III

492 47 19
                                    


"İnsan büyüdükçe mı artıyor dertleri yoksa büyüdükçe mı anlıyor gerçekleri?"

"O problemas das pessoas aumentam a medida que envelhecem ou será que elas compreendem a verdade a medida que envelhecem?"


Çirağan estava cheio demais para meu gosto. Essas festas ficavam cada vez mais cheias, logo não teríamos mais espaço para vida noturna nessa cidade. Por esse motivo passei as últimas semanas em Bodrum. Claro, negócios também. Me movimento pela festa com Omar atrás de mim. Nessas noite, gostava que ele fosse apenas um amigo, e junto com Mehmet costumávamos acabar na calçada pela manhã, como eram nos velhos tempos. Pelo menos antes de Mehmet casar com Anna. Agora a vida dele era repleta de restaurantes calmos e roupas de bebê, já que esperavam o primeiro filho.

Agora, só eu, Omar e Yusuf, um amigo dele.

— A noite está cheia, patrão.

Ouvi Omar falando atrás de mim, e logo que chegamos nos camarotes, vimos alguns outros amigos mais casuais.

— Ah! Finalmente, pensei que não vinham mais! — Yusuf nos cumprimentou com um capo de whiskey na mão, a garrafa na outra.

— Nero sabe atrasar quando quer, escolhendo a melhor camisa preta da coleção. — Omar brincou, já pegando um copo na mesa rodeada por mulheres.

— Engraçado, engraçado, mas sou o mais bem vestido de nós três. — me deixo gabar, logo dando risada e abraçando meu anfitrião.

O cheiro de cigarro impregna em mim e me sinto muito tentado a fumar.

Mas era engraçado como todas as vezes que pegava um na cartela, a voz daquela jovem vinha em minha mente dizendo como aquilo fedia. Chegava a ser irritante, mas tenho certeza que hoje vou encontrar uma mulher que vai me achar charmoso o suficiente para ignorar meu vício. Por enquanto, beberia até esquecer a necessidade da nicotina.

Olho para a pista de dança, muita gente, várias idades, muitas mulheres.

Sinto um choque de vida em meu peito.

É, viver fora das responsabilidades era bom também.

— Já caçando a vítima, Ale? — Yusuf me entrega um copo de bebida e eu sorrio.

— Estou calmo, a noite está só começando.

— E como vão os negócios? Salvando muita gente de agiota só para agir pior que eles?

Yusuf sabia provocar quando estava bêbado, isso me irritava muito no começo, agora só relevo com certo amargor.

— Isso me lembra de que está me devendo, é melhor essa festa render para você, se não perde sua casa.

Eu tinha uma multinacional que cuidava da exportação e importação de materiais de construção civil. Foi assim que minha família enriqueceu por gerações e gerações, sinto que temos dinheiro desde o Império Otomano, mas não me arrisco a ir tão longe na árvore genealógica. A verdade, porém, é que meu avô não triplicou nossa fortuna sendo bonzinho. Os rumores eram certos, existia máfia correndo no sangue de minha família. Dominávamos dezenas de áreas no país deixando as pessoas à nossa mercê por dinheiro.

As pessoas deviam, faziam dívidas o tempo todo. Se nos procurássemos, pagaríamos, mas tudo que eles tinham seria nosso e ainda pagariam um valor mensal para nós. Era assim que mantínhamos negócios diversos, casas de todos os tipos.

Eu não me orgulhava, mas nunca tive coragem de parar depois que assumi o lugar do meu pai. Acometido pela demência, o grande Senhor Nero vivia em uma casa só dele, cercado dos melhores enfermeiros e médicos. Meu pai foi um gigante, e mesmo não concordando com o que fazíamos para além do legal, eu nunca fui gigante o suficiente para parar, para quebrar o ciclo, ainda mais quando pensava em quantas pessoas perigosas eu acabava afastando dos miseráveis devedores.

lado a lado Onde histórias criam vida. Descubra agora