegável que senti Marly a retirar o meu cartão. Este movimento discreto, mas eficaz, confirmou o que eu já suspeitava: Marly não é tão inexperiente quanto finge ser. A familiaridade das suas ações lembrou-me de Hannah, a minha irmã, que sempre teve a audácia de roubar os meus cartões para usá-los. Acredito que até foi ideia dela. Porém, Marly era diferente. Ela possuía uma graça e sutileza que Hannah nunca teve. Hannah não era assim tão boa a ganhar aquilo que queria, já Marly era.
Marly é uma manipuladora talentosa, capaz de jogar qualquer jogo com maestria. Não posso negar que gostei imenso dela no meu colo, sentindo o seu corpo junto do meu, o perfume inebriante e o jeito com que se movia. Contudo, estas distrações não podem desviar a minha atenção do que realmente importa: descobrir a verdade.
Deixei o escritório, com o propósito de saber o que ela e a minha irmã vão fazer. Assim que me aproximo das escadas, ouvi uma conversa vinda do andar inferior. Movi-me silenciosamente e parei no topo da escada para ouvir melhor.
- Achas que ele percebeu? - Uma voz feminina, que reconheci imediatamente, a de Hannah, pergunta. Havia uma nota de preocupação ou talvez de curiosidade, na sua voz.
- Acho que não, ele teria me avisado ou matado, talvez. - Marly responde confiante.
Inclinei-me um pouco mais, à procura de tentar ver sem ser visto. Marly estava de costas para mim, os seus ombros estão relaxados, todavia a postura ainda em alerta. Ela estava a jogar bem o seu papel, mas algo nela parecia-me forçado agora que eu sabia o que procurar.
- Matar não, és a irmã de Matteo. O meu irmão é muitas coisas, mas não seria desleal com ninguém, principalmente com Matteo. - Hannah afirma convicta. Não que esteja errada, mas se Marly for uma ameaça, eu mataria sem dó.
- Erick não é tolo, mesmo que não me matasse ele parava com os meus atos. Acredito que ainda não sou confiável para nenhum de vós, principalmente para Erick.
Eu sei que Marly estava certa sobre uma coisa: eu não sou tolo e com certeza ela não ganhou a minha confiança. E agora, com cada peça de informação que conseguia, as minhas suspeitas sobre a sua verdadeira identidade estão mais sólidas. Marly, ou quem quer que ela fosse, estava a jogar um jogo perigoso.
Desci as escadas, fazendo o possível para não fazer barulho. Quando entrei na sala, Âmbar, Hannah e Marly calam-se rapidamente, as expressões mudaram para uma neutralidade forçada.
- Boa tarde. - cumprimentei a manter o meu tom casual. - Estão a planear alguma coisa que eu não saiba? - Marly sorriu, a expressão inocente voltou ao seu rosto.
- Claro que não, Erick. Só estávamos a discutir sobre ir a uma festa só nós as três.
- Sim, nada de mais. - Hannah assentiu, embora os seus olhos evitassem os meus. Ela sempre teve um péssimo vício de não olhar nos olhos das pessoas quando está a mentir.
- Ótimo. - respondi, fingindo acreditar.
...
Mais tarde, fui sozinho até um bar. Precisava de, urgentemente, satisfazer as minhas necessidades e aliviar a pressão constante que pesava sobre os meus ombros. Logo, uma mulher sentou-se ao meu lado e sorriu como uma puta, com os peitos quase a sair do vestido justo que usava. Eu desprezo esse tipo de mulher, aquelas que não se valorizam. Mas foda-se, hoje só queria tirar as preocupações da minha cabeça.
- Parece-me que precisas de uma companhia. - afirma convicta. A voz melosa irritou-me ligeiramente.
- Talvez - respondi, levantei o copo de uísque aos lábios e observei-a por cima dele.
Depois de algumas trocas de palavras e mais alguns copos, subimos para um quarto no andar de cima do bar. Não estava interessado em romance ou em qualquer tipo de conexão. Precisava apenas de um alívio rápido e sem complicações.
No quarto, despimo-nos rapidamente. Ela gemia de maneira exagerada, quase como se estivesse a interpretar um papel. Os seus gemidos irritantes misturam-se com o som da música abafada vinda do bar abaixo. Tentei focar no momento, mas a minha mente continuava a vagar para Marly. Porra, mesmo agora, no meio do ato, era dela que eu me lembrava.
A mulher debaixo de mim gemia como uma prostituta, a sua performance era tão monótona que estava a cansar-me. Não sou do tipo romântico na cama. Para mim, o sexo é uma questão de necessidade física, nada mais. No entanto, estava à espera de algo a mais. É verdade que não fiz por isso, sempre tive o cuidado de dar mais importância ao prazer da mulher, mas acho que hoje estava tão irritado e tenso que nem me preocupei com isso.
Finalmente, atingi o orgasmo, o meu corpo relaxou momentaneamente. Afastei-me dela, levantei-me e vesti as minhas roupas. Ela olhou-me com um ar de expectativa, como se esperasse alguma confirmação, alguma palavra que sugerisse um segundo encontro.
- Qual é o teu nome? - perguntou, com a voz carregada de ansiedade.
- Não te diz respeito. - respondi friamente.
Saí do quarto sem olhar para trás, desci as escadas e saí do bar, sentindo o ar fresco da noite. Caminhei de volta para casa, com a mente ainda agitada, as preocupações voltaram a acumular-se.
Não consegui sentir nenhum prazer, duvido que a mulher também não. Ela apenas estava desesperada por um homem que lhe desse carinho e eu não sou esse tipo de homem. Não nego que a sedução de Marly trouxe-me mais prazer do que esta prostituta.
Ao entrar na casa, notei que as meninas ainda não tinham chegado. Elijah, Nicola e Enrico estavam na sala a conversar enquanto bebiam uísque. Matteo, por outro lado, estava a ver TV, aparentemente alheio do que acontecia ao seu redor.
- Erick. - Elijah cumprimenta-me com um aceno de cabeça. - Onde estiveste?
- Precisava de um pouco de ar. - menti e peguei num copo, servindo-me de um pouco de uísque. - Novidades?
- Na verdade, sim. - Nicola respondeu, com uma expressão séria. - Estávamos a discutir sobre a decisão de Marly querer entrar para a máfia.
- Isso é ridículo. Ela não está pronta para isso. - Suspirei a sentir a tensão aumentar.
- Quero que reconsideres, Erick. - disse Matteo a desligar a TV.
- Matteo, pensava que não querias a Marly nestes negócios. - falei, encarando o moreno com seriedade.
- Erick, eu também tinha as minhas reservas, mas acho que ela está pronta. Marly precisa aprender a defender-se sozinha. Assim como eu, ela também sofreu abusos dos nossos pais. Precisamos de dar-lhe uma chance.
- Dar um chance? - Ri amargamente. - Tudo o que vi até agora são erros e mais erros. Ela está longe de estar pronta. Talvez daqui a uns anos de treino.
- Erick - insistiu Matteo -, ela tem uma força de vontade que não podemos ignorar. Ela só precisa de orientação e prática.
Olhei ao redor, vendo os rostos sérios dos meus aliados. Eu sabia que precisava de provas concretas antes de aceitar Marly. Apesar das minhas suspeitas, não tinha escolha a não ser concordar. Precisava de entender melhor as suas verdadeiras intenções.
- Não prometo nada, daqui a três dias vou assistir ao treino e lutarei, corporalmente, com ela. - cedi, assim que terminei o meu uísque. - Não esperem milagres.