XI

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Duymaz gönülde sağır olan
Bağır, bu aşk ucuz roman, yalan
Yalan, yalan

Quem é surdo de coração não ouve
Grite, esse amor é ficção barata, uma mentira
Mentira mentira

Alguns momentos na vida te preparavam para o presente de maneira precisa. Todos os beijos que já dei, todas as camas em que eu já parei, foram para me ensinar que nada se compararia a isso aqui. A boca de Giovanna era doce, era quente, convidativa. Meus dedos se enfiaram em seus fios de cabelo macios, me ancorando em seu porto seguro, construindo meu lar ao redor do seu perfume, como se ela fosse a fonte de toda vida que pudesse entrar em mim. Minha língua e a dela não duelam, elas conversam, dançam de maneira sensual. Eu, que sempre procurei dominar cada ambiente em que entrava, não via necessidade de fazer isso aqui.

As mãos dela agarram meu pescoço, tocam minha pele e me marcam. As unhas fincam, me puxam. Nós buscamos o ar em pausas tão rápidas quanto a luz. Ela se entrega a mim de maneira tão espontânea, e responde com o mesmo desespero com que eu começo o beijo.

Minha outra mão a puxa mais perto, colo nossos corpos sem me importar se estou me expondo ao ridículo como um adolescente. Quero que ela sinta meu calor do mesmo modo que eu anseio pelo calor dela. É quando puxo seu lábio inferior entre meus dentes, levemente, que um gemido rouco sai de sua boca, me arrepiando por completo, eu me afasto devagar, quase sufocado de tanto desejo que sinto por ela nesse momento.

Quando abro meus olhos, encontro seu rosto vermelho e a respiração ofegante.

Desejo essa mulher como nunca desejei outra.

Quando nossos olhos se encontram, é como se fogos de artifício explodissem no céu e eu nunca me senti tão ridículo e tão não merecedor sobre algo na vida.

— Isso... — ela começa com a voz rouca e eu a interrompo antes que diga que foi um erro.

— Isso é o que quero fazer desde que te conheci.

— Alexandre...

Todo sua boca com meu polegar.

— É meu nome que quero ouvir o resto da noite.

Eu sabia que estava sendo ousado demais, mas o corpo dela correspondeu ao meu. Eu não podia estar tão enganado quanto a sua resposta a mim.

— Então me leve para casa.

Respiro fundo, trêmulo, toco seu rosto com devoção.

— Tem certeza, Giovanna?

— Absoluta.

Ela era assim. Tão decidida que céus e terras tremiam com tamanha firmeza. Giovanna era uma força da natureza, um oceano inteiro.

Eu sempre fui bom em nadar, mas temia que suas águas me levassem para tão longe que eu nem me reconheceria.

Seguro sua mão e acelero nossos passos até meu carro. Escuto uma risadinha vindo dela e me sinto um jovem de novo, tendo a chance de sua vida com a mulher mais bonita da festa. Exceto que isso não era uma festa, esta era de fato a chance da minha vida.

Eu não sei em que momento ela coloca o endereço no GPS, não sei em que momento eu paro na frente da casa dela. Só sei que em minutos estamos nos agarrando na entrada do apartamento dela. Suas mãos percorrem minhas costas, apalpando meus músculos. Ansioso, vou a guiando até o sofá e a jogo ali.

O clima é cortado por um miado alto de gato e um gritinho vindo dela. Giovanna acende o abajur rapidamente e nos voltamos para a origem daquele som.

— Pamuk! Filho!

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