XXVIII

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O gemido dela me enlouqueceu. Meu corpo suava, era o calor da lareira misturado com o quente da buceta dela, eu estava completamente maluco. Ela me olhou por cima do ombro, seu olhar pedia, safada do jeito que ela era. Aquela bunda enorme olhando para mim, ela estava tão molhada que brilhava.

Seguro meu pau pela base, me ajoelho melhor atrás dela. Me enfio devagar, olho onde nossos corpos se encontram. O gemido dela é alto e toma conta da sala.

— Mete forte, eu quero gozar. — eu escuto a voz abafada contra o cobertor que colocamos no chão.

Não contesto, já estou no limite. Acelero meus movimentos, desço minha mão para frente, brincando com o clítoris molhado. O gozo dela queima, estimula, puxa. Enfio até o talo e sinto os jatos saindo de mim.

Eu estava me segurando nesse anticoncepcional.

Me esvazio e me preencho ao mesmo tempo. Saio de dentro dela e deito no chão, exaurido dos esforços, contente de ver a mulher do meu lado tão satisfeita quanto eu. Rosto vermelho, suada, sorrindo como se quisesse dar para mim de novo. Fecho os olhos e balando a cabeça em negação. Deito de barriga para baixo para proteger meu material, escuto ela rir, rouca. O corpo dela deita parcialmente sobre o meu, sua mão acaricia minhas costas.

O som das nossas respirações vai diminuindo a medida que nos minutos passam. Era madrugada, e nós dois sabíamos porque não queríamos dormir. Partiríamos para o aeroporto amanhã a noite, isso significava partir da ilha da fantasia cedo demais.

— Ainda não acredito que colocou essa casa no meu nome.

— Nem me peça para tirar, não vai acontecer.

— Eu não entendo porque faz isso.

— Dei minha explicação no escritório, só resta aceitar.

Eu vou mudando minha posição e ela se afasta para que eu possa ficar de frente para ela. Giovanna se apoia em meu peito e eu arrumo seus cabelos bagunçados. Ela ficava linda assim, sem nada no rosto. Conseguia ver as pequenas marcas de sol, conseguia ver detalhes de sua boca tão desenhada.

— Ao menos tem a certeza que tem algo que é seu nisso tudo, um presente em um lugar neutro.

— Dois presentes, você quer dizer. Essa cópia de Botticelli está perfeita, tão bem preservada, deve ser uma reprodução de quando? Século 19?

Eu sorrio de canto.

— Um pouco mais antigo.

Ela pensa, o olhar estreita.

— Alexandre... por um acaso esse desenho é original?

Eu dou um risada fraca.

— Tenho dinheiro, mas não tudo isso. Esse desenho é do aprendiz mais próximo de Botticelli, uma cópia lá de 1400 e alguma coisa, autorizada pelo próprio. Algum rico metido a besta que acha que dinheiro resolve tudo queria comprar. Vai ver queria dar de presente para a esposa. Sabe? Esses homens com gestos gigantescos.

Ela me dá um tapa no ombro, forte até. Eu dou risada e a aperto contra mim. A risada vai parando, e aos poucos aquele clima estranho vai se instalando entre nós.

— Eu nunca vou esquecer dessa viagem. — Giovanna fala olhando no fundo dos meus olhos. — Eu sempre vou levar de Florença, eu sempre vou ter Umbria.

— Sempre, meu bem. — eu respondo, a puxando para um beijo.

Em algum momento nós adormecemos no chão. Algumas horas depois, a coloquei na cama e fui para o outro quarto. Tomei um banho e desci para preparar o café da manhã. Meu peito doía, o sentimento de desespero tomava conta de mim quando eu pensava no que eu estava prestes a perder.

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