XLVII

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Eu a puxei para mais perto de mim quando entramos no hotel. Ignoramos a cara feia do gerente quando viu nosso estado molhado no tapete persa. No elevador, eu a seguro contra meu corpo, beijo seu rosto. Ela acaricia minhas costas, não precisava falar nada.

Eu não perguntei se podia subir, ela apenas me puxou quando percebeu o peso das roupas molhadas. Na porta de seu quarto, ela continuava segurando minha mão. Me olhou com aqueles olhos escuros que nos últimos anos foram os protagonistas.

— O que acontece em Istambul, fica em Istambul... — ela falou, esboçando um sorriso.

— Fica, por vou fazer você ficar... — eu falo sério, meus olhos não desviam de sua boca.

Ela me puxa para dentro e eu bato a porta com o pé. Nossas mãos tem pressa em se livrar das roupas, mas nossas bocas se recusam a se largar por mais de 5 minutos. A luz do quarto se acendeu parcialmente quando ela colocou o cartão no interruptor, mas foi o suficiente para iluminar o corpo novo e tão conhecido por mim.

É óbvio que ela teria mudado, anos se passaram, eu não esperava estar igual aos olhos dela também.

Mas eu não sabia que era possível ela ficar mais gostosa.

Quando fico nu, ela também não disfarça o olhar faminto. Me aproximo dela logo, a puxando pela nuca e colando nossas bocas. Nossos corpos se chocam, ecoa pelo quarto. Minha língua explora sua boca, reexplora, descobre. As mãos dela pareciam ter sido libertas de amarras, tocavam minha pele, arranhavam meu braço.

Ela me empurra até a porta do armário, segura minhas mãos, toma o controle de explorar meu pescoço com sua boca. Morde, lambe, e eu só sei jogar a cabeça para trás e gemer. Eu estava no céu. Antes que ela se aventurasse para territórios mais abaixo, inverti nossas posições. Queria dominância total, a virei de costas para mim. Ouvi um suspiro alto, surpreso. Juntei seu cabelo longo em minha mão, puxei para o lado, exposto o pescoço.

O tesão que eu sentia por Giovanna era além de qualquer outro. O que ela sentia por mim também. A gente não precisava de palavra, não precisava de pudor algum.

Minha boca desce por suas costas, a língua trilha até chegar as covinhas na lombar. Cada mão minha encontra sua bunda. O tapa é forte e o gemido é alto. A empino mais, expondo sua intimidade molhada, deixo minha língua percorrer. Era enlouquecedor seu gosto. A puxo para mais perto do meu rosto quando ela tenta ousadamente se afastar.

— Ale...

— Só quero ouvir seu gemido, só isso...

Eu a deixo a beira do orgasmo e me afasto. Ela se vira para mim completamente descabelada, beija minha boca em desespero e a empurro até a cama. A cama tinha um estilo diferente, com dossel, e tecidos que caiam como cortina ao redor dela. Abro um espaço para entrarmos naquele abrigo e ela se deita, se oferece para mim.

Deito sobre ela, sente meu peso, gememos. Suas pernas se prendem ao meu redor, me puxam, meu pau roça o centro molhado e eu repito o movimento mais duas vezes antes de me empurrar devagar para dentro.

É claro que eu queria lhe chupar até ela desmaiar de prazer, mas de repente o magnetismo foi mais forte. Ela gemeu contra minha boca, fincou as unhas em meus ombros, ondulou seu quadril para que eu fosse mais para dentro, além de qualquer barreira ou murro que ela tenha construído ao seu redor. Uma porta pequena que só eu tinha a chave e mais ninguém.

Meus olhos estão fixos nos seus, fecho eles fecharem parcialmente, revirarem de prazer. Saio um pouco e me empurro de novo.

— Porra, como eu senti sua falta... — eu sussurro trêmulo, rouco, antes de tomar sua boca na minha.

— Eu também... eu também...

A resposta dela me quebra, seguro seu quadril com força. Ela geme alto com meu movimento, mas resposta a altura. Aceleramos o contexto, meto com força e os gemidos dela seguem só para mim. Não era assim com mais ninguém, eu tinha certeza.

— Tão gostoso... porra, não para. — ela fala com uma voz tão devassa, tão entorpecida, que eu lhe dou um tapa forte na coxa que me envolve.

Ela me olha surpresa, cheia de tesão.

— Vou te comer a noite toda, Giovanna... você vai gozar no meu pau a noite toda...

Eu sabia que minha voz acabava com ela, o resultado não seria diferente. O corpo dela tensionou e tremeu embaixo do meu, eu sentia suas paredes me apertando e quase gozei envolvo ao seu calor e seu gozo. Me contive, com uma força que não sabia da onde tinha tirado.

Giovanna desce do prazer e eu não lhe dou tempo de pensar. Me tiro de dentro dela, a viro no colchão rapidamente, deixando sua bunda para cima onde desço outro tapa forte. Deito meu corpo sobre o dela, uma mão puxa seu cabelo, minha boca devora sua pele da nuca, meu pau em sua bunda deixando claro que eu não tinha acabado ainda.


Aquele podia ser um banho normal. Eu molhava meu cabelo, deixava a água acariciar meu corpo, relaxava de olhos fechados com a cabeça apoiada no azulejo. Mas não era um banho qualquer. Tinha um homem faminto entre minhas pernas, me chupando como se sua vida dependesse disso. Não demorou para que eu gozasse as três da manhã em um quarto de hotel em Istambul.

Se há 15 dias me dissessem que meu ex marido estaria dessa posição, eu diria que a pessoa estava em completa psicose.

Acho que quem ficava louca era eu.

Ele se levanta, satisfeito. Eu estou com a visão embaçada, mas o puxo para um beijo, me provando em sua boca.

A gente termina nosso banho, Alexandre tão exausto quanto eu, se ficasse duro de novo era capaz da pele reclamar de tão sensível. Ele se seca e senta na privada enquanto me observa secar meu cabelo o máximo que dá. Quando eu acabo, passo meu creme e meu perfume, o ritual de sempre que ele já conhecia e que não tinha mudado em nada.

Ele tinha trocado o lençol quando eu fui para o banheiro atrás do meu banho. Os outros estavam com as evidências das nossas baixarias.

Deitamos lado a lado, o braço dele envolve minha cintura como se tivesse medo de que eu fugisse. Eu que tinha medo de acordar e não vê-lo mais aqui, acontecia muito nos meus primeiros dias na Itália. Sonhar com ele, sonhos tão reais como se ele estivesse ao meu lado.

Ele beija minha testa.

— Como está se sentindo?

— Como se não fosse conseguir andar amanhã.

— Giovanna...

— Como se meu mundo voltasse para o eixo, como se eu estivesse perdida e você tivesse me encontrado...

Ele une a testa a minha.

— E eu encontrei.

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