Capítulo 7: Mudanças à Vista

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A semana passou com uma previsibilidade quase reconfortante. As conversas com Milena e Vitória continuaram, e a nossa amizade parecia inabalável. No entanto, a situação com a Penha se tornava a cada dia mais distante.

No sábado, eu tinha um compromisso importante: a colocação do meu aparelho dentário. A mãe já havia agendado a consulta, e eu sabia que não poderia mudar os planos. Quando Milena me convidou para ir até a casa dela, eu tive que recusar. Embora o convite fosse tentador, a visita ao dentista tinha prioridade.

Eu e minha mãe fomos para a clínica odontológica, e a atmosfera estava cheia de uma mistura de nervosismo e expectativa. Ela tentava me tranquilizar enquanto esperávamos no consultório. Senti um nó na garganta, mas tentei não demonstrar muito.

— Vai dar tudo certo, Raquel. O dentista disse que não será demorado e que o seu caso não é complicado — minha mãe disse, tentando me confortar.

Eu dei um sorriso forçado e segui para o consultório quando me chamaram. O dentista, um homem de semblante calmo e sereno, me cumprimentou com um sorriso encorajador.

— Olá, Raquel. Pronta para começar? Como conversamos, o procedimento não vai demorar muito, e o seu caso é relativamente simples.

Eu assenti, sentando-me na cadeira e tentando relaxar. O dentista começou a preparar os instrumentos, e a conversa dele era uma tentativa de distrair-me do que estava por vir.

— Já imaginou como vai ser o seu sorriso depois do tratamento? — ele perguntou, enquanto ajustava as peças do aparelho.

— Só espero que o aparelho realmente faça diferença — respondi, a voz um pouco abafada pelo protetor labial.

— Com certeza. É normal sentir algum desconforto no início, mas logo você vai se acostumar. E o resultado final vai valer a pena — disse ele, com um tom tranquilizador.

Eu senti uma leve pressão enquanto ele colocava o aparelho. O processo não foi tão doloroso quanto eu temia, mas a sensação de ter algo novo nos dentes era desconfortável. Depois de um tempo, o dentista me mostrou no espelho o resultado final.

— Pronto! O aparelho está colocado. Agora é só seguir as orientações e em breve você vai ver a diferença — disse ele, com um sorriso satisfeito.

Eu olhei para o espelho, examinando meu novo visual. Era estranho e, de certa forma, um pouco assustador. Como isso iria mudar minha vida? Esse aparelho não era apenas um ajuste físico, mas uma mudança que poderia afetar muito mais do que apenas a aparência dos meus dentes.

A volta para casa foi silenciosa, e eu me sentia um pouco cansada, mas aliviada por ter começado o tratamento. Quando cheguei em casa, fui para o meu quarto e me deitei na cama, tentando absorver a novidade. O aparelho estava lá, e era uma constante lembrança de que mudanças estavam em andamento na minha vida.

Enquanto olhava para o espelho e via o novo aparelho, minha mente estava cheia de pensamentos. Será que isso realmente traria a mudança que eu esperava? Eu estava ansiosa para ver os resultados, mas também tinha medo do que viria com essa nova etapa. O aparelho era um símbolo de transformação, mas o que mais ele implicaria? Como isso afetaria minha vida diária, minha confiança e minhas relações?

O simples fato de ter algo novo em mim já era uma grande mudança. E, se eu fosse honesta, eu me sentia um pouco insegura. No entanto, eu sabia que precisava enfrentar esses desafios e ver onde essa nova jornada me levaria. O aparelho representava mais do que uma correção dentária; era uma oportunidade para um novo começo, com todas as suas promessas e incertezas.

Eu estava pronta para essa nova fase, mas a ansiedade estava presente. Havia um mundo de possibilidades que se abria diante de mim, e eu não sabia exatamente o que esperar. Mas, ao olhar para o espelho e ver o reflexo do meu novo sorriso, eu me sentia um pouco mais confiante. Esse era apenas o começo de uma jornada, e eu estava disposta a descobrir como essa mudança me afetaria, para melhor ou para pior.

Entre Ódio e DesejoOnde histórias criam vida. Descubra agora