Minha cabeça pulsa com a dor, mantenho meus olhos fechados por algum tempo esperando que a enxaqueca passasse, mas em vão.
As memórias se atropelam me trazendo aquele sentimento de angústia e tristeza, me remexo na cama abrindo os olhos devagar e dou de cara com um par de olhos verdes que me observavam pacíficos.
A luz débil da lua atravessava as janelas iluminando seu cabelo loiro, o fito por um tempo até entender que eu havia dormindo em seu abraço.
— Benjamin... que horas são? — Pergunto me afastando na cama para que pudesse o olhar melhor.
— Deve ser 10 da noite, não tenho certeza.
— Eu... dormi muito?
— Sim, o calmante que te dei é bom.
— E você ficou aqui?
— Sim.
— Me vendo dormir? — Levanto uma sobrancelha assimilando o que tinha acontecido.
— Sim, algum problema?
— Por que?
— Porque eu quis... dormindo você parece uma gatinha ronronando.
Encaro os olhos de Benjamin que brilhavam com diversão, um sorriso escapa por meus lábios e por alguns segundos esqueci o terror que tinha se formado em minha volta hoje.
Sento devagar na cama enquanto o segurança continuava deitado com a cabeça escorada na cabeceira, levo a mão a minha testa sentindo latejar, uma boa quantidade de remédio e silêncio me ajudaria com essa dor.
Coloco os pés para fora da cama deixando a pouca luz iluminar uma de minhas mãos, a que usei para quebrar o copo na cara daquela... traíra. Um pouco de sangue havia secado nos pequenos cortes, precisava de um banho.
Me levanto sentindo o roupão escorregar por meu corpo, o seguro antes que passasse da minha cintura.
— Meu Deus... nem lembrava que ainda estava de biquíni.
— Bom... não era você que habitava esse corpo a horas atrás, talvez tenha sido possuída.— Os olhos de Benjamin se cravam nos meus seios, descem lentamente até minha barriga e antes que chegue entre o V das minhas pernas puxo o roupão tapando o corpo.
O vejo piscar e puxar um travesseiro para o seu colo.
— E- eu.... já vou sair, te dar privacidade agora que já esta mais calma. — Seu quadril se remexe na cama enquanto pressionava o travesseiro em cima da cintura.
— Hã... tudo bem, vou tomar um banho.— Troco o peso dos pés esperando que se levantasse e saísse, mas o mesmo me encara comprimindo os lábios.
— Pode ir, já vou sair, só... entre no banheiro, por favor.
Semicerro os olhos tentando entender qual era sua dificuldade, mas seus olhos verdes me perfuram enquanto seus dedos pressionavam a fronha da almofada. Dou de ombros e caminho até o banheiro trancando a porta em seguida.
Logo ouço os passos do segurança, após a porta do quarto batendo indicando que estava sozinha. Apoio a testa contra a porta respirando e tentando afastar toda a fraqueza e mágoa que pulavam em meu peito. Nunca esqueceria desse aniversário, e os próximos não seriam mais como antes.
Abro a torneira enchendo a banheira, quando um brilho em cima da pia chama minha atenção. Havia deixado o celular ali depois de várias tentativas falhas de tirar alguma foto minha.
O rosto de Nicolau invade minhas memórias e algo aquece meu coração, agora seria a hora de ligar para o meu amigo. Desejei por todo tempo que estou aqui poder conversar com ele, mas horas se passaram e não tive coragem de efetuar a ligação. O que eu diria? Qual explicação daria de tudo isso?
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O Pior de Mim
Storie d'amore⸸Em uma cidade esquecida na Itália, Lilith vive sua vida no campo sem muitos devaneios. Com apenas um amigo fiel e um padrasto superprotetor, Lilith Bianchi oscila entre a excitação e o tédio, a rotina e o inesperado, já que nunca experimentou plena...