53 - Apoie-me

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— GRÁVIDA?!— Benjamin pedala a porta me fazendo pular na cama, Caterine também se assusta com a brutalidade que invadiu o quarto.

São muitas coisas para assimilar em pouco tempo, eu... estava grávida!

— Benjamin!!!— Grito o encarando com espanto com seu comportamento.

Meu olhar recai sobre a médica que observava a cena, pacífica.

— Temos que começar o pré natal, é uma gestação de risco...

— Espera doutora, espera! — Peço me sentando na cama quando a mesma já se afastava terminando o exame, precisava processar tudo que acontecia.

Fito Benjamin que andava de um lado para o outro com as mãos na cabeça, não entendo seu desespero sendo que eu estou carregando uma vida!

— Meu Deus... Deus do céu! — Balbucio escondendo o rosto dentre as mãos, só podia ser brincadeira.

— Lilith, vou deixar você descansar, mas preciso que compareça em meu consultório para darmos seguimento aos cuidados necessários. Recomendo que fique na cama hoje.

Suas palavras voavam ao longe, tudo estava funcionando devagar, meus pensamentos e minha coordenação, concordo com a cabeça enquanto estava congelada vendo Caterine e o soldado retirarem os aparelhos.

Um enjoo surge com todo esse peso que tenho que digerir, começo a lembrar como um filme todas as vezes que transei com o padre. Queríamos o que? Um cachorrinho de presente trepando mais que macacos?

— Porra! Merda, merda, merda! — Viro meu rosto para Benjamin que fervia, estava vermelho igual uma pimenta e falava todos os tipos de palavrões possíveis.

— Mas... que inferno Benjamin, o que deu em você? Quem deveria estar assim sou eu!

— Você... não entende, Lilith! — Me levanto devagar sentindo as dores persistirem.

Caminho até sua direção vendo todo o show que fazia, não parava quieto, faria buracos no chão do quarto de tanto andar sem rumo e voltar.

— Olhe pra mim! Cacete... eu estou grávida! Ainda... não digeri a informação, e eu não deveria estar te acalmando!— Digo parando em frente ao segurança para que focasse em mim.

Seus olhos verdes vagavam por meu rosto, seu peito subia e descia rápido como se tivesse corrido uma maratona.

— Não pode... você não podia ficar grávida!

— O que você sabe que eu não sei?

— Porra! Caralho Lilith!

Dou passos para trás estreitando os olhos vendo como Benjamin agia, estava completamente fora de si, e isso só me enlouqueceria mais.

— CHEGA BENJAMIN, CHEGA!

Seu corpo finalmente para de se movimentar, seu olhar encontra o meu, devagar, mas caótico. Respiro calmamente tentando não pular da sacada, Jesus Cristo, nem terminei minha faculdade.

Benjamin se aproxima de mim e noto seus olhos marejados, ele iria chorar?!

— Não consegui sair daqui, fiquei ouvindo por trás da porta... quanto tempo de gravidez?— Suas mãos tremiam, assim como as minhas também se comportavam igualmente.

— 18 semanas eu... acho, não tenho certeza.— Descanso as mãos na cintura e agora foi minha vez de caminhar pelo quarto.

A imagem de Hector em minha frente me atinge como uma bomba, como reagiria? Como viveríamos? Éramos tóxicos um com o outro, e agora com uma criança? Como não deixaríamos nosso filho traumatizado?

O Pior de MimOnde histórias criam vida. Descubra agora