XII

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Beni sen vur sen öldür
Beni sen büyüt sen döndür bu hayata

Você me cria, você me traz de volta a esta vida
Você atira em mim, você me mata

Abro meus olhos em um susto. Meus músculos cansados em algum momento deram um espasmo, aquela sensação de que você vai cair, mas não cai, e então acorda. Acordo para uma cama vazia. Me senti devagar, arrumo os cabelos, olhos ao redor para saber se não havia sido só um sonho. O cheiro dele está ao meu redor, impregnado em meus lençóis, e é só quando escuto uma música suave vindo da sala é que percebo que não estou sozinha.

Um sorriso brota em meus lábios a medida que me lembro da noite anterior. Como a pele dele aquecia a minha, como sua boca sabia o caminho sem eu precisar ensinar. Sempre ouvi que o homem mais velho era uma experiência diferente, Nero fazia jus a idade. Abafo um riso, coloco uma camiseta e corro para o banheiro.

Depois de alguns minutos, caminho para a sala e o som fica mais alto. Vou até a cozinha e me encosto no batente. Nero estava cantarolando no fogão, mexendo em alguma coisa que eu não sabia o que era. Pamuk o olhava curioso aquele homem tão confortável em sua casa.

— Aqui, gato, acha que sua mãe vai gostar de ovos mexidos? — Nero balança a colher de pau e Pamuk solta um miado.

— Ele prefere que o chamem de Pamuk, mesmo. — eu falo em um tom convencido.

Eu acho que nunca vou esquecer esse primeiro sorriso da manhã. O jeito como a pele dele brilhava com o sol, os cabelos bagunçados, os ombros menos tensos do que eu estava acostumada a ver.

Era uma visão.

Alexandre Nero fazendo ovos mexidos na minha cozinha.

Sem camisa. Cantando Mert Demir.

Como se nada fosse.

Ele desliga o fogão, se aproxima de mim, segura meu rosto. Seu beijo tem gosto de hortelã e meu corpo automaticamente aquece ao senti-lo em toda sua glória.

— Bom dia. — ele fala rouco, sorrindo para mim. — Me dei a liberdade de fazer um café da manhã para nós, espero que não se incomode.

— Eu com certeza ficaria muito incomodada com um homem sem camisa cozinhando para mim, pode apostar. — eu falo com sarcasmo em minha voz, me aproximando da geladeira para pegar um suco.

Sinto o corpo dele colar contra o meu, na minha bunda já posso sentir a ereção crescendo. Sorrio por cima do ombro. Ele afasta meu cabelo, beija meu pescoço.

— Você não cansa? — pergunto, sentindo meu corpo arrepiar.

— De você? Nunca. Estou viciado, terá que lidar comigo.

Desvio das garras dele, me aproximo do fogão.

— Estou com fome, o que fez para nós?

Alexandre coloca a mesa. Meu apartamento nem se compara com sua mansão, mas para ele pouco parecia importar. Quando eu vi, minha mesa estava com o pão, os ovos, o queijo, as frutas, o café. Tudo delicadamente preparado por ele, eu só me dou o trabalho de sentar na cadeira e esperar ele chegar com o suco.

— Você se deu bem com Pamuk? — eu pergunto curiosa enquanto mordo um pedaço de pêra cortada.

— O que? Eu e o garotão já conversamos e nos demos muito bem. Já avisei que ele vai me ver bastante.

— Você me parece ser um homem de cachorros. E daqueles grandões mesmo.

— E sou. Mas vou abrir uma excessão para o Pamuk.

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