Eu estava completamente imersa no beijo com Erick, sentindo a intensidade de cada toque e a suavidade de seus lábios. O calor de seu corpo junto ao meu parecia criar um vínculo quase palpável, e eu não queria que esse momento terminasse. Seus dedos acariciavam meu rosto com uma ternura que fazia meu coração bater mais rápido. A conexão entre nós parecia mágica, um refúgio perfeito de todos os problemas ao redor.
Então, no meio desse beijo, ouvimos a porta do quarto se abrir. Foi um som tão discreto, mas o suficiente para nos fazer parar abruptamente. Erick e eu nos afastamos rapidamente, tentando reverter a situação e parecer que estávamos apenas conversando. A expressão no rosto de Ricardo, que acabava de entrar, era um misto de divertimento e cumplicidade.
— Desculpe. — Ricardo disse, com um tom leve e um sorriso nos lábios. Seu olhar se deteve brevemente em nós, e o brilho travesso em seus olhos revelava que ele já sabia o que estava acontecendo. — Eu interrompi alguma coisa?
Eu me virei para Erick, tentando disfarçar o embaraço. Erick, com uma expressão de leve desconforto, tentou parecer casual.
— Não, senhor Ricardo, está tudo bem. — Eu disse, forçando um sorriso. — Estávamos apenas conversando.
Ricardo se aproximou da cama de Erick e puxou uma cadeira, sentando-se com um ar de quem estava prestes a compartilhar algo importante. Seu tom mudou, tornando-se mais sério e focado.
— Entendi... Na verdade, eu vim trazer algumas informações sobre a situação da Penha e da mãe dela. — Ricardo começou, o olhar ainda carregado de expectativa. — Descobri que a casa realmente estava em nome dela. A menos que tenha sido transferida para outro nome, a propriedade ainda é dela.
— Isso é uma boa notícia, não é? — Perguntei, tentando entender as implicações. — Se a casa está no nome dela, isso pode ajudar bastante no processo.
Ricardo assentiu, seu olhar firme.
— Exatamente. E não é só isso. Eu estive pensando em como resolver isso de uma forma que ajude a família da Penha da melhor maneira possível. — Ele fez uma pausa, como se estivesse ponderando suas palavras. — Eu vou passar o número do meu advogado para ela. Se precisar bancar os custos iniciais, eu cuido disso. Tenho certeza de que é um caso com grandes chances de sucesso.
— Você acha que vai sair muito caro? — Perguntei, tentando esclarecer se havia alguma preocupação financeira imediata.
— Na verdade, eu tenho quase certeza que vai acabar não me custando nada. — Ricardo respondeu com confiança. — Como a Penha é menor de idade, a pensão do pai dela já é uma certeza. E se a mãe dela tiver com a casa no nome dela, ele não poderia de jeito nenhum ter expulsado elas da casa. Além disso, a maioria dos juízes costumam definir que a parte perdedora costuma arcar com os honorários do advogado da parte vencedora. Então, relaxa que está tudo encaminhado.
Eu me senti aliviada com a perspectiva positiva de Ricardo e o otimismo que ele transmitia.
— E quanto à Dona Maria? — Eu perguntei, lembrando da conversa anterior e da oferta de Ricardo para ajudá-la. — Como ela vai ficar sem ter alguém pra sustentar ela?
Ricardo sorriu ao falar sobre Dona Maria, e seu olhar suavizou, revelando uma empatia genuína.
— Relaxa. — Ele começou, claramente tocado pelo encontro com ela. — Eu achei a Dona Maria uma mulher muito bacana, muito simpática. Então eu vou arranjar algum serviço pra ela fazer na sede da funerária daqui. Isso pode ser uma forma de ajudar, assim ela não fica mais dependendo de ninguém.
Erick, que estava ao meu lado, sorriu com aprovação.
— Show. — Ele disse, com um tom de gratidão e admiração. — É por esse tipo de coisa que eu sinto orgulho do meu pai.
Ricardo deu um sorriso satisfeito e levantou-se, preparando-se para sair.
— Eu também morro de orgulho você meu filho. — Ele disse, olhando para Erick com um sorriso de gratidão. — Por agora, vou deixar vocês em paz. Se precisarem de algo mais, é só me chamar.
Com isso, Ricardo saiu do quarto, e eu me virei para Eric, sentindo um misto de alívio e gratidão. A atmosfera no quarto parecia mais leve, e eu pude finalmente relaxar um pouco.
— Parece que as coisas estão começando a se resolver, não é? — Eu comentei, ainda processando as informações e sentindo uma nova esperança.
— Vai dar tudo certo. — Eric disse, apertando minha mão com carinho. — Com a Penha e com a gente.
Nós dois permanecemos em silêncio por um momento, apenas aproveitando a companhia um do outro. O quarto estava tranquilo, e o calor da presença de Eric ao meu lado me fazia sentir que, apesar de todos os desafios, estávamos no caminho certo.
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Entre Ódio e Desejo
Roman d'amourRaquel se muda do interior para a cidade e começa a estudar com Milena, uma garota popular e carismática. No entanto, Raquel se vê atraída por Erick, o namorado dela. Enquanto Erick usa Milena para satisfazer seus próprios desejos e alimentar seu eg...