35 - Chefia

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Me remexo na cama esticando os braços, noto o vazio ao meu lado e abro os olhos devagar. Hector já havia saído, mas a quentura que emanava do seu lado da cama, fazia parecer que ainda estava ali comigo.

Me viro para cima de novo e sinto uma pontada ao pé da barriga, uma cólica chata que a tempos não sentia. Me sento e levanto os lençóis.

— Não, não, não... – Praguejo quando vejo uma mancha de sangue enorme. Sujou meu pijama, consequentemente os lençóis e talvez a cama de Hector.

— Ele vai me matar! Já não me queria aqui mesmo, droga! – Salto da cama e meu útero grita em resposta.

Logo após que tive... relações com Hector, comecei a tomar anticoncepcional. Não deixava espaço para menstruação descer seguindo o tratamento continuo, mas pela novela que minha vida se tornou, esqueci alguns...

Vou tentando retirar os lençóis e limpar essa bagunça, mas ouço batidas na porta.

— Senhorita? Vou entrar! – Antes de negar sua entrada, vejo Benjamin atravessar a porta. QUE VERGONHA! Meu baby doll claro todo manchado, a cama um caos, seus olhos correm para mim, para o V entre minhas pernas e depois para a cama.

— Benjamin! Por... favor, saia! – Meu rosto esquenta e tento cobrir o corpo com o travesseiro.

— Desculpa Lilith, mas posso ajudar se quiser.

— Claro que não! Estou morrendo de vergonha e você é homem!

— E daí? Ouvi sua voz sair um pouco alta pelo outro lado, pensei que algo grave tinha acontecido, esqueceu que sou seu segurança? – Benjamin caminha em direção a cama e começa a retirar os lençóis sujos.

— Eu... eu posso fazer is...

— Não sinta vergonha, é algo normal. Não sou eu que fiquei assustado com isso... – Seu rosto vira-se para mim e vejo um sorriso se abrir. Aquilo não o incomodava e... vejo que realmente ele seria minha sombra todos os dias na ausência de Hector.

— Mas... esse não é trabalho para um segurança fazer.

— Então farei o trabalho de um parceiro, talvez futuramente um amigo, quem sabe? – O observava parada ao lado da cama quando tirou todos os lençóis, o colchão ficou a salvo, graças a Deus.

— Hãa... obrigada.

— Precisa de remédios? Posso providenciar enquanto alcanço essas roupas para as pessoas da lavanderia.

— Eu... devo ter, Hector me deixou alguns aquele dia... – Lembro da surra que tomei e do orgasmo reprimido, depois fui consolada com vários remédios, patético!

— Hum, entendi. – Vejo Benjamin relutar com uma possível risada que tentou escapar da sua boca. Todos nessa casa, os soldados, os funcionários... devem ter ouvido e visto meu show com Hector, e talvez saibam o que fizemos naquele quarto.

— Aqui. – Pego o roupão que me alcançava com uma mão e a outra segurava o morro de roupas de cama. Seguro rente ao corpo enquanto via Benjamin sair pela porta.

— Bom dia! Ótimo dia! – Bufo e me visto, preciso de um banho antes de tentar organizar o quarto do padre novamente.

Saio para o corredor e caminho em passos lentos para meu quarto. A mansão de dia parecia totalmente diferente, as grandes janelas iluminavam cada canto dali, trazendo vida para o lugar. O sol rachava o céu lá fora e uma vontade absurda de sair surge em mim.

— Se essa maldita cólica passar... – Murmuro cogitando a ideia de conhecer o lado externo, não só tentando fugir como uma louca.

Chego em meu quarto e vou direto para o banho, deixo a água quente me relaxar e levar todo aquele maldito sangue consigo. Enquanto me ensaboava, fitava a vista do mar pela janela, o sol atravessava o vidro refletindo todo meu corpo. Noto como mudei, como... ele mudou algumas coisas em mim.

O Pior de MimOnde histórias criam vida. Descubra agora