10 - Penitências

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Aviso: cenas sensíveis.

Dói, minha cabeça, meu corpo, meu pé... está tudo dolorido, e escuro.

Alguns segundos se passam até eu começar a entender o que estava acontecendo, onde eu estava? Sinto que estou deitada de bruços, mas ajoelhada, escorada em alguma mesa...

As lembranças daquele mascarado voltam aos poucos em minha mente. Meu Deus! Ele me sequestrou, eu desmaiei e... estou aqui. O desespero toma lugar e esqueço da dor que sentia, como se fosse um instinto de sobrevivência.

Tento me mexer mas estou com os braços para trás, amarrados, minhas pernas também. Não enxergo nada, tem uma venda sobre meus olhos e estou... nua! O que ele fez comigo?! O que ele vai fazer comigo?! Minha respiração começa a falhar e percebo que nenhuma prece ou pedido de ajuda pode me salvar.

Começo a repassar minha vida e tudo que passei nos pensamentos, talvez esse seja meu destino, ninguém irá me encontrar e eu morrerei sozinha, já não tinha muitas pessoas que se importavam comigo mesmo... o fim das minhas crises de ansiedade estava próximo, Deus não me ajudou, não me salvou e nem salvaria... mamãe, ficaremos juntas em breve.

Meu choro foi interrompido quando ouço uma porta abrir atrás de mim, tento me levantar mas é impossível, as cordas apertam muito. Uns três passos pesados e o silêncio toma o lugar novamente.

— Você nem imagina, como foi difícil te ver nessa posição e desse jeito sem querer te comer, Lilith. — ouço a voz grave do homem, saía abafada, deveria ser a máscara.

— Por favor, eu... por favor, me solta! Eu não conto nada, eu não fiz nada para você me querer aqui! Por...

— Xiiiii, fica quieta! Não fez nada?— ouço os passos se aproximando, agora ele se posicionava ao lado direito do meu rosto.

— Sempre dizem a mesma coisa, todos são inocentes, não é?— pergunta e eu já canso de lutar, o medo fazia meu coração explodir.

Sinto a venda ser puxada, a sala estava clara, pisco algumas vezes tentando me adaptar a luz. Ele estava ali, vejo se agachar e ficar com o rosto perto do meu. Ainda usava a máscara. Ouço sua respiração pesada e seu olhos percorriam todo meu rosto.

— Sabe... já que você se acha inocente... — diz se pondo em pé e fica com a cintura na altura da mesa, consigo ver sua calça jeans e começa a tirar seu cinto.

—...veja Lilith, o que faz comigo.— noto sua ereção, puxou seu cinto de uma vez só e alisou seu membro por cima do jeans. Se ele decidisse me estuprar eu estaria morta pois aquilo era descomunal.

Fecho os olhos com força para não continuar vendo a cena e imploro mais uma vez

— Não me machuque, não faça nada comigo por favor, eu nunca fiz essas coisas, eu sou virgem, SOCORROOO.

— Isso ovelhinha de Cristo, grita! Ninguém vai te ouvir!— saindo do meu campo de visão, ouço a porta abrir e fechar de novo, indicando que fora embora.

Aproveito o momento pra tentar me localizar, conhecer o lugar em que estava. Era uma sala de concreto, as paredes eram claras mas manchadas, com tentativas falhas de limpeza. Do meu lado direito vejo uma mesa... uma mesa de necrotério!

— Eu vou morrer.— murmuro enquanto lágrimas embaçavam minha visão. Viro a cabeça para o lado esquerdo. Tem caixas empilhadas de papelão e madeira, alguns baldes com água no chão e na minha frente uma janela muito pequena perto do teto, ainda era noite.

Atrás de mim, pelo barulho, reconhecia que tinha uma porta, onde ele entrava e saia. Levanto minimamente a cabeça para ver onde estava escorada, era uma mesa de madeira, mas... remetia um pouco o confessionário da igreja já que eu estava de joelhos em alguma tábua, chegando na cintura meu tronco inclinava para cima desta mesa. Na altura do meus peitos, tinha um vão, era aberto, deixando eles livres e expostos... parecia um móvel de masoquismo.

O Pior de MimOnde histórias criam vida. Descubra agora