51 - Aqui e Agora

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— Por que Hector está tão... arisco?— Pergunto a Benjamin quando chegamos mais ao canto do salão.

— Ninguém aqui é confiável, Lilith.

— Máfias, isso?

Agarro um drink que um das dezenas de garçons ostentavam nas bandejas. Ao contrário da noite gélida lá fora, ali naquela mansão fervia de tantas pessoas, já me sentia sufocada com tantos rostos diferentes.

— Sim. De vários países e cidades, famílias poderosas que você nem imagina o que praticam para chegarem no poder.— Benjamin se aproxima concluindo a frase em um sussurro enquanto bebericava seu whisky.

— Mas e a polícia? Como deixam todas essas pessoas andarem por ai como se fossem... corretas?— vejo o segurança dar um leve sorriso com o copo da bebida em frente ao rosto.

— Todos ganham nessa vida, inclusive a polícia recebe sua parte. Na verdade, só trabalham para deixar a pior parte longe dos holofotes do mundo, porque poder para combater tudo isso, não tem.— Benjamin aproxima seu rosto do meu.— Não deveria se referir como "essas pessoas".... Hector e, consequentemente você, fazem parte disso também.

Observo seus olhos verdes não conseguindo piscar, engulo o espumante em seco. Benjamin se afasta e mais uma vez meus olhos percorrem as mulheres elegantes e os homens com postura impecável, pigarreio como se a qualquer momento alguém notaria que não pertenço aquele mundo, ou apenas, adentrei nele hoje.

— Está linda, nunca imaginei que te veria vestida assim.— Foco novamente minha atenção em Benjamin.

— Hã... obrigada. Pensei que gostasse dos meus pijamas.— dou um leve sorriso tomando o último gole do líquido.

— Ainda prefiro eles.— Aceno com a cabeça concordando com ele que também estava elegante, seria confundido com qualquer chefão dali sem esforço. Vestia um terno em azul escuro com a camisa preta por baixo, estava deixando a barba loira crescer o tornando mais sério

— Olha o que temos aqui! Boa noite amigo, como está?— Um homem mais velho chega cumprimentando Benjamin, alguns fios brancos denunciavam sua possível idade, ao contrário do porte físico que parecia ser bem jovem.

Enquanto os dois conversam observo o salão trocando o peso dos pés, precisava sair dali, realmente essa vida não era para mim. Meus pensamentos voavam até Hector e se estava bem, a preocupação em seu rosto era notável então automaticamente fiquei em alerta também. O grupo de seguranças que fez questão de trazer conosco denunciava que a casa desse Paolo não era tão convidativa e pacífica.

Sinto meu rosto esquentar, preciso de ar!

— Eu... preciso ir ao banheiro.— Sussurro contra seu ouvido atrapalhando a conversa que estava tendo.

— Bom, foi um prazer te reencontrar, fique bem!

— Entre em contato comigo, precisamos atualizar os acontecimentos.

— Entrarei.

O homem mais uma vez aperta a mão do segurança e some entre as pessoas.

— Eu iria sozinha, não precis...

— Nunca. Por aqui, te levo.

Benjamin agarra minha mão e começamos a caminhar entre as pessoas. O lugar mesmo sendo grande, não havia um espaço vazio, mas além de tudo, era lindo. Suas paredes eram claras com decorações em prata, lustres muito extravagantes e possivelmente caros pendiam no teto.

No fim do salão um pequeno palco se erguia onde homens e mulheres tocavam piano, harpa e violino, deixando a áurea do lugar mais rica. Algumas ilhas deixavam a disposição petiscos e bebidas, enquanto garçons rodopiavam a festa por todos os lados.

O Pior de MimOnde histórias criam vida. Descubra agora